Música

20 anos de "As Quatro Estações": 4 conquistas de Sandy & Junior no disco pop mais vendido de todos os tempos no Brasil

Álbum liderou movimento musical que também contou com nomes como Kelly Key, Felipe Dylon, Rouge e mais.

Capa da turnê "Nossa História", da dupla Sandy e Junior
Foto: Divulgação

O ano é 2019. Tivemos o fenômeno Anitta fazendo sucesso internacional e fortes nomes do pop brasileiro lançando discos. Foi ano de Rock In Rio, Lollapalooza e muitos outros festivais de renome. Mas o que mais chamou a atenção na indústria fonográfica, mesmo diante de tanta coisa acontecendo, foi certamente a “volta” dos irmãos mais famosos das décadas passadas: Sandy & Junior.

Além de terem alcançado o status de uma das turnês mais lucrativas do planeta em 2019, este ano também marcou o aniversário de uma época muito importante para o grupo: o lançamento de As Quatro Estações. O oitavo álbum da banda, lançado em 1999, foi justamente o que consolidou a dupla na estética do pop, com uma imagem mais madura de “jovens crescidos”.

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Separamos quatro curiosidades a respeito deste épico disco. Confira abaixo:

 

1 –  O disco brasileiro de pop mais vendido da história

Mudanças são radicais, mas muitas vezes são ótimas. Assim como todo adolescente que cresce, muda a voz e passa a gostar de assuntos mais maduros, Sandy e Junior evoluíram para melhor. Na tentativa arriscada de dar um basta na imagem de crianças fofas, a dupla assumiu uma postura mais madura, tanto esteticamente quanto nas letras. As Quatro Estações, assim, se tornou um divisor de águas em sua carreira.

A recepção, no entanto, foi mais positiva do que se esperava. Acompanhando o amadurecimento do público infantil que cresceu junto à dupla e pescando também novos interessados na emergente cena do pop adolescente do início do milênio, o disco foi um sucesso absoluto. Em termos comerciais, nenhum outro disco pop conseguiu, na história da música brasileira, superar suas vendas. É o oitavo mais vendido de todos os tempos, perdendo apenas para nomes de outros gêneros como RPM, Xuxa, Só Pra Contrariar e Padre Marcelo Rossi.

O sucesso ficou maior ainda graças à Quatro Estações: O Show, versão ao vivo do álbum. Lançado em 2000, o disco chegou a ter mais de 3 milhões de cópias vendidas, e é o quarto mais vendido da história. Somado às vendas do álbum original, As Quatro Estações tem no total cerca de 5,8 milhões de cópias estimadas, o que é mais do que qualquer outro disco.

 

2 – O tal “pop adolescente”

As Quatro Estações abriu também espaço para uma então nova cena na música brasileira. Era um pop amplamente espelhado no que estava sendo feito no exterior, com temáticas que aproximavam as canções dos jovens.

Nos anos seguintes ao lançamento do disco, vimos a consolidação de artistas como Wanessa Camargo, Felipe Dylon, KLB, Rouge e Kelly Key (sendo que os últimos dois lançaram materiais novos recentemente). Esse conjunto determinou a grande onda do pop adolescente brasileiro, que colocava em alta características musicais como vocais auto-tunados, coreografias e a temática dos relacionamentos interpessoais.

 

3 – Projeção internacional

O disco foi lançado pela Universal Music e chamou a atenção de executivos da gravadora ao redor do mundo. Max Hole, que na época era diretor de Marketing da filial inglesa, se interessou pela dupla e criou interesse em lançá-los no mercado internacional. Em 2001, a dupla já estava em Los Angeles gravando dois discos. Um deles foi justamente o disco Internacional, lançado em 2002.

Com composições em inglês interpretadas pelos irmãos, o disco recebeu críticas mistas, mas configurou de fato a maior projeção de um artista brasileiro na década. É interessante frisar também que foi em As Quatro Estações que Sandy começou a se aventurar como compositora. É como se, no disco gringo, a cantora não explorasse mais o seu potencial como tal. Mas tivemos a oportunidade de ver novamente isso nos discos seguintes.

Vale lembrar que um dos maiores sucessos d’As Quatro Estações foi “Imortal“, basicamente uma versão traduzida de “Immortality”, canção de Celine Dion composta pelos Bee Gees.

 

4 – A(s) revolucionária(s) capa(s)

Sim, aquelas quatro capas!

Lembrando que no início do milênio as vendas de CDs representavam a parte mais importante receita de venda de discos da indústria, Sandy & Junior inovaram! A capa ainda dizia muito a respeito de um lançamento musical na época, e o que seria melhor do que representar devidamente cada uma das quatro estações do ano?

Foto: Divulgação

O show que resultou no álbum ao vivo trazia consigo a criativa premissa de mudar as estações ao longo da apresentação. Efeito de neve no inverno, folhas caindo no outono, cheiro de coco (sim) no verão… A própria setlist, que por sinal também incorporou hits anteriores da dupla, foi montada também pensando nisso. As mais alegres faziam parte do verão, enquanto as mais calmas para a dobradinha outono/inverno.

Mas o melhor mesmo era a capa. Se o disco original continha apenas uma arte, que mostrava a dupla junta em uma paleta de cores preta e branca, o disco ao vivo representou a felicidade para muitos jovens dos anos 90/2000. Era uma capa para cada estação. Uma verde para a primavera, uma amarela para o verão, outra laranja para o outono e uma azul para o inverno. Pode parecer simples demais hoje, mas foi algo incrível para quem consumia música na época.

Por sinal, foi nesse lançamento que surgiram mais dois singles de sucesso da dupla. “Enrosca” e “A Lenda“, divulgadas na época como faixas bônus de estúdio, também foram sucessos instantâneos.

Aliás, vale lembrar que acabamos de entrar no verão. Já trocou a sua capa?

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