No último sábado (14), Brasília estreitou uma relação que outrora quase não existia: a música brasileira com toda a América Latina.
Muito se fala também sobre o contato que os brasileiros têm com a música latino-americana e como isso tem mudado. E grande parte dessas mudanças ocorre graças aos festivais, por colocarem no panorama artistas que sequer estariam nas playlists pessoais da galera do nosso país.
O maior exemplo recente disso é o Lifa Brasil, cuja sigla é Liga Internacional de Festivais e Artistas da Música, que trouxe sua segunda edição para a capital federal. Criada na Cidade do México, o foco é abranger artistas de diversos cantos da América Latina e dessa vez contou com uma peça chave nesse evento: o Núcleo de integração cultural Brasil – América Latina, também conhecida como Difusa Fronteira.
De acordo com o próprio núcleo, são responsáveis por produzir mensalmente apresentações de música, teatro, dança, circo, oficinas e intervenções urbanas de grupos artísticos latinos em solo brasileiro e de grupos brasileiros em outros países da América Latina.
Com isso, os nomes cotados para esse festival foram necessários. Muntchako, Moara, Maria Sabina & a Pêia, O Tarot e o DJ Barata representaram Brasília, Braza mostrou pulso firme da música do Brasil, além das atrações Funk Como Le Gusta e Orquesta Atípica de Lhamas, que trouxeram músicos de vários pontos da América. Contudo, vamos focar apenas em uma atração que você precisa conhecer: Cuatro Pesos de Propina.
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A banda do Uruguai fez sua segunda passagem pela cidade, sendo a primeira no Festival CoMA 2017. Sem muita cerimônia, o coletivo começou com canções que são figurinhas carimbadas na setlist, como “La Planta”, “No Hay Tiempo”, “Hoy Sopa Hoy” e “Mi Revolución”, que tem participação em estúdio da Francisco El Hombre.
A animação dos membros era visível de longe, especialmente do trompetista Miguel Leal — que pulava, dançava e interagia ao máximo com o público. Misturando Ska, Rock e Hip-hop da forma mais latina possível, os nove integrantes se revezavam entre um instrumento e outro, deixando o público brasiliense ensandecido.
E foi muito nítido perceber a resposta da galera até mesmo quando tocaram músicas do disco novo, o ótimo La Llama, como a faixa título, “Miguel” e “Yamanterí”, que ganhou a participação ao vivo do Braza.
Para quem acompanha a banda é fácil entender que há uma harmonia entre o coletivo e como conseguem trazer isso para um público fora do país de origem. Muito da segurança e da catarse que possuem é reflexo dos quase 15 anos de carreira e da relevância que possuem dentro do Uruguai. E para quem não acompanha, vale conhecer o que pulsa na música da América Latina, começando por eles.
E que voltem mais vezes!
A setlist e alguns vídeos desse show incrível podem ser conferidos no post abaixo: