Cultura

Evangélicos pedem que Porta dos Fundos dê 1.000 reais para cada cristão ofendido por especial de Natal

Liderados pelo vereador Eduardo Tuma (PSDB-SP), religiosos querem que cristãos sejam ressarcidos por "danos morais" causados pelo Porta dos Fundos. Entenda!

Especial de Natal do Porta dos Fundos

O especial de Natal do Porta dos Fundos para a Netflix segue dando o que falar.

A produção humorística intitulada A Primeira Tentação de Cristo insinua que Jesus Cristo era gay. Com isso, vários religiosos, principalmente aqueles ligados à política, passaram a se manifestar contra o grupo e seu material, tendo pedido inclusive para que seus seguidores cancelassem as assinaturas na plataforma de streaming.

Na semana passada, como informa a Rolling Stone, a comunidade evangélica resolveu mover uma ação judicial contra o Porta. Juntamente ao bispo Robson Rodovalho, fundador da Sara Nossa Terra, e ao Conselho Nacional de Pastores do Brasil, o vereador Eduardo Tuma (PSDB) – recentemente reeleito presidente da Câmara Municipal de São Paulo – pede indenização coletiva (no valor de R$1 milhão, por danos morais) e individual (em valor “não inferior a R$1 mil”) a todos os cristãos que se sentirem ofendidos pela obra.

Segundo o advogado Ricardo Hasson Sayeg, que protocolou a ação, o longa deve ainda ser censurado por ir “além do direito de manifestação artística”. A intenção do processo é que a comunidade evangélica recorra à Justiça, o que já tem acontecido parcialmente – uma petição com mais de 700 mil assinaturas pede a retirada do especial e afirma que este deturpa imagens religiosas.

Vale ressaltar que em 2014 o vereador Tuma foi citado em um suposto esquema de corrupção na capital paulista. Como informou o R7, ele teria se beneficiado durante a concessão de alvarás de funcionamento a comércios, mas negou a participação.

Já em 2018, ele foi investigado por enriquecimento ilícito.

Porta dos Fundos e polêmicas do especial de Natal

Como resposta aos políticos, o Porta dos Fundos gravou um vídeo chamado “INRITADO”, onde tira sarro das críticas e ironiza o que chama de prioridades da Igreja: “combater piadas é mais importante que ajudar refugiados”.

Já na véspera de Natal, a produtora responsável pelos vídeos do grupo humorístico foi atacada no Rio de Janeiro. Recentemente, um suposto grupo integralista teria assumido a autoria do ataque; a polícia ainda investiga estas acusações.

Por outro lado, a Netflix confirmou a produção de outro especial de Natal do Porta para 2020.