Como te explicamos por aqui ontem, a atriz e secretária da Cultura Regina Duarte teve uma participação bem bizarra em um programa da CNN Brasil que envolveu um vídeo gravado por Maitê Proença.
Ao final de uma entrevista em que relativizou mortes e tortura, o canal começou a mostrar a gravação de Maitê, que iria pedir para que Regina conversasse com a sua classe, a classe que representa no cargo que ocupa, a dos artistas.
O vídeo gravado naquele mesmo dia à tarde mal começou e a Secretária “deu um chilique”, como ela mesmo descreveu, falando que o canal de televisão estava “desenterrando” coisas. Aparentemente a atriz achou que esse era um vídeo publicado anteriormente, mas na verdade ele foi feito especialmente para essa ocasião, como uma forma de diálogo.
Comentários de Maitê Proença
Maitê Proença foi procurada pela revista Veja (via Catraca Livre) e falou sobre o acontecimento. A atriz explicou que queria um pronunciamento da secretária sobre a situação que a cultura vive neste momento de pandemia, sendo “os primeiros a parar e os últimos a voltar” e acredita que Regina “não quis ouvir”:
Como a Regina foi ontem conversar com o presidente, a CNN me ligou e eu topei falar. Achei que estava na hora de fazer alguma coisa como classe. Eu acho que ela (Regina) não quis ouvir. Ela presumiu que era uma coisa do passado, não era. Eu estou absolutamente viva. A cultura está perplexa com esse silêncio abissal em relação à política pelo setor, nós estamos vivendo de vaquinhas. Fomos os primeiros a parar e seremos os últimos a voltar, pois nosso trabalho pressupõe uma aglomeração. Nossos grandes estão morrendo, como Rubem Fonseca e Flávio Migliaccio, e ela e o presidente não dizem uma palavra.
Maitê também deixou bem claro que foi uma das primeiras a defender “o direito de pensar diferente” de Regina, mas que agora está “clamando para ela mostrar os feitos e conversar com a sua classe”. Segundo ela, foi um pedido e ela ainda acredita que a secretária é “bom caráter”:
Eu fui a primeira pessoa a defender a Regina ter o direito de pensar diferente. Mas agora estou clamando para ela mostrar os feitos e para conversar com a sua classe. Eu pedi para ela, mas ela não quis escutar. É isso que nós temos para hoje. Eu gosto dela. Eu penso diferente dela, mas eu respeito o direito de enxergar o mundo de forma diferente. Eu acredito que a Regina é bom caráter.
É, o diálogo está complicado, mas pelo visto a classe artística ainda tem alguma esperança de uma resolução positiva. Seguimos torcendo!