Glória Maria relembrou um dos momentos mais comentados de sua carreira como jornalista em uma conversa franca com Pedro Bial.
A apresentadora global foi entrevistada no programa Conversa com Bial na última segunda-feira (18), onde abriu o jogo inclusive sobre um tumor no cérebro contra o qual vem lutando nos últimos meses. Em um momento mais leve, porém, Glória relembrou uma reportagem que fez ao viajar para a Jamaica.
Em um dos episódios do Globo Repórter, ela apareceu fumando Ganja no país — o termo de origem hindi se refere a uma “vertente” da maconha. Segundo a apresentadora, ela teve que negociar este momento com a comunidade rastafari.
Leia (via Papel Pop):
Eu fumei aquele negócio na mais radical e pura comunidade rastafari da Jamaica. Nós negociamos três meses, assinamos um papel dizendo que a gente respeitaria todos os regulamentos, inclusive rezar na entrada e fumar na saída. Depois que a gente saiu de lá, ficamos na recepção do hotel por umas cinco, seis horas, sem conseguir voltar para o quarto. Ninguém sabia onde estava. Até hoje não sei se voltei.
Pelo menos rendeu uma baita momento, hein?
Racismo
Ainda na entrevista, Glória Maria falou sobre o racismo que enfrentou durante a carreira, citando inclusive a época da ditadura. Sobre os tempos atuais, ela fala:
A diferença é que hoje as coisas ganham uma proporção maior. Nada mudou, a discriminação continua igualzinha. As pessoas acham que hoje é pior. Não, não, não. Quem não gosta de preto, não gosta. Quem é racista é racista. Não adianta a Glória Maria apresentar o Jornal Nacional, o Globo Repórter, o Fantástico. Ela é negra? Então, tem que ser discriminada ou diminuída. (…) Dizem assim: ‘elas não percebem’. Percebem, sim. Elas sabem que são racistas e gostam de ser. E quem é racista tem o prazer de ser racista, tem prazer em diminuir o outro seja do jeito que for.