Além de ser líder do Queens of the Stone Age há anos, Josh Homme também lidera o projeto Desert Sessions que, depois de um longo hiato, ganhou dois volumes no ano passado.
O coletivo musical reuniu participações de nomes como Billy Gibbons (ZZ Top), Les Claypool (Primus) e Mike Kerr (Royal Blood), e veio com uma divulgação que mostra realmente o viés colaborativo do projeto. O clipe de “Crucifire”, parceria com Kerr, é um ótimo exemplo disso ao ser desenvolvido totalmente em animação.
Agora, depois de uma visita ao campus de Los Angeles da New York Film Academy, a colaboração se estendeu a jovens alunos do curso de cinema e dois foram escolhidos. Gabriele Fabbro e Jonathan Samukange foram selecionados e receberam, então, uma verba para “traduzir as letras e música às suas próprias visões”.
Antes dos vídeos, é exibida uma mensagem de Homme que explica bem a proposta:
As ‘Desert Sessions’ de Josh Homme sempre foram inspiradas pelos princípios fundadores da colaboração e expressão artística sem limites.
Em um esforço para fazer uma ponte entre o espírito colaborativo do coletivo musical e das artes visuais, o ‘Desert Sessions’ — em conjunto com a New York Film Academy — concedeu uma doação a dois cineastas da NYFA para criar clipes para as ‘Desert Sessions Vols. 11 & 12’.
As músicas escolhidas por Fabbro e Samukange foram, respectivamente, “If You Run”, parceria com Libby Grace, e “Move Together”, que conta com Carla Azar (Autolux, Jack White), Stella Mozgawa (Warpaint), Gibbons e Claypool. Você pode conferir os resultados, bem como os relatos de inspirações dos alunos, logo abaixo!
Josh Homme, Desert Sessions e clipes feitos por alunos
Na visão de Gabriele Fabbro, o clipe de “If You Run” veio inspirado na violência que jornalistas europeus têm sofrido e é contado pelo olhar de uma jovem mulher (via NME):
Eu costumava ler muitas notícias sobre assassinatos, especialmente em jornais europeus. Eu me lembro de um em particular que aconteceu em um milharal. Esse artigo me veio à mente enquanto escutava ‘If You Run’. Com esse clipe eu quero tocar em temas como o ‘femicídio’, ‘busca por justiça’, ‘curiosidade inocente vs. violência’. Mas acima de tudo, eu quero brincar com o medo existencial. O medo de não poder fazer nada. Todas as ferramentas no vídeo, desde a tremura dos takes feitos com a câmera na mão até o som distorcido do rádio, servem para exagerar esse medo.
Já Jonathan Samukange descreve sua representação de “Move Together” como uma “visão psicodélica da história de Adão e Eva” filmada em seu país natal, o Zimbábue, com a ajuda de uma vila inteira:
Eu queria criar um equilíbrio desatado entre computação gráfica e realidade. Eu quero que o meu público escape para uma cápsula do tempo, seguindo a trágica história de amor de Adão e Eva.
A ideia é completamente maluca, mas ao mesmo tempo é fixada na realidade por temas de amor, coletividade, colaboração, traição, e até lavagem cerebral.
E aí, qual dos dois é seu preferido?