Cultura

Ex-presidente do Grammy expõe casos de assédio sexual e corrupção

Uma confusão nos bastidores do Grammy a menos de uma semana da premiação envolve a presidente afastada Deborah Dugan e acusações de assédio sexual. Entenda.

Grammy 2020

É, parece que a coisa está pegando fogo nos bastidores do Grammy.

A premiação máxima da música está programada para o final de semana que vem, mas uma confusão vem tomando conta das notícias. Tudo começou com o afastamento da presidente Deborah Dugan do cargo por uma alegação de “má conduta”.

Naquele momento, o advogado de Dugan, Bryan Freedman, avisou que “o que foi relatado não é nem metade da história que precisa ser contada”. Após alegarem que a cerimônia estaria passando por problemas como dívidas, fraudes , corrupção e mais, o imbróglio ganhou outro capítulo.

A agora ex-presidente formalizou uma reclamação contra a Academia por uma situação de assédio sexual e subsequente difamação. Ela teria sido assediada por Joel Katz, membro do conselho legal do Grammy, e afastada depois de informar a situação ao RH e ameaçar um processo.

Abaixo, você pode ver a resposta da Academia e a réplica dos advogados de Dugan em que citam um “clube do bolinha” dentro da instituição (ambos via Pitchfork). Complicado.

Comunicado do Grammy

É curioso que a Sra. Dugan nunca deixou claras essas graves alegações até uma semana depois que as queixas legais foram feitas contra ela pessoalmente por uma funcionária que alegou que a Sra. Dugan havia criado um ambiente de trabalho ‘tóxico e intolerável’ e engajado em ‘conduta abusiva e de bullying’. Quando a Sra. Dugan falou sobre seus ‘incômodos’ ao RH, ela especificamente instruiu o RH a ‘não fazer nada’ em resposta.

De qualquer forma, nós imediatamente iniciamos investigações independentes para rever tanto a potencial falha de conduta da Sra. Dugan quanto as subsequentes alegações. Ambas investigações continuam em curso. A Sra. Dugan foi afastada administrativamente apenas depois de oferecer seu posto e demandar 22 milhões de dólares da Academia, que é uma organização sem fins lucrativos. Nossa lealdade sempre será aos 25 mil membros da indústria musical. Nós sentimos muito que a Maior Noite da Música esteja sendo roubada deles devido às ações da Sra. Dugan e estamos trabalhando para resolver esta questão o mais rápido possível.

Comunicado de Deborah Dugan

Como a queixa prestada hoje claramente alega, a asserção de que a Sra. Dugan não deixou claro seus incômodos antes das acusações fabricadas contra ela é completamente falsa. A Sra. Dugan repetidamente deixou claro seus incômodos durante todo o seu período na Academia, e até deu grandes palestras focadas na diversidade e inclusão em reuniões do Conselho. Mais ainda, não é apenas a Sra. Dugan que deixou claro seus incômodos. Como mostramos na queixa, artistas, outros membros do conselho e empregados deixaram claros virtualmente todos os incômodos mencionados pela Sra. Dugan. Como alegado, a Academia perdeu seu caminho e abandonou a indústria musical, focando ao invés disso em lidar consigo mesma e se fingindo de cega para o ambiente de ‘clube do bolinha’, improbidades óbvias e conflitos de interesse.

Nunca foi a intenção da Sra. Dugan transformar isso em uma briga pública precisamente devido ao seu amor pela música e pelos membros da indústria musical. Infelizmente, ficar em silêncio se tornou impossível devido aos repetidos vazamentos do Conselho e exposições de informações falsas à imprensa.

Finalmente, como alegado na queixa, na manhã do dia em que ela foi afastada, a Academia ofereceu à Sra. Dugan milhões de dólares para deixar tudo isso quieto e deixar a Academia. O Conselho demandou uma resposta em uma hora. Quando a Sra. Dugan se recusou a aceitar, ela foi afastada. A Academia afirmou que a Sra. Dugan foi afastada baseada em acusações feitas contra ela mais de um mês antes e que o Conselho sabe que não têm nenhum mérito. Essa não é uma história crível.