A vida de Bill Peters mudou radicalmente depois que as consequências de atos péssimos de seu passado chegaram nos últimos dias.
Técnico da equipe de hockey Calgary Flames, da NHL – maior liga do mundo do esporte – o canadense se viu envolvido em uma denúncia de racismo ocorrida na temporada 2009-2010, quando o cara estava no comando do Rockford IceHogs, da AHL (uma espécie de segunda divisão).
Por lá, ele tinha em seu elenco o jogador Akim Aliu. Em um esporte de vasta maioria branca, Aliu é um dos poucos negros a chegar aos níveis mais altos e, recentemente, abriu o jogo em entrevista à TSN (via CBS Sports) sobre o que sofreu com o treinador. Aparentemente, a gota d’água foi quando o atleta estava ouvindo rap no vestiário:
Ele entrou [no vestiário] antes de um reconhecimento pré-jogo pela manhã e disse, ‘Ei Akim, eu estou cansado de você ouvindo essas merdas de preto’. Ele disse, ‘Eu estou cansado de ouvir essas coisas de pretos f*dendo a bunda de outros pretos’.
As declarações de Aliu foram corroboradas por dois ex-companheiros de equipe da época, Simon Pepin e Peter MacArthur. Complicado…
Racismo no hockey: repercussão
Após o surgimento das denúncias, o Calgary Flames prontamente demitiu o técnico e afirmou categoricamente que não sabia dos ocorridos. A NHL, por meio do comissário Gary Bettman, divulgou ainda um longo comunicado (disponível aqui, em inglês), em que diz não tolerar nenhuma prática abusiva e dá um recado aos times da liga: “não gostamos de surpresas”.
A liga prometeu sanções pesadas às equipes que não reportarem imediatamente qualquer tipo de comportamento abusivo. Citando o ocorrido como “uma oportunidade de mudança positiva”, ainda prometeu criar uma linha de denúncias anônimas.
Um dos times que parece já ter sido afetado pela decisão é o Dallas Stars. Com boa campanha na temporada, a equipe demitiu o treinador Jim Montgomery de forma abrupta citando “conduta não profissional”.
Que as coisas continuem seguindo por um caminho livre de preconceitos.