Conversamos com Alison Mosshart sobre nova fase na carreira e seu caótico processo criativo

Conhecida por seu trabalho com The Dead Weather e The Kills, Alison Mosshart conversa com o TMDQA! sobre sua novíssima carreira solo.

Alison Mosshart

Conhecida como uma das melhores vocalistas do rock alternativo dos últimos 20 anos, é realmente surpreendente que Alison Mosshart só esteja começando a sua carreira solo agora. Com uma personalidade forte em projetos como The Kills e The Dead Weather, ela vai lançar um compacto duplo com as ótimas “It Ain’t Water” e “Rise” .

De sua casa em Nashville, Mosshart conversou com o TMDQA! sobre essa nova e surpreendente fase na sua carreira.

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Você pode ler a entrevista exclusiva logo abaixo.

 

TMDQA!: Como está a quarentena, Alison?

Alison Mosshart: Eu confesso que estou bem feliz de ter essas músicas saindo agora. (Risos) É um modo de ter algo para me ocupar, para fazer. Estou também produzindo muito. Sou sortuda que aqui, no meu estúdio em Nashville, tinha muita tinta e estou me divertindo muito. É realmente o momento mais estranho que passei na minha vida. Estou morrendo de saudade de viajar e dos meus amigos, mas curiosamente acho que tenho até falado mais que o normal com eles…

TMDQA!: Eu sigo seu trabalho desde o começo do The Kills e parece tão natural essas faixas solo, parece uma continuação de tudo que você já fez. E por isso mesmo parece surpreendente como levou tanto para um trabalho solo! Então, por que demorou tanto?

Alison Mosshart: Não sei, de verdade. Escrevo música o tempo todo e para muitos materiais diferentes. Acho que é só a primeira vez que colocamos um nome, sabe? “Isso aqui é um lançamento solo”. Eu acho que soa como as coisas que eu faço pois bem… sou eu! (Risos) Esse material é o tipo de coisas que sempre fiz mas acho que ninguém tinha reparado.

TMDQA!: “It Ain’t Water” e “Rise” tÊm uma vibe bem blueseira. É uma influência aí de Nashville?

Alison Mosshart: Não, por incrível que pareça. “Rise” tem alguns anos e foi feita em Londres e “It Ain’t Water” nasceu em Los Angeles no ano passado. Realmente não foi Nashville dessa vez. Mas eu amo blues, acho que isso está em mim, sabe?

TMDQA!: Compor é um modo de manter a mente em controle?

Alison Mosshart: Acho que sempre. Escrevo música pois é algo que me dá prazer. É catártico, sabe? Acho que criar arte é assim. É o modo de lidar com problemas, investigar sentimentos e tentar entender sentimentos dos outros e do mundo. Adoro fazer isso e acho que não sei não fazer.

TMDQA!: Você trabalha com diferentes formas de arte – de fotografia até literatura. Como isso inspira a sua música?

Alison Mosshart: Não sei dizer uma coisa só pois tudo meio que acontece ao mesmo tempo. E quando eu falo tudo ao mesmo tempo, é mesmo. Agora, se você entrar no meu estúdio, tem as minhas guitarras e amps de um lado, aí tem pinturas, telas e tintas do outro e no meio tem uma mesa para criações gerais. Basicamente meu processo, que é bem caótico, é ficar circulando esse quarto como um abutre começando uma coisa aqui, largando, começando outra ali, fazendo de novo. E quando eu percebo já são 3 da manhã e quero fazer música mas acabo fazendo uma pintura…

TMDQA!: Se você pudesse voltar no tempo e dar um conselho pra você mesma ali no meio dos anos 90, começando a fazer música, qual seria?

Alison Mosshart: Acho que seria: tente fazer de tudo. Não sei se isso seria para o que funcionaria, mas acho que acreditar na intuição sempre. E não faça tudo igual.

TMDQA!: Vi você e o Jamie [Hince, parceiro de The Kills] alguns anos atrás no Rio de Janeiro e foi surreal. Quando tudo isso passar, podemos esperar um “come to Brazil” em breve?

Alison Mosshart: Sim, por por favor façam uma campanha dessas de “Come to Brazil! (Risos) Eu estou adorando que esses últimos dias tenho falado com tanta gente da América do Sul, aí me sinto em turnê e lembro daí e é tão bom. (Risos) Estou viajando através dessas entrevistas.

TMDQA!: Você tem mais discos que amigos? Algum disco que é um verdadeiro amigo?

Alison Mosshart: Sim, muito! Eu tenho tantos. Acho que se tivesse que escolher a coleção de um artista, seria com os meus álbuns do Fugazi. Sempre me fazem sentir feliz.

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