Stevie Nicks é uma das mais lendárias vozes da música, tanto em sua carreira solo quanto em seu trabalho com o Fleetwood Mac.
A artista, entretanto, tem um história conturbada e cheia de problemas com drogas — assim como boa parte do grupo que ajudou a levar à fama. Em um novo especial publicado pela Classic Rock, o jornalista Mick Wall compilou alguns relatos de Nicks durante vários anos sobre o assunto.
Falando sobre sua carreira solo em 1982, ela chegou a admitir que precisava de mais controle:
Há um lado selvagem em mim e há um lado livre. Conforme fico um pouco mais velha e um pouco mais sábia, ainda há o lado selvagem que não quer nenhuma disciplina de qualquer forma na vida, e essa parte de mim sabe que a única forma que eu posso alcançar as pessoas é não estando tão terrivelmente fora de controle, balanceando os dois.
Naquele momento, tanto o Fleetwood Mac (que lançava Mirage) quanto sua carreira solo estavam indo muito bem. No entanto, alguns anos depois, a coisa mudou muito e sua icônica voz se viu transformada, como Wall descreve, em uma “tia dos gatos cheia de rugas”. E a culpa tinha nome: cocaína. Além, é claro, de muita bebida (conhaque e champanhe, especialmente) e cigarros.
Stevie Nicks e o vício em cocaína que deixou “buraco no nariz”
Ao relembrar este período, Nicks admite:
Éramos todos viciados em drogas, mas houve um ponto em que eu era a pior. A mais viciada. Eu era uma garota, eu era frágil, e eu estava usando muita cocaína. E eu tinha aquele buraco no meu nariz. Então era bem perigoso.
O “buraco no nariz” ao qual ela se refere foi causado em seu septo pelo uso exagerado da droga, e rumores apontam que ela teve que fazer uma rinoplastia devido a isso. Já em 1986, Nicks finalmente buscou uma clínica de reabilitação — e acabou substituindo um vício por outro, já que o “Doutor Pau no Cu”, como ela descreve, lhe receitou um tranquilizante chamado Klonopin, comercializado aqui no Brasil como Rivotril.
O fato é que Stevie Nicks era a única com significante sucesso comercial e crítico desde Mirage. Por isso, o processo de composição de Tango in the Night viu a banda mais presente do que em muitos anos enquanto a vocalista se ausentou, chegando até a comentar que parecia nem estar no disco quando o ouviu pronto pela primeira vez. Daí pra frente, as coisas só degringolaram cada vez mais até a banda anunciar seu fim em 1995.
Naquela época, Mick Wall conta que visitou a casa de Nicks. Por lá, ela admitiu que ainda amava todo mundo — inclusive Lindsey Buckingham e Mick Fleetwood, com quem havia tido problemas — e que não se via de volta ao Fleetwood Mac. “A não ser que…”, completou a vocalista que retornou à banda em 1997 e não saiu mais.