Música

Josh Klinghoffer diz que teria "ficado louco" se não tivesse recebido convite de Eddie Vedder

Demitido do RHCP, Josh Klinghoffer admitiu que convite de Eddie Vedder para abrir shows do Pearl Jam o ajudou a superar a saída e falou sobre o processo.

Pearl Jam/Eddie Vedder e Josh Klinghoffer
Fotos via Wikimedia Commons

O retorno de John Frusciante aos Red Hot Chili Peppers trouxe consigo uma carga pesada devido à demissão inesperada de Josh Klinghoffer.

Desde então, Josh tem falado sobre o processo de forma cada vez mais aberta. Em uma entrevista recente à SPIN, o guitarrista falou bastante sobre a saída mas também agradeceu um amigo por ter o impedido de “ter enlouquecido”: Eddie Vedder.

Como contamos por aqui, Vedder chamou Klinghoffer para abrir shows do Pearl Jam. Isso porque, logo antes de sua demissão, o guitarrista havia lançado um disco com seu projeto solo Pluralone.

No papo, o ex-Chili Peppers falou:

O timing foi uma loucura. Eu tinha acabado de lançar esse disco. O convite para fazer essa turnê veio pouco depois da demissão da banda. Acho que conhecer o Eddie um pouco mais recentemente ajudou. Nós tocamos em seu Ohana Fest [em Setembro] e ele tocou no show beneficente da escola de Flea [em Novembro]. Eu acho que ele estava ligando só pra saber como eu estava. Eu dei o mesmo discurso que dei a você sobre como é uma loucura e triste e tudo mais. […] Foi bom ter algo para fazer ou então eu teria ficado louco. É bem assustador porque essa é a primeira vez que eu vou tocar um show solo sozinho.

Entrevista de Josh Klinghoffer

Em outros trechos da entrevista, Josh falou mais sobre o processo de sua saída. Dando a entender que não tem mágoas com o RHCP, ele chegou a dizer que “estaria lá em um segundo” se fosse chamado para voltar à banda.

Klinghoffer também comentou sobre a possibilidade de ouvirem o disco que estava compondo com a ex-banda antes da demissão — segundo ele, no entanto, as canções só serão ouvidas “se alguém roubar meu iPod”. Além disso, reforçou que a conversa não foi fácil mas foi a melhor forma possível de terminar:

Foi o Flea quem me falou, cinco dias depois [da demissão] que ele teve uma semana muito emotiva. No fim do dia, eu e ele somos amigos e ele curtiu me ter na banda que criou. É um grupinho bem definido e especial e eles não abrem as portas para qualquer um. O fato que fizeram isso comigo e que eu estive lá por tanto tempo foi especial. Eu acho que ele me respeita e me dá valor enquanto pessoa e amigo. O fato de que ele não vai mais me ter no mesmo assento de um avião à sua frente como eu estive por 10 anos, foi provavelmente um pouco doloroso. Ele disse, ‘Nós nunca fizemos uma troca de integrante sem que houvesse tragédia ou trauma’. […] Eu certamente não acho que minhas amizades com eles acabaram e que os relacionamentos não devem mudar muito, apesar de não vê-los tanto. Tudo que eu fiz na minha vida e o crescimento que eu tive nos meus 40 anos, a minha reação é pura gratidão. […] Não é como se eles tivessem dito, ‘Obrigado e nós decidimos por essa outra pessoa’. É o John, a pessoa que eu cresci enxergando como o melhor. Eu estou feliz por ele estar tocando e querer fazer música com eles.

Por fim, ele refletiu sobre sua experiência na banda:

Eu fico realmente orgulhoso pelo que fiz. Eu trabalhei duro e não acho que tenha qualquer coisa para eu ficar envergonhado ou me sentir mal. É uma forma longa de dizer que eu provavelmente não seria tão Zen se isso [a demissão] fosse cinco anos atrás. Eu provavelmente teria ficado maluco.