Você pode nunca ter ouvido falar dessa banda, mas deveria.
O The Liverbirds foi o primeiro grupo de rock inteiramente feminino do Reino Unido, surgido em 1963, mesma época dos Beatles — e tendo uma próxima relação com eles. Elas surgiram na mesma cidade, também, já que Valerie Gell, Pamela Birch, Mary McGlory e Sylvia Saunders se reuniram em 1963 em Liverpool.
O The New York Times resolveu contar a história deste grupo esquecido pela história da música em um documentário sensível e pra lá de emocionante. Nele estão Mary e Sylvia, as únicas integrantes vivas do Liverbirds.
De acordo com Mary, a inspiração de montar uma banda veio justamente de um show dos Beatles, o primeiro que viu em sua vida, no icônico The Cavern. A adolescente, que não sabia tocar nada e era muito religiosa, viu na música uma chance de ganhar bastante dinheiro para retribuir aos pastores e à igreja que ajudaram sua família após a segunda guerra mundial.
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A empreitada acabou dando certo quando Valeria e Pamela entraram na parada, ensinando as outras duas integrantes como tocarem seus instrumentos. Pouco após a formação, ainda, as meninas conheceram John Lennon e Paul McCartney — e Lennon teria dito que a banda nunca daria certo porque “garotas não sabem tocar guitarra”.
Além de alguns hits, como “Peanut Butter”, o grupo ainda tocou com nomes como The Kinks e Jimi Hendrix, e acabou tornando-se mais famoso na Alemanha do que na Inglaterra, seu país de origem, sendo inclusive chamada de “A versão feminina dos Beatles” por lá.
O fim começou em 1967, quando a baterista Sylvia engravidou de seu primeiro filho — no mesmo ano, Valerie conheceu seu marido, que ficou paralisado em um acidente de carro. Por conta disso, a artista precisou se afastar do grupo para cuidar do marido. Após as perdas, as Liverbirds contrataram outras integrantes para uma turnê no Japão em 1968, a última da história do grupo.
The Liverbirds hoje
Sylvia e Mary casaram com os namorados que conheceram enquanto ainda estavam na banda, e ambos faleceram nos últimos anos. Valerie faleceu aos 71 anos após voltar a morar em Hamburgo, na Alemanha, e Pam foi acometida por um câncer aos 65 após anos de abusos com drogas.