Cultura

“…E o Vento Levou” volta à HBO Max com reflexão sobre racismo e escravidão

Pesquisadora Jacqueline Stewart aparece dizendo que "...E o Vento Levou" precisa estar disponível para poder gerar discussões.

"E o Vento Levou"
Foto: Reprodução/YouTube

O filme …E o Vento Levou acaba de voltar ao catálogo da HBO Max, duas semanas após ter sido retirado da biblioteca de obras da plataforma por conter representações racistas.

Assim como prometido na ocasião, o clássico de Hollywood agora vem com uma mensagem avisando aos telespectadores sobre o conteúdo da produção.

Apresentado pela pesquisadora de cinema Jacqueline Stewart, mulher negra, o vídeo que precede o filme tem quatro minutos de duração e mostra a profissional dizendo que a produção de 1939 pode ser desconfortável e dolorosa, mas ainda assim precisa estar disponível em sua forma original para poder gerar discussões.

…E o Vento Levou apresenta o sul como um mundo de graça e beleza, sem reconhecer as brutalidades do sistema de escravidão em que este mundo se baseia. O tratamento que o filme faz deste mundo através de uma lente de nostalgia nega os horrores da escravidão, bem como seus legados de desigualdade racial.

…E o Vento Levou

O conteúdo ainda lembra que antes mesmo de estrear, lá em 1939, o filme foi motivo de protestos feitos pela comunidade negra, e que a atriz Hattie McDaniel, mulher preta, indicada ao Oscar, não pôde se sentar na plateia junto com todos os outros artistas da produção e nem comparecer à sua estreia conforme as leis daquela época.

Apesar disso, Hattie McDaniel ganhou a disputa, se tornando a primeira pessoa negra a faturar um Oscar.

Além do aviso antes do início do filme, a HBO Max disponibilizou em sua plataforma também um painel de discussão chamado “O complicado legado de …E o Vento Levou“, do TCM Classic Film Festival em abril de 2019, moderado pelo autor e historiador Donald Bogle.