Em nova sonoridade, a cantora e compositora inglesa Gabrielle Aplin se distancia bastante do indie folk que fez com que ela fosse conhecida, mas amplia a ousadia de suas composições que parecem chegar em uma nova camada de sonoridade.
Prestes a lançar Dear Happy, seu novo disco, e lançando uma série de singles, a artista arrumou um tempinho para trocar uma ideia com a gente por telefone.
TMDQA: Estou realmente curtindo essa nova fase na sua carreira. Li que o novo disco veio de um momento e descoberta pessoal. Como essa jornada mudou o modo como você cria suas músicas?
Gabrielle Aplin: Que bom que você está curtindo! Então, foi meio que intuitivo. Não foi algo pensado. Eu realmente passei a pensar mais sobre as mudanças da minha vida, que foram muitas e não pensei demais sobre a música. Deixei ela vir e foquei em refletir de um modo que me divertisse no processo.
TMDQA: Músicas como “Kintsugi” mostram um processo de amadurecimento pessoal também. É um modo de olhar no passado e ressignificar o que machucava. Você acha que a Gabrielle de hoje teria algum conselho pra de 10 anos atrás?
Gabrielle Aplin: Nossa, sim! Que ficasse mais tranquila, que relaxasse… Que as coisas vão passar. Mas não tentaria mudar nada. Sei que é clichê falar isso, mas hoje vejo que realmente todo o processo, todo o caminho valeu a pena, sabe?
TMDQA: O disco foi influenciado por suas viagens também. Você consegue criar em turnê? Se sim, como?
Gabrielle Aplin: Eu acho meio complicado escrever durante a turnê, com shows e deslocamentos. Mas sempre escrevo fragmentos que vou juntando depois. O que mais me mexe é que tento me envolver com a cultura local. Tive sorte de passar por vários países e conversar com pessoas de culturas tão diferentes da minha e coletar experiências para minha vida.
TMDQA: Imagino que você lê muitos “come to Brazil” por aí… Alguma chance para a nova turnê?
Gabrielle Aplin: Pior que vejo mesmo! Sabe o que é mais curioso? Não é só do público. Vários artistas falam isso também. Que o público é incrível e essas coisas que acho que todo mundo deve falar em entrevistas com vocês! (Risos) Tive no Rio uns anos atrás e foi lindo! Tenho vontade de voltar na verdade para circular pela América do Sul, seja com show seja como turista mesmo.
TMDQA: Você também tem mais discos que amigos? Tem algum que te acompanha como um amigo?
Gabrielle Aplin: Sim! E é o Pink Moon, do Nick Drake. Esse disco sempre vai comigo por aí.