Música

Raul Seixas, At The Drive-In e as letras que "previram" o Coronavírus

Em "O Dia Em Que A Terra Parou", Raul Seixas cantou sobre como as todas as pessoas decidiram que ficariam em casa. ATDI lançou "Em Quarentena" em 2000.

Raul Seixas em O Dia Em Que a Terra Parou

Estamos vivendo um dos períodos mais tristes da história com a pandemia de Coronavírus.

Responsável pela doença COVID-19, o vírus provocou atitudes raríssimas sendo muitas delas inéditas, como fechamento de fronteiras, proibição de aglomerações e mais.

A indústria do entretenimento foi um dos principais alvos do Coronavírus e é bem possível que, na retomada, o mercado de shows e eventos nunca mais seja o mesmo.

Letras de Músicas e o Coronavírus

É claro que agora muita gente começa a se lembrar de letras de canções que falam sobre um ambiente apocalíptico que lembra muito o que estamos vivendo hoje.

É o caso do leitor do TMDQA! Itamar Junior, que entrou em contato com a gente para relembrar a canção “Quarantined” (“Em Quarentena”), do At The Drive-In, lançada há longos 20 anos em Relationship Of Command (2000).

Na letra, Cedric Bixler-Zavala canta sobre um mundo distópico e violento, com passagens que lembram cidades abandonas por conta de um surto:

Autonomous machete for hands (Facão autônomo no lugar das mãos)
Warden and judge hide behind masks (Diretor e juiz atrás de máscaras)
Wet raindrop lull (Calmaria da gota de chuva molhada)
Small rationing (Pequeno racionamento)
Exhumed the rhetoric of (Exumada a retórica de)
Break the weak in single file (Quebrar o fraco em um único arquivo)
Sanction this outbreak- a virus conspires (Sancione esse surto – um vírus conspira)
Push becomes shove, days become months (As coisas ficam difíceis, dias se tornam meses)
I seem to have forgotten the warmth of the sun (E eu até me esqueci do calor do Sol)

Feeding frenzy, it’s contagious (Alimentando frenesi, é contagiante)
Have trigger, will travel (Há gatilho, irá viajar)
Single sparks are spectral fires (Simples faíscas são chamas espectrais)

Shackled the grapple and the sentinels found (Algemados e as sentinelas encontradas)
Binoculars watch cardboard towns (Binóculos enxergam as cidades de papelão)
Strung up in webs the net was flung (Presos nas teias a rede foi arremessada)
Over the auditorium (Sobre o auditório)
Slave trade the weak, no call to arms (Troque os fracos como escravos, sem chamado às armas)
Sanction this outbreak; a virus conspires (Sancione esse surto; um vírus conspira)
Push becomes shove, days become months (As coisas ficam difíceis, dias se tornam meses)
And I seem to have forgotten the warmth of the sun (E eu até me esqueci do calor do Sol)

Raul Seixas

Outra letra que tem circulado na Internet como uma “previsão” do Coronavírus é a de “O Dia Em Que a Terra Parou”, escrita por Raul Seixas e Cláudio Roberto e lançada por Raul em 1977 no disco de mesmo nome que tem o mega hit “Maluco Beleza”.

Na letra, ele diz:

Essa noite eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, eu sonhei
Com o dia em que a Terra parou
Com o dia em que a Terra parou

Foi assim no dia em que todas as pessoas
Do planeta inteiro
Resolveram que ninguém ia sair de casa
Como que se fosse combinado em todo
O planeta
Naquele dia, ninguém saiu de casa, ninguém

O empregado não saiu pro seu trabalho
Pois sabia que o patrão também não tava lá
Dona de casa não saiu pra comprar pão
Pois sabia que o padeiro também não tava lá
E o guarda não saiu para prender
Pois sabia que o ladrão também não tava lá
E o ladrão não saiu para roubar
Pois sabia que não ia ter onde gastar

No dia em que a Terra parou (4x)

E nas Igrejas nem um sino a badalar
Pois sabiam que os fiéis também não tavam lá
E os fiéis não saíram pra rezar
Pois sabiam que o padre também não tava lá
E o aluno não saiu para estudar
Pois sabia o professor também não tava lá
E o professor não saiu pra lecionar
Pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar

(Refrão)

O comandante não saiu para o quartel
Pois sabia que o soldado também não tava lá
E o soldado não saiu pra ir pra guerra
Pois sabia que o inimigo também não tava lá
E o paciente não saiu pra se tratar
Pois sabia que o doutor também não tava lá
E o doutor não saiu pra medicar
Pois sabia que não tinha mais doença pra curar

(Refrão)

Essa noite, eu tive um sonho de sonhador
Maluco que sou, acordei

(Refrão)