Funarte lança edital de apoio à música mas proíbe "bandas de rock"

A Funarte irá distribuir instrumentos de sopro em um novo edital recém-lançado, mas proibiu a participação de "bandas de rock" e até conjuntos religiosos.

Dante Mantovani (Funarte) e Rock and Roll
Fotos via Reprodução/Shutterstock

Funarte acaba de divulgar um edital para o chamado Prêmio de Apoio a Bandas de Música 2020, focado na distribuição gratuita de instrumentos de sopro.

Prometendo 790 peças para “ampliação e reposição” do instrumental de 158 conjuntos musicais, a iniciativa tem alguns poréns. Um dos que mais está chamando atenção, no entanto, é a restrição para “bandas de rock” e até para “conjuntos musicais de instituições religiosas”.

Conforme informou o site oficial:

Não poderão participar do processo seletivo […] ‘fanfarras’ ou ‘bandas marciais’ ligadas ou não a instituições do ensino regular público ou privado, ‘bandas de pífanos’, ‘bandas de rock’, ‘big-bands’, bem como conjuntos musicais assemelhados, conjuntos musicais de instituições religiosas, bandas militares e bandas de instituições de segurança pública.

No regulamento não está descrito o que caracterizaria uma “banda de Rock”, mas existe a descrição dos instrumentos que serão disponibilizados:

Cada proponente poderá escolher até cinco instrumentos, entre: um bombardino em Sib, um bombardão tuba ¾ em Sib, um clarineta 17 chaves em Sib, um saxofone alto em Mib, um saxofone tenor em Sib, um trompete em Sib, um trombone de vara em Sib, uma flauta transversa em Dó e uma trompa cromática em Fá/Sib.

Pelo jeito não vai ser dessa vez que teremos a ascensão do Ska/Punk no Brasil.

Funarte e o Rock

O comportamento não é novidade para essa gestão da Funarte.

No ano passado, ao assumir a pasta, um vídeo do maestro Dante Mantovani veio à tona com a sua opinião de que o “Rock ativa aborto, satanismo e drogas”. Ele ainda ligou vários ícones da música e o Rock And Roll a movimentos de esquerda, como o comunismo, e disse que Elvis Presley era um “experimento soviético para destruir a juventude, a moral e as famílias”.

Apesar disso, elogiou nomes como os brasileiros do Angra. O baixista Felipe Andreoli revelou ter sentido “vergonha” da associação.

Você pode ver mais informações sobre o prêmio, que custará R$5.475.050,20 aos cofres públicos, por aqui. Inscrições são feitas pelo mesmo link.