Perdemos um mestre: José Mojica Marins, conhecido como Zé do Caixão, morreu hoje (19) aos 83 anos de idade.
A informação foi confirmada pela família do produtor, diretor e ator que se especializou em filmes de terror e tornou-se uma verdadeira lenda do cinema brasileiro, e a causa da morte foi uma broncopneumonia que vinha tratando em um hospital de São Paulo.
Nascido em 13 de Março de 1936, Mojica completaria 84 anos de idade no mês que vem, mas partiu antes que completasse a marca.
Zé do Caixão
O personagem mais conhecido do ator se considerava superior às outras pessoas e as explorava para atender seus interesses. Sem crer em Deus ou no Diabo, Zé era cruel e tinha como objetivo “perpetuar seu sangue”, sendo o pai da “criança superior”, conquistando para isso a “mulher perfeita”.
Para isso, mataria quem estivesse em seu caminho.
No mercado internacional, ficou conhecido como “Coffin Joe”.
José Mojica Marins
É claro que José Mojica Marins não carregava essas características consigo, mas o cara virou sinônimo de seu personagem, que sempre carregou em apresentações e programas de televisão.
Começando a carreira em 1963, mostrou todo seu terror ao Brasil e ao mundo pela primeira vez em À Meia-Noite Levarei Sua Alma, protagonizado e dirigido pelo próprio, e lançado em 1964.
Na lista da Associação Brasileira de Críticos de Cinema como um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, o longa iniciou a saga de Zé Do Caixão, coveiro odiado por todos na cidadezinha que morava, e acabou criando uma série que continuaria em Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver, em 1967.
Com esses e outros títulos, acabou sendo chamado de “pai” do terror nacional.
Na vida pessoal, Mojica também ficou conhecido por cultivar longas unhas inspiradas no personagem Nosferatu para a criação de Zé Do Caixão, mas que acabaram extrapolando as telas e sendo adotadas na “vida real”.
Em 1997, ao ser questionado pela Folha se tinha medo da morte, respondeu:
Olha, cheguei a não ter medo da morte no passado porque parecia que as coisas iam bem, se você me perguntasse eu diria que não tinha medo da morte. Hoje, por ter filhos menores, em razão dos meus próprios netos, uma coisa me traz muito medo da morte. Eu vou deixar netos e outras pessoas que me ajudaram. Não sei o que seria dessas pessoas, e minha preocupação é essa.
Que descanse em paz.