Resenha: Josh Klinghoffer mostra suas armas com o Pluralone em "To Be One With You"

Josh Klinghoffer, guitarrista demitido do Red Hot Chili Peppers, acerta em ótimo disco solo como Pluralone, cercado de parceiros musicais.

Pluralone – To Be One With You – Capa
Pluralone – To Be One With You – Capa

Josh Klinghoffer esteve nos últimos dias em todos os holofotes devido ao desligamento do Red Hot Chili Peppers, que anunciou o retorno de John Frusciante.

A estrada musical do guitarrista de 40 anos já seguiu. Pelo menos é o que vimos com o lançamento de To Be One With You em novembro do último ano, sob o nome Pluralone, com o comando de Josh e um time de amigos de peso do mundo da música.

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O Pluralone não é novidade, pois já havia lançado um EP com dois covers, “Io Sono Quel Che Sono”, da italiana Mina Mazzine e “Menina Mulher da Pele Preta”, do mestre Jorge Ben. Vale muito ouvir!

Josh tem um extenso currículo com passagens em discos e turnês, preenchido com nomes como Beck, PJ Harvey, Gnarls Barkley, Perry Farrell, Warpaint, Thelonious Monster e John Frusciante, uma de suas parcerias mais frequentes e conhecidas, eternizada em 5 discos.

O talento e versatilidade do músico estão escancaradas e já mostram as caras com o piano, o violão e a voz oscilante, marcada pelo beat eletrônico em faixas como “Barreling” e “Rat Bastards At Every Turn”, que são um bom resumo da sonoridade buscada e apresentada.

Camadas, efeitos sonoros diretos na voz, guitarras agudas, solos flutuantes e a cama de piano seguem caminho, inclusive, remetendo aos discos em parceria com John Frusciante, especialmente A Sphere In The Heart Of Silence, em faixas como “Mourning”, “The Ride” e “Segue”.

Toda essa bagagem deságua novamente em momentos grandiosos como “Save” e “Was Never There”, um dos pontos altos do disco com a participação de Flea no baixo e Jack Irons na bateria, que também está presente em algumas outras faixas, ressuscitando a dupla que esteve presente no início do Red Hot Chili Peppers.

A solitária “Fall From Grace”, em que Josh se cerca do seu piano e sua voz, que parece caminhar em um longo túnel com eco, tem letra forte e abre espaço para o violão de “Shade”, que vem na sequência, trazendo mais um companheiro de longa data, o guitarrista Clint Walsh. Os dois tocaram juntos no Dot Hacker.

Ainda cabe mais uma participação de peso e a bola da vez é Eric Avery, baixista do Jane’s Addiction, dando mais um brilho a um projeto que não merece passar em branco pela crítica especializada.

Pra dar início nesse novo momento, o músico sairá em turnê abrindo os shows do Pearl Jam pra mostrar como toda essa dinâmica funciona ao vivo, pois no disco o acerto foi em cheio.

Após 10 anos de Red Hot Chili Peppers, se dedicando a executar uma obra em que a grande maioria não foi criada por ele e após lançar dois discos com a banda, sendo que um deles nitidamente tem a sua mão de forma efetiva, como é The Gateway, de 2016.

Josh Klinghoffer terá bastante tempo para produzir e mostrar ao mundo coisas que estavam guardadas durante todo esse tempo ou projetos novo que possam caminhar por vários universos sonoros, seja no comando ou como integrante, que após essa escalada na carreira, não será nunca mais um mero coadjuvante.

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