Listas e rankings têm sido constantemente questionados por conta de métodos, abordagens, escopos e escolhas, e é normal que seja assim.
Não apenas normal, é saudável que as pessoas questionem, que os criadores de conteúdo incorporem sugestões e que as seleções ganhem corpo de formas diferentes à medida que o tempo vai passando.
Fato é que ao final das contas listas de final de ano são importantes para eternizar um recorte da produção cultural de um período e, em tempos onde as pessoas dizem estar “sem tempo, irmão” para acessarem matérias e ouvirem discos todos os dias, reverberam de forma diferente ao final do ano como um compilado que muita gente usa de guia para conhecer novos nomes em uma tacada só.
Aqui no Tenho Mais Discos Que Amigos! as nossas listas começam já em Janeiro, com anotações e observações a respeito dos discos que vão sendo lançados durante o ano todo, e ao final do ano compilamos as opiniões da equipe toda de uma forma que a lista seja plural, diversa e reflita o objetivo principal que temos em mente diariamente em nossas publicações: dar vazão a artistas que não têm espaço junto com os que já são conhecidos e também lançam ótimos trabalhos.
Senhoras e senhoras, aqui estão os 50 melhores discos nacionais de 2019 segundo a equipe do TMDQA!
Textos por Tony Aiex, João Pinheiro, Pedro Henrique e Daniel Pandeló Corrêa
Playlists
Siga a playlist oficial do TMDQA! atualizada semanalmente com as novidades mais quentes aqui e lá de fora!
Ao final da lista, siga a playlist com os 50 melhores discos nacionais de 2019 para sacar uma música de cada álbum no Spotify.
50 – Vivian Kuczynski – Ictus
A jovem artista paranaense Vivian Kuczynski mostrou, em seu disco de estreia, canções com grandes vocais, muitas camadas e letras extremamente maduras indo de questões pessoais até protestos sociais.
Começou com o pé direito.
https://www.youtube.com/watch?v=jjWlBWJ4kNM
49 – Selvagens à Procura de Lei – Paraíso Portátil
A influente banda de Fortaleza se renovou, assimilou novas sonoridades e abriu o peito para falar de questões que, segundo os Selvagens à Procura de Lei, formam universos individuais de cada um.
48 – Jaloo – ft (pt.1)
Como o nome bem diz, Jaloo resolveu celebrar sua música com diversas participações especiais e contou com Karol Conká, Gaby Amarantos, Céu, Badsista, Lucas Santtana e mais em um disco repleto de colaborações.
47 – Fafá de Belém – Humana
A icônica Fafá de Belém foi mais uma cantora consagrada no país a se aproximar do indie em um novo trabalho.
Humana traz canções de nomes como Letrux e Ava Rocha, além de parcerias com Adriana Calcanhotto e Fátima Guedes, com um resultado belíssimo e introspectivo.
46 – Martins – Martins
Martins é uma força da natureza. Com composições pra lá de pessoais que declama através de uma voz particular, o músico vinha transportando o público para diferentes locais com suas performances ao vivo e ao final de Novembro registrou tudo em um disco lançado pela Deck.
45 – FBC – Padrim
Um dos principais nomes da ótima cena mineira de hip hop, FBC tinha que superar duas coisas em seu álbum Padrim – as expectativas criadas pelo ótimo S.C.A (2018) e o hype que ele mesmo alimentou nos meses que antecediam o lançamento. E ele conseguiu.
Indo do trap ao acid jazz, Padrim mostra um artista maduro com um olhar interno magnífico, abrindo o coração em experiências pessoais com uma franqueza que conecta com a experiência do ouvinte. Agora FBC vai ter que superar as expectativas de dois álbuns incríveis no próximo.
https://www.youtube.com/watch?v=vIw_n1L36ZI
44 – Ambivalente – Memorycard
Memorycard é o disco onde o carioca Rodolfo Ribeiro resolveu registrar canções que falam sobre conexões, saudades, memória e como às vezes as pessoas se prendem a lembranças de formas tóxicas.
Como resultado, criou um álbum com uma estética sonora e visual bastante própria, repleto de palavras diretas em torno de belos arranjos com participações especiais de Saudade, Bronze e Iago Pomponet.
43 – Jade Baraldo – Mais Que Os Olhos Podem Ver
Sem medo de mostrar ao mundo o que é, a cantora Jade Baraldo sabe muito bem como falar sobre sexo, desejo, vida e relacionamentos modernos misturando beleza clássica com sonoridades modernas.
42 – Jards Macalé – Besta Fera
Em 2019, o mestre Jards Macalé proporcionou um verdadeiro choque de gerações ao lançar Besta Fera, disco onde se uniu a nomes como Tim Bernardes (O Terno), Juçara Marçal e Rômulo Fróes, com produção de Kiko Dinucci.
O resultado é um registro incrível de um dos maiores talentos do país.
41 – Clarice Falcão – Tem Conserto
Há seis anos, em 2013, Clarice Falcão iniciava a carreira na música com uma sonoridade ligada ao folk e à MPB com letras engraçadinhas sobre relacionamentos desastrosos.
Pule para 2019 e temos uma artista que, após mergulhar de cabeça na música eletrônica, continuou abordando seus temas favoritos de forma irônica e os adaptou a batidas e instrumentos digitais. Em Tem Conserto, Clarice vai da tristeza à putaria em poucos instantes e ainda consegue manter coesão entre a obra que a formou e o que a mais toca hoje em dia.
40 – Jorge Mautner – Não Há Abismo Em Que o Brasil Caiba
Com seu vozeirão sensacional, Jorge Mautner nos presenteou com seu primeiro novo disco em 13 anos.
Como o nome deixa bem claro, Não Há Abismo Em Que o Brasil Caiba fala sobre questões delicadas do nosso país como o assassinato da vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro, e ainda celebra outras figuras do país, conectando passado, presente e futuro das formas mais belas.
39 – Bruna Mendez – Corpo Possível
Três anos após seu disco de estreia, a ótima Bruna Mendez se juntou a nomes de bandas como Tuyo para criar uma estética retrô própria em Corpo Possível, disco onde alinha orgânico e sintético de forma interessante.
“Qualquer coisa é um possível corpo; a água é um corpo, a Terra é um corpo, o próprio corpo humano também,” diz Bruna ao explicar as inspirações por trás do seu segundo álbum.
38 – Rebeca – Corar
Conhecida pelo trabalho com o trio de MPB/folk Gragoatá e por colaborar com o grupo de hip hop Oriente, Rebeca Sauwen – ou só Rebeca – buscou um caminho bem diferente para seu álbum de estreia Corar. Delicado, doce e construído em camadas de voz e synths, o disco parece um caminho da nova MPB em direção ao indie pop, sendo ao mesmo tempo radiofônico e experimental.
37 – BaianaSystem – O Futuro Não Demora
Três anos após a explosão com Duas Cidades, a aclamada banda BaianaSystem voltou com um disco onde recebeu parceiros para expandir seus mundos e se aprofundar em sonoridades que ainda não explorava.
36 – Chico César – O Amor é um Ato Revolucionário
Verdadeira entidade da música brasileira, Chico César foi um dos que entendeu que em 2019 amar é um ato revolucionário que, sem dúvida alguma, vai acabar salvando todos nós desse mundo bizarro em que vivemos.
Para passar a mensagem, o músico convocou artistas como Luis Carlini e a sensacional Flaira Ferro.
35 – Ator Morto – Amor Torto
Conhecido por bandas como Sugar Kane e Water Rats, o músico paranaense Alexandre Capilé encontrou um novo formato para expor as suas ideias e ele se deu no quarteto Ator Morto.
Com canções em Português que flertam com o Rock And Roll clássico e alguns de seus subgêneros, contou com os colegas de banda Caíque Fermentão, Jairo Fajer e Pedro Lapitin para colocar 10 canções incríveis no mundo.
Entre elas, inclusive, há participações notáveis de nomes como Juliana Strassacapa (Francisco, el Hombre), Pedro Pelotas (Cachorro Grande), João Lemos (Molho Negro) e Vini Zampieri (Sugar Kane).
34 – Rosa Neon – Rosa Neon
Direto de Minas Gerais, a incrível Rosa Neon foi uma das gratas surpresas de 2019 com seu disco de estreia, homônimo, onde mostra indie, pop, rock alternativo e a participação do rapper Djonga na deliciosa “Vai Devagar”.
33 – Elza Soares – Planeta Fome
Desde que lançou o sensacional A Mulher do Fim do Mundo, a incrível Elza Soares passou a nos apresentar novos trabalhos com frequência e em Planeta Fome relembra uma passagem marcante do início de carreira, quando foi fazer um teste vocal e, por conta das roupas que usava, foi questionada a respeito “de que planeta viria”.
32 – Céu – APKÁ!
Após o muitíssimo bem recebido Tropix, de 2016, a influente cantora Céu se debruçou sobre questões familiares, principalmente após a gravidez, e encontrou um montão de referências sobre as quais gostaria de falar.
O resultado foi APKÁ!, disco que continua mostrando uma sonoridade densa mesclando elementos orgânicos com eletrônicos mas expande as temáticas da artista, que vai desde detalhes sobre o que pensa a respeito das saudades até coisas simples como um barulho que seu filho fez com a boca e tornou-se “apká!”, título do álbum.
31 – Alice Caymmi – Electra
Em Electra, quarto disco de sua carreira, Alice Caymmi deixa de lado o pop escancarado de seu trabalho anterior e aposta em voz, piano e drama. A beleza do álbum só é explorada inteiramente através da narrativa doída e furiosa do show, no qual a artista se aprofunda no conceito da personagem mítica grega.
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