MRossi: fotógrafo brasileiro mostra 30 anos de registros em documentário

Documentário do fotógrafo MRossi mostra três décadas de história através de imagens e celebra o rock, os shows e os festivais pelo Brasil.

Foto: MRossi/Divulgação
Foto: MRossi/Divulgação

O fotógrafo Marcelo Rossi acaba de lançar o filme “MRossi.DOC: sobre fotografia, shows e rock n’ roll”, que documenta seus mais de 30 anos de carreira e mostra os bastidores de grandes shows e festivais pelo Brasil.

Um dos nomes mais conhecidos e respeitados da profissão não só por aqui, mas também lá fora, Rossi traz no vídeo depoimentos de artistas nacionais e internacionais, como Marky Ramone (Ramones), Steven Tyler (Aerosmith), Dinho Ouro Preto (Capital Inicial), Frejat (Barão Vermelho), Nasi (Ira!), Supla e mais. Grandes profissionais gringos da fotografia, como Zack Whitford e Bob Gruen, também estão na produção.

Estes nomes falam sobre a importância de ter um bom profissional registrando seus trabalhos, e exaltam a carreira e a competência de Marcelo. “Ele segmentou a categoria dele no Brasil. Ele é um fotógrafo especializado em rock reconhecido no mundo,” afirma Caito Maia, fundador da Chilli Beans.

Marky Ramone, baterista dos Ramones, confirma:

Sempre gostamos de tê-lo por perto. Ele era como um fotógrafo oficial dos Ramones no Brasil. Ele sabe exatamente o que fazer, de onde capturar a ação e se posicionar para registrar a luz e empolgação de um show. Todos os artistas que conheço e que já tiveram contato com ele sempre dizem coisas boas de seu trabalho.”

Outros depoimentos vão além e definem o trabalho de MRossi como mais do que a captura de uma simples imagem, mas de um espírito.

O filme entrevista ainda nomes como Junior Camargo, da 89 FM A Rádio Rock, de São Paulo, e Nico Gomes, produtor da Move Concerts Brasil, envolvido na vinda de nomes como PIL, Echo & The Bunnymen e Simples Minds ao país, isso lá na década de 80. Eles e outros entrevistados dizem sobre como a fotografia era importante, sobretudo numa época analógica, sem as facilidades de hoje em dia, e relembram grandes momentos de suas histórias através de imagens.

O cantor Supla e o jornalista Gastão Moreira contam suas experiências de comprar discos e reconhecer visualmente o artista apenas pela foto da capa de seu trabalho, e ainda da ótima sensação de rasgar a embalagem de um CD para ver o encarte.

Coberturas e relações pessoais

O brasileiro já tirou fotos de bandas como Rolling Stones, Metallica, Megadeth, Kiss, Depeche Mode, Slipknot, Red Hot Chili Peppers, U2 e muito mais. Já cobriu também eventos como o Rock in Rio, Monsters Of Rock e Lollapalooza, e esteve envolvido na produção de capas de álbuns de vários artistas do Brasil.

O Capital Inicial, por exemplo, tem trabalhos assinados por MRossi, e o líder da banda, Dinho Ouro Preto, consegue diferenciar a visão dele dos outros profissionais do mercado. “Nós já trabalhamos com vários fotógrafos consagrados do mundo da moda e da publicidade, mas sempre dá errado. Fotografar rock n’ roll é muito mais que isso”, enfatiza.

A explicação para a avaliação positiva de suas fotos está no objetivo de Marcelo a cada clique: “a característica principal do meu trabalho como fotógrafo de show é levar o público para o show, mesmo sem ele estar presente”, comenta.

Mas a relação fotógrafo e artista não vive só de sessões de fotos para capas de discos e cliques de momentos inesquecíveis em cima do palco. A amizade de Marcelo e Dinho, por exemplo, já dura 30 anos e até música os dois já fizeram juntos. Ele revela uma relação também com o já citado Marky Ramone. Mas lembra, antes de tudo, de saber separar o Marcelo amigo do Marcelo profissional:

Você tem que saber o seu lugar no trabalho. Você não pode estar dentro do camarim e aproveitar certos momentos para tirar fotos que não condizem com a postura e a imagem que o artista tem. Você tem que saber respeitar certos limites. Quando você é amigo de alguém, você não quer envergonhar essa pessoa, e eu não sou paparazzi a ponto de tirar uma foto de alguém numa situação constrangedora e querer faturar com isso. Eu acho isso muito feio!

Documentário do fotógrafo MRossi

O filme já disponível é a primeira parte de uma trilogia e é apenas um produto de um projeto com outros materiais sobre música e fotografia. Um livro, chamado MRossi Live Rock Photography, com 1400 imagens de mais de 400 bandas no palco e no backstage, já saiu no ano passado, e outra obra com casos do rock, além de passagens da vida e da carreira do artista, está prevista para ser lançada em 2021.

Vale ressaltar que o documentário, em seus quase 90 minutos de duração, aborda ainda o crescimento do mercado de shows no Brasil e a profissionalização destas produções no país desde a década de 80.

Você pode assistir ao filme abaixo e acompanhar o trabalho de MRossi pelo Instagram e pelo Facebook: