O ano de 1999 certamente foi ótimo para os fãs de rock, por conta de lançamentos icônicos para o gênero.
Conforme listamos para você, grupos como Foo Fighters, blink-182, Slipknot, Rage Against The Machine e muito mais brilharam na época com seus discos, mas temos que falar de um em especial: Californication, o sétimo álbum do Red Hot Chili Peppers.
Lançado no dia 8 de Junho de 1999, há exatos 21 anos, o álbum se mantém como um dos melhores da banda em meio a sua discografia de 11 discos de estúdio (até então). Após mudanças na formação, a banda vinha de um momento um tanto instável, que envolveu o lançamento do divisor de águas One Hot Minute (1995). No entanto, a volta por cima foi dada graças a Californication, que moldou uma sonoridade de sucesso seguida nos próximos álbuns.
Frusciante de volta
A saída de John Frusciante do posto de guitarrista em 1992 fez com que a banda procurasse imediatamente um substituto. O Red Hot vivia o seu melhor momento até então, graças aos frutos de Blood Sugar Sex Magik e Dave Navarro, conhecido por seu trabalho no Jane’s Addiction, assumiu a posição para gravar o próximo álbum do grupo.
A contribuição de Navarro em One Hot Minute deu à banda uma sonoridade inédita, ao associar influências de hard rock e do rock psicodélico ao já característico funk rock. Mesmo com ótimas músicas, a nova formação não agradou a todos.
Frusciante voltou para a banda para as gravações de Californication, após se acertar com os demais integrantes. O aguardado retorno rendeu vários hits e recolocou o Red Hot em paradas de sucesso (e na boca do povo).
O que é a tal “californização”?
Muito do conceito do álbum gira em torno de percepções do vocalista Anthony Kiedis sobre a vida. Isso fica claro em várias das letras, mas especialmente da faixa-título.
Californication diz respeito ao tal “sonho americano” e a tentativa constante de um indivíduo em alcançá-lo no estado da Califórnia. Trata-se do lado sombrio de Hollywood, que acaba com a vida de pessoas como uma espécie de efeito paralelo à fama e ao luxo. Na canção, são apresentadas inúmeras referências à exportação cultural da indústria hollywoodiana.
Ser “californizado”, assim, implica ser comprado pelas promessas falsas feitas por Hollywood. Anthony, por acaso, viveu essa vida de mitos e viu amigos morrerem, além de quase ter perdido a vida para o vício em drogas. “Entende-se que Hollywood vende Californização”, diz um dos versos da canção.
Seis singles, do mais melódico ao mais pesado
De volta à mesma formação de Blood Sugar, a banda deu aos fãs um total de 15 novas faixas, sendo seis delas trabalhadas como singles.
O início da divulgação do álbum se deu com o lançamento de “Scar Tissue” como single prévio. Em uma de suas letras mais pessoais, Anthony Kiedis fala sobre a jornada para a sobriedade. Esteticamente a canção, guiada por uma pegajosa linha de guitarra, apresenta uma face mais melódica do grupo que viria a ser cada vez mais explorada.
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Também serviu para mostrar aos fãs uma “desaceleração” em comparação ao peso das canções do álbum anterior e ganhou um clipe incrível.
Já após o lançamento oficial do disco, a banda trabalhou em cima da faixa “Around the World“, que de leve não tinha nada. Guiada pelo funk rock característico do grupo, a canção é um resumo da banda: versos que beiram o hip hop, guitarra funkeada e um baixo muito presente.
Ainda na temática das drogas, a banda lançou como single um de seus maiores sucessos comerciais: “Otherside“. A canção faz referência ao antigo colega de banda Hillel Slovak, que morreu em 1988.
A faixa-título foi o single seguinte, e foi um sucesso instantâneo. A popularidade da música o do conceito da “Californização” cresceu ainda mais graças ao icônico videoclipe, que simula os Peppers em um videogame.
O som acústico que marca “Road Trippin’” também virou single. Foi uma forma de a banda mostrar todas as influências que fizeram de Californication um álbum tão aclamado. Em 2001, a frenética e distorcida “Parallel Universe” ganhou o status de single promocional.
Fora essas, o álbum ainda conta com músicas muito boas como a serena “Porcelain“, a cativante “This Velvet Glove” e a pulsante “Right on Time“.
E aí? Qual a sua favorita de Californication? Conte para nós nos comentários!