Notícia excelente para os fãs de discos de vinil: o recente incêndio que assolou a fábrica da Apollo Masters não preocupa os maiores executivos do meio.
Apesar de alguns fabricantes como a Duplication, de Toronto, terem chamado a notícia de “desastre” para a indústria do vinil, representantes de gravadoras estão relativamente tranquilos.
Em uma matéria divulgada pela Discogs que respeitou o pedido de anonimato das fontes, um “executivo de alto escalão” do marketing da Sony falou:
Eu não acredito que seja uma situação de Juízo Final ou o ‘vinilgeddon’ como uma publicação anunciou. Veja o que o vinil aturou nos últimos 30 anos ou mais, dado o advento do CD e outras mídias digitais. É um passo atrás, com certeza, dado o tamanho do volume que vinha da Apollo, mas o conhecimento ainda existe, e existem indivíduos criativos e motivados o suficiente dentro dessa indústria que têm uma paixão tão grande por esse formato que eu não vejo como sendo ‘o fim’.
Pode demorar um pouco mais para alguns títulos chegarem ao mercado nos próximos anos, mas discos de vinil irão perseverar, eu não tenho dúvidas.
Outro entrevistado anônimo de uma gravadora enxerga uma oportunidade de negócio. Ele diz que as leis da Califórnia devem desincentivar a Apollo a reabrir, e que já sabe de pelo menos três entidades diferentes que têm interesse em produzir laca caso a Apollo se aposente.
Ele complementou:
No fim das contas, eu prevejo um breve soluço, provavelmente sentido majoritariamente por algumas casas de masterização usando primariamente discos Apollo. Fábricas e gravadoras devem sentir poucos, se alguns, efeitos.
Incêndio e falta de materiais para discos de vinil
A Apollo é uma das maiores fornecedoras globais de laca, elemento fundamental para a fabricação dos discos de vinil nas fábricas mundo afora. Além disso, eles também fabricam e fornecem as agulhas utilizadas nas máquinas para “imprimir” as canções no vinil em forma de sulcos.
O incêndio aconteceu no dia 06 de Fevereiro e tomou a fábrica completamente, causando um prejuízo material imenso apesar de não ter causado fatalidades. Ao se pronunciar a respeito, a empresa disse que “não sabe o que será do seu futuro”.
Quem tem outra visão é o co-fundador da Third Man Records, Ben Blackwell. Em conversa com a Pitchfork, ele disse que a fábrica era uma de apenas duas no mundo todo que fabricam o material e ainda alertou que a outra, MDC, com sede no Japão, já tinha problemas de entrega antes mesmo do incêndio na Apollo.
Ele ainda revelou que esse problema irá afetar a indústria toda e pareceu bastante preocupado com a situação, dizendo que não quer ser alarmista mas que a realidade é dura.
Resta aguardar!
Essa matéria foi uma dica do leitor André Katz