Música

Roger Daltrey (The Who) rejeita ordem de ficar em casa: "vão se foder"

Em entrevista, Roger Daltrey (The Who) diz que não vai receber ordens de ninguém para ficar em casa e xinga — mas agradece profissionais de saúde.

Roger Daltrey, do The Who
Foto: Wikimedia Commons

O mundo inteiro está preocupado com a COVID-19, afinal já são milhares e milhares de mortos em decorrência da doença através do planeta. Mas Roger Daltrey, vocalista do The Who, é o alecrim dourado do campo que não quer respeitar as regras.

Não é piada: por viver em uma região rural, o cantor acredita que não precisa atender às recomendações de isolamento social, e falou recentemente em entrevista ao Express (via Ultimate Classic Rock) que não vai receber ordens de ninguém para isso, deixando ainda um recado bem claro:

Eu vivo no campo, então é bem mais fácil. Eu nem imagino como deve ser estar preso em Londres em um flat com crianças. […] Eu não estou reclamando de nada, mas, igualmente como uma pessoa de 76 anos, eu não vou receber ordens de ninguém para ficar em casa. Vão se foder. Nós não podemos nos enrolar em algodão.

No momento atual, há uma certa confusão em sua terra natal (o Reino Unido) sobre os próximos passos no combate ao novo Coronavírus, já que algumas opiniões conflitantes têm deixado o público confuso. Daltrey revelou que acredita que as diferentes visões de cientistas é que causam essa bagunça:

Para cada acadêmico que nos diz uma coisa na ciência, tem algum outro cientista igualmente acadêmico do outro lado da cerca falando, ‘Não, você está errado e isso é o que devemos fazer.’ Não é de se surpreender que o público esteja confuso, não é de se surpreender que o governo esteja confuso e não é de se surpreender que, ao redor do mundo, tenhamos resultados diferentes sobre como estamos superando isso.

Roger Daltrey e caridade durante a pandemia

Por outro lado, Daltrey expressou preocupações com as pessoas que estão passando necessidade nesse período, lembrando da sua instituição de caridade (o Teenage Cancer Trust) que está em sério risco de não sobreviver à crise — segundo o músico, é preciso arrecadar quase R$40 milhões para manter o fundo.

Ele também disse “sentir muito” por jovens músicos, já que definitivamente a indústria do entretenimento é uma das mais afetadas por tudo isso:

Eu sinto muito pelos jovens músicos. […] E também pelos músicos de orquestra, essas pessoas que estudaram por anos e anos e anos para tocar em orquestras… Eles estão todos sem trabalho — as equipes de turnê, os motoristas de ônibus, o pessoal da iluminação, a indústria toda está por um fio. […] É horrendo.

Por fim, o vocalista também deixou claro que, apesar de tudo, está “muito orgulhoso” da resposta dada pelo Reino Unido à crise de saúde:

Eu estou muito orgulhoso de nós por isso e, novamente, os nossos médicos e profissionais de saúde na linha de frente, eu bateria palmas o dia todo por eles.

Talvez seja mais eficiente ficar em casa do que bater palmas, hein, Roger?