Música

10 Clipes Incríveis Dirigidos por Spike Jonze

Além de ser o criador de "Jackass" e diretor de filmes como "Her", Spike Jonze tem uma carreira prolífica dirigindo clipes e separamos 10 grandes trabalhos!

Clipes dirigidos por Spike Jonze
Reprodução/YouTube

Spike Jonze é um dos maiores nomes no rol de diretores em atividade, principalmente por estar envolvido em tantas empreitadas diferentes.

Ele começou sua carreira como adolescente, fotografando skatistas e praticantes de BMX para revistas especializadas. A paixão pelos esportes radicais o levou a fundar a revista Dirt, e eventualmente ao influente filme de skate de rua Video Days, em 1991.

Com isso, Jonze (que na verdade se chama Adam Spiegel) passou a ser contratado para dirigir clipes de bandas e solidificou sua presença no meio. O primeiro trabalho assinado por ele é a faixa “Hush”, do modesto Wax.

Desde então, o cara não parou mais e tem uma das filmografias mais extensas e diversificadas: ele é, ao mesmo tempo, criador da série Jackass e diretor dos conceituados filmes Her (nomeado ao prêmio de Melhor Filme no Oscar e vencedor da estatueta por melhor roteiro original, escrito pelo diretor) e Quero Ser John Malkovich.

Entre trabalhos de atuação (como em O Lobo de Wall Street), produção e direção, é possível dizer que seus clipes ainda se destacam como algo pra lá de especial. Ainda assim, resolvemos assumir a (dura!) missão de escolher apenas 10 que representem sua carreira e você pode conferir abaixo!

Spike Jonze
Foto de Spike Jonze via Shutterstock

10. Sonic Youth – “100%”

Não poderia começar diferente: “100%”, do Sonic Youth, foi o primeiro grande projeto assinado por Spike Jonze e tem uma história ótima.

Como falamos acima, Video Days se tornou um clássico na comunidade do skate e acabou chegando às mãos da lendária Kim Gordon. Ela ficou impressionada com a fita que recebeu de Mark Gonzales, co-fundador da Blind Skateboards, e foi atrás de Jonze para dirigir um vídeo recheado de skate. O resultado é o que você vê a seguir.

9. LCD Soundsystem – “Drunk Girls”

James Murphy, líder do LCD Soundsystem, co-dirigiu o clipe de “Drunk Girls” e explicou que a canção é “idiota” – mas também afirmou que gosta de coisas “idiotas e curtas”. A proposta da produção é bem conectada com sua percepção da música, já que mostra integrantes da banda tentando se apresentar enquanto pessoas vestidas de panda os perturbam.

Acabou ficando divertido pra caramba!

8. Jay-Z & Kanye West – “Otis”

Muito antes de virarem desafetos, Jay-Z Kanye West uniram forças para o incrível disco Watch the Throne. Para divulgar a faixa “Otis”, que contava com participação do icônico Otis Redding, eles resolveram recrutar Jonze.

Em um trabalho impecável, o diretor capturou a essência da amizade da dupla naquele momento. O vídeo complementa perfeitamente a canção que mistura ritmos clássicos americanos e o rap moderno, traduzindo essa disparidade em elementos visuais.

7. Yeah Yeah Yeahs – “Y Control”

Yeah Yeah Yeahs é uma banda constantemente subestimada e esquecida, mas merece muito respeito. Uma das canções mais legais da banda é “Y Control”, do disco de estreia Fever to Tell (2004).

Último single do álbum, a faixa ganhou um vídeo no mínimo controverso dirigido por Jonze, na época namorado da vocalista Karen O. Incluindo imagens de crianças carregando um cachorro morto, dando dedo e participando de cenas de mutilação, a polêmica foi bem justificada. Apesar de ter sido classificado à época como “amador” e “conto de fadas que deu errado”, o clipe ganhou status de clássico.

6. Arcade Fire – “The Suburbs”

Histórico por ter sido um dos últimos “azarões” a ganhar o Grammy de Álbum do Ano, o The Suburbs do Arcade Fire também contou com o dedo de Spike Jonze. O clipe da faixa-título, aliás, uniu o útil ao agradável para o diretor: o tema se encaixou com o curta Scenes from the Suburbs (Cenas dos Subúrbios, em português), dirigido por Jonze e inspirado no disco dos canadenses. Daí, o clipe foi montado com excertos do filme.

De acordo com críticas da época, a obra de Spike foi avaliada como uma “mistura da paranóia dos filmes de Terry Gilliam com a nostalgia clássica de Steven Spielberg“. Vale a pena conferir ambos!

 

5. Daft Punk – “Da Funk”

“Da Funk” foi um dos primeiros sucessos do Daft Punk e o clipe que a acompanha também virou um clássico. Aproveitando-se do fato de ser uma música instrumental, Spike transformou a canção em trilha sonora de uma espécie de curta chamado Big City Nights (“Noites na Cidade Grande”, em português).

Seguindo a história do homem-cachorro Charles (retratado pelo ator Tony Maxwell), o clipe mostra a vida do ser antropomórfico em seu primeiro mês na gigantesca e caótica Nova Iorque, vivendo momentos de bullying e decepção amorosa. Mas a mensagem é bem simples, como explicou Thomas Bangalter (do Daft Punk):

Não tem história. É só um homem-cachorro andando com um som em Nova Iorque. O resto não deve significar nada. As pessoas ficam tentando explicar: É sobre a tolerância humana? Integração? Urbanismo? Não tem nenhuma mensagem na verdade. Algum dia haverá uma sequência.

Ainda estamos esperando…

4. Björk – “It’s Oh So Quiet”

Até hoje o maior sucesso da incrível Björk, “It’s Oh So Quiet” é cover de uma canção de 1951 (de Betty Hutton) e ganhou um vídeo bem condizente, com formato de musical da Broadway e trabalhado na estética dos EUA cinquentista.

O vídeo foi nomeado a diversos prêmios, inclusive a um Grammy de Melhor Clipe em Formato Curto (onde perdeu para “Scream”, de Michael Jackson). O fato é que é sensacional e vale a pena relembrar!

3. Weezer – “Buddy Holly”

Gravado como se a banda fosse se apresentar no seriado Happy Days (Dias Felizes, no Brasil), o clipe de “Buddy Holly” talvez tenha sido o grande responsável por lançar de vez o Weezer.

Com uma pegada bem sitcom, a obra foi extremamente bem recebida e ficou no ar por meses na MTV. Além disso, foram diversos prêmios como o de Melhor Direção no MTV Video Music Awards de 1995 e até uma indicação a Vídeo do Ano.

Outra história pra lá de curiosa — e que certamente ajudou na divulgação — foi a inclusão do vídeo no CD de instalação do Windows 95! Na época, a estratégia não foi nem comunicada aos integrantes da banda, e o baterista Patrick Wilson eventualmente veio a descrever sua incredulidade com o impacto que isso teve:

Eu fiquei furioso porque na época eu estava tipo, ‘Como eles podem fazer isso sem a nossa permissão?’ No fim das contas foi uma das melhores coisas que poderia nos ter acontecido. Você consegue imaginar isso hoje? É tipo, só tem um vídeo no YouTube, e é o seu vídeo.

Que loucura!

2. Fatboy Slim – “Praise You” / “Weapon of Choice”

O primeiro trabalho de Jonze com o Fatboy Slim foi para o icônico vídeo de “Praise You”, mas ali ele apenas participou como ator. A história, no entanto, já é sensacional: depois de não conseguir participar do clipe de “The Rockafeller Skank”, o diretor mandou um vídeo de sua própria dança ao DJ inglês como um “presente” de compensação.

O músico adorou a gravação e deu o aval para que ele comandasse as coreografias de “Praise You”. 2 anos depois, a parceria voltou a acontecer em “Weapon of Choice” e dessa vez Spike esteve atrás das câmeras. Quem roubou os holofotes foi o sensacional Christopher Walken, que usou todo o seu passado em companhias de dança para uma performance inesquecível.

Walken já citou, inclusive, que o envolvimento de Jonze foi um dos principais motivos de sua participação. Valeu a pena: a obra foi premiada com um Grammy de Melhor Clipe em Formato Curto!

1. Beastie Boys – “Sabotage”

Não poderia faltar! A parceria entre os Beastie Boys e Spike Jonze é uma das mais legais e vai até render um livro assinado pelo diretor contando bastidores dos caras.

Apesar de ter trabalhado em diversos clipes do grupo como “Time for Livin'” e “Sure Shot”, o vídeo de “Sabotage” é simplesmente lendário. A produção serviu ao mesmo tempo como homenagem e paródia às séries de drama criminal dos anos 70 como Hawaii Five-O Starsky and Hutch, trazendo os integrantes da banda como personagens do seriado fictício Sabotage.

A influência do trabalho é tanta que, em 2018, a atriz Amy Poehler disse:

Não haveria “O Âncora”, não haveria Wes Anderson, não haveria Lonely Island, e não haveria um canal chamado Adult Swim se esse vídeo não existisse.