Tony Flow and the Miraculously Majestic Masters of Mayhem, Naked Toddler, Meggadeaths. Você conhece essas bandas? Provavelmente sim, mas (felizmente) não com esses nomes.
Escolher o nome de uma banda é sempre uma tarefa difícil. No meio de tantas ideias, é sempre possível que um ótimo nome passe despercebido ou que um péssimo seja escolhido.
A última situação quase foi o caso de vários grupos extremamente famosos hoje em dia. Nessa lista, escolhemos os 25 maiores desastres evitados — bandas que, originalmente, teriam nomes horríveis mas felizmente acabaram mudando.
Isso não significa, necessariamente, que o nome final seja excelente também. Afinal, entre Nickelback e Village Idiots, é difícil escolher o menos pior. Veja a seguir!
Mookie Blaylock (Pearl Jam)
Mookie Blaylock foi um famoso armador da NBA nos anos 90 e, enquanto jogava no New Jersey Nets, inspirou o nome de uma banda de Seattle. No entanto, apesar de ser um nome até bom, o grupo liderado por Eddie Vedder tinha algumas ressalvas — seria impossível, por exemplo, criar uma marca registrada e vender produtos.
Daí surgiu o Pearl Jam. Como contou a Rolling Stone em uma lista que inspirou esta aqui, o baixista Jeff Ament simplesmente pensou aleatoriamente no nome Pearl (“Pérola”) e a outra parte veio à sua cabeça depois de um show do Neil Young & Crazy Horse, no qual todas as músicas eram jams de 15 ou 20 minutos.
On a Friday (Radiohead)
No início de sua carreira, Thom Yorke e seus companheiros ensaiavam apenas às sextas-feiras. Por isso, eles resolveram chamar a banda de On a Friday. Genial, só que não: a gravadora EMI não gostou e eventualmente eles se inspiraram em uma obscura música dos Talking Heads e escolheram Radiohead.
The Young Aborigines (Beastie Boys)
Apesar de Mike D ter dito que Beastie Boys era “o nome mais estúpido” que puderam pensar (um acrônimo para Boys Entering Anarchistic States Towards Inner Excellence), é difícil concordar com isso quando a banda se chama The Young Aborigines antes disso.
Em referência aos aborígenes, povo tradicional da Austrália, o nome que trazia no mínimo um caso de apropriação cultural veio porque a música “deveria ser primitiva em alguma forma”, segundo o baixista Jeremy Shatan (via Rolling Stone). Por sorte, Shatan se mudou e o nome ficou menos pior.
Sigma 6, Screaming Abdabs, Tea Set, Leonard’s Lodgers, Meggadeaths (Pink Floyd)
O Pink Floyd teve uma coleção de nomes ruins antes de escolher um que, apesar de fazer pouco sentido, pelo menos soa bem.
Entre Sigma 6, Screaming Abdabs (uma expressão inglesa para designar aquelas doenças que não tem nome), Tea Set (aparatos de chá), Leonard’s Lodgers (“Os Hóspedes de Leonard”) e até Meggadeaths, acho que podemos concordar que Pink Floyd é disparada a melhor opção. Pelo menos o último inspirou uma certa outra banda…
Soft White Underbelly (Blue Öyster Cult)
Soft White Underbelly é um nome bem pouco sonoro, mas acompanhou a banda comandada por Buck Dharma por algum tempo e até por alguns discos. A expressão significa algo como “Ponto Fraco Branco” e teria tranquilamente sido o ponto fraco de uma ótima banda do Rock.
Só com a entrada de Eric Bloom o bom senso parece ter atingido os músicos, que eventualmente se rebatizaram como Blue Öyster Cult — que, goste ou não, encaixa bem perfeitamente com as canções dos caras.
The Pendletons (Beach Boys)
Em uma história pra lá de curiosa, os Beach Boys nunca escolheram de fato esse nome. A banda que tinha zero contato com o mundo do surfe e entrou de cabeça no surf rock havia adotado o nome The Pendletons, em referência às camisas que surfistas usavam na época (e, como vemos na foto acima, os caras usam até hoje em dia).
A escolha de Brian Wilson, no entanto, não agradou à gravadora — que, sem avisar nada, lançou os rapazes como Beach Boys quando divulgou o single “Surfin'”. Aí já era tarde demais para mudar, mesmo com Wilson nunca tendo exatamente curtido a decisão.
Wicked Lester (KISS)
Antes do KISS ser lendário (com um nome que não é bem lá essas coisas também), Gene Simmons e Paul Stanley tocavam no Wicked Lester, onde “não havia guitarra nem perto do suficiente” e a maior inspiração era os Doobie Brothers.
Curiosamente, foi o sempre-esquecido Peter Criss que inspirou a mudança pois tocava em uma banda chamada Lips (“Lábios”) antes de se juntar a Simmons e Stanley. Mas é claro que ele odiou e, como sempre, teve sua opinião ignorada pelos colegas.
Burn the Priest (Lamb of God)
Existe uma linha muito tênue entre um nome provocativo e um que vai atrapalhar a vida da banda.
Foi exatamente essa a linha que o Lamb of God cruzou antes de passar a se chamar “Cordeiro de Deus”. Segundo o próprio Randy Blythe, “você automaticamente passa a ter ‘Mau’ estampado na sua testa com um nome como Burn the Priest (‘Queime o Padre’)”. O segredo é a sutileza!
The Shrinky Dinks (Sugar Ray)
Olha que curioso: o nome que o Pearl Jam desistiu de usar para si (Mookie Blaylock) salvou o Sugar Ray de se chamar The Shrinky Dinks em referência ao “brinquedo mais inútil” dos Estados Unidos. Acontece que, quando os caras começaram a crescer, a empresa que fabricava os Shrinky Dinks ameaçaram processo.
E aí, inspirados pelo Mookie Blaylock, Mark McGrath e companhia foram atrás de nomes de atletas. Eventualmente, esbarraram no boxeador Sugar Ray Robinson, que melhorou em 200% o batismo dos caras.
Tony Flow and the Miraculously Majestic Masters of Mayhem (Red Hot Chili Peppers)
Se você acha que Red Hot Chili Peppers é um nome grande demais, pense duas vezes.
Já imaginou explicar pra sua mãe que você está indo no show do Tony Flow and the Miraculously Majestic Masters of Mayhem — ou, em português, “Tony Fluxo e os Mestres Miraculosamente Majésticos da Destruição”? É, ainda bem que Anthony Kiedis e companhia evitaram esse desastre.
The Polka Tulk Blues Band (Black Sabbath)
Inspirado no filme de Boris Karloff, o baixista Geezer Butler sugeriu o nome perfeito para a primeira banda de heavy metal do mundo: Black Sabbath.
Antes disso, o quarteto tocava um blues rock com o nome The Polka Tulk Blues Band. O próprio Tony Iommi já odiava a escolha na época, dizendo a Ozzy Osbourne que toda vez que o ouvia, só conseguia imaginar o vocalista “com suas calças no tornozelo, dando uma puta cagada”.
Repete comigo: obrigado, Geezer Butler!
Naked Toddler (Creed)
Naked Toddler se traduz para “Recém-Nascido Pelado”. Sério, imagina dizer que você está indo no show da Recém-Nascido Pelado.
O próprio Scott Stapp admitiu que o nome não pegou bem. “As garotas odiaram e disseram que fazia elas lembrarem de pedofilia”, disse ele em sua autobiografia. Mas precisou que alguém te avisasse disso?
Village Idiots (Nickelback)
Como falamos no começo, não é porque o nome original era ruim que o final foi necessariamente melhor. Entre Village Idiots (“Idiotas da Vila”) e Nickelback (uma posição de futebol americano), fica difícil escolher o menos pior…
Fecal Matter, Pen Cap Chew, Bliss, Ted Ed Fred, Skid Row (Nirvana)
Te contamos melhor por aqui sobre o processo que levou Kurt Cobain a escolher o nome Nirvana, que é sinceramente um dos melhores da história.
Por outro lado, a banda quase teve um dos piores nomes da história quando considerou Fecal Matter — “Matéria Fecal” — e outros como Pen Cap Chew (“Mastigar Tampa de Caneta”) e até mesmo Skid Row, que certamente encaixava muito melhor no som de Sebastian Bach e companhia.
Rocket Baby Dolls (Muse)
Aparentemente, o Muse sempre quis ter um nome relacionado a mulheres.
Pelo menos, a banda de Matthew Bellamy abandonou a ideia de se chamar Rocket Baby Dolls (“Bonequinhas de Foguete”) e escolheu “Musa”, que soa um pouco mais normal, não é mesmo?
The Sex Maggots (Goo Goo Dolls)
“Os Vermes do Sexo”? Sério?
Com esse nome, teria sido bem difícil a banda chegar ao palco do Rock in Rio 2019.
The Angry Young Teddy Bears (The Stone Roses)
The Stone Roses é um nome bem legal — soa bem, parece descolado e encaixa com a sonoridade da lendária banda.
The Angry Young Teddy Bears, ou “Os Jovens Ursinhos Bravos” em português, é o completo oposto de tudo isso.
Girl’s Tyme (Destiny’s Child)
Ah, o fim dos anos 90! O grupo que teve Beyoncé como integrante acabou tendo um lindo nome, mas inicialmente quase foi vítima de uma daquelas coisas que não envelhecem bem.
Na época, era moda trocar letras de palavras — como o “i” pelo “y” — e, assim, as garotas pensaram que Girl’s Tyme (“Hora das Garotas”, nessa versão estilizada) seria um ótimo nome. Felizmente, mudaram de ideia.
Duck Tape (blink-182)
Muita gente se pergunta o que significa o “182” no nome do blink-182, e existem centenas de respostas para isso.
Antes disso tudo, no entanto, a banda se chamava Duck Tape (“Fita Pato”) e a explicação ali é bem simples. Sempre engraçadinhos, os caras estavam fazendo um trocadilho com “duct tape”, que é como se fala “fita crepe” em inglês.
Em tempo, o trio de San Diego adotou o nome blink, mas teve que adicionar o número 182 ao final após descobrir que um grupo com o mesmo nome já existia na Europa.
Warsaw (Joy Division)
Como te contamos aqui, a história do nome Joy Division é bem bizarra e pesada.
A banda faz referência a um conto da época da Segunda Guerra Mundial em que os nazistas mantinham mulheres judias separadas nos campos de concentração para fins sexuais. Chamava-se esta separação dos grupos de mulheres de “Joy Divisions” (algo como “divisões de alegria/prazer”, em português).
Não fosse por isso, ninguém pensaria que o nome anterior do grupo possivelmente também tinha a ver com a Segunda Guerra Mundial. Warsaw é o nome em inglês para Varsóvia, capital da Polônia e cidade importante durante aquele período.
No entanto, o nome foi inspirado na faixa “Warszawa”, de David Bowie. Então tá, né?