Música

LISTA: 20 riffs dos Anos 50 que mudaram a história da música

Poucas coisas na música são mais marcantes do que os riffs, e o TMDQA! preparou um especial para viajar nas décadas musicais por eles. Comece nos anos 50!

Little Richard, Bo Diddley e Johnny Cash: 20 riffs dos anos 50
Fotos via Wikimedia Commons

Poucas coisas dizem mais sobre a música de uma determinada época do que os famigerados riffs.

Os fraseados que ditam o ritmo, tom, e muitas vezes até a melodia de canções que dominam as paradas ficam marcados por anos e anos e são eles que tornam aquelas músicas instantaneamente reconhecíveis, mesmo se ela não tiver um refrão tão grudento.

Vale lembrar, aliás, que pela definição do New Harvard Dictionary of Music um riff é uma “progressão de acordes ou refrão repetida na música”, de forma que pode ser “um padrão, ou melodia […] que formam a base ou acompanhamento da composição musical”.

É claro, portanto, que o próprio conceito em si foi variando muito ao longo dos anos e lá nos primórdios era muito mais difícil que tivemos os riffs como os conhecemos hoje, bem definidos e geralmente mais escancarados ao ouvinte geral.

É esse o objetivo dessa próxima série de listas que montaremos aqui no TMDQA!: promover um passeio pela história da música por meio dos riffs, celebrando desde os anos 1950 onde eles eram pouco comuns até os anos 2010, e sem se limitar a um único estilo ou instrumento.

Hoje, então, começamos com a década de 1950 e você pode conferir a nossa seleção logo abaixo (em ordem cronológica).

Bill Haley and His Comets – “Rock Around the Clock” (1954)

Se o Rock and Roll chegou aos ouvidos de boa parte dos EUA e depois do mundo, muito se deve a Bill Halley and His Comets. Além de um solo icônico, a linha de guitarra que comanda “Rock Around the Clock” pode não ser excepcionalmente marcante mas ditou o que seria o gênero por anos.

Little Richard – “Tutti Frutti” (1955)

Quem disse que riff tem que ser sempre na guitarra? O lendário e saudoso Little Richard usou seu piano para criar um dos maiores hinos do Rock and Roll e, acompanhado de uma guitarra, deixou marcado o riff de “Tutti Frutti” como um clássico.

Muddy Waters – “Mannish Boy” (1955)

Ainda que o icônico riff da canção seja de autoria de Bo Diddley (em “I’m a Man”), foi a versão de Muddy Waters que obteve maior sucesso graças à sua guitarra mais pesada. A música, aliás, chegou até mesmo a ser sampleada na faixa “Bluesman”, do brasileiro Baco Exu do Blues, lançada em 2018!

Carl Perkins – “Blue Suede Shoes” (1956)

Carl Perkins lançou ao mesmo tempo duas das grandes canções de 1956 com o single que teve “Blue Suede Shoes” como lado A e “Honey Don’t” como lado B. A primeira foi regravada por Elvis Presley e a segunda pelos Beatles; tá bom ou quer mais?

Elvis Presley – “Hound Dog” (1956)

Apesar da original ser de Big Mama Thornton e sem dúvidas os créditos da incrível linha vocal irem para ela, foi na versão de Elvis que “Hound Dog” ganhou um dos riffs mais inesquecíveis dos anos 50 — e um solo sensacional também.

Johnny Cash – “I Walk the Line” (1956)

Literalmente basta ouvir uma nota de “I Walk the Line” para saber que se trata de um dos maiores sucessos da carreira de Johnny Cash. É uma pena não termos mais esse ídolo entre nós, mas certamente seu legado se expandiu bem além da icônica canção — que ainda permanece como um clássico.

Johnny Burnette and the Rock and Roll Trio – “The Train Kept A-Rollin'” (1956)

https://youtu.be/ufzRV3xspYA

Originalmente gravada em 1951 por Tiny Bradshaw, a icônica “Train Kept A-Rollin'” sobreviveu ao teste do tempo muito graças à versão de Johnny Burnette em 1956 que a transformou em um clássico da guitarra. Tanto é que foi regravada “apenas” por nomes como YardbirdsLed Zeppelin (só ao vivo) e Aerosmith.

Bo Diddley – “Who Do You Love” (1956)

“Who Do You Love” pode não ser a canção mais famosa de Bo Diddley, mas a lenda da guitarra certamente deixou um de seus legados mais sensacionais da guitarra nessa gravação. Não é exagero dizer que grande parte dos riffs de rockabilly que existem até hoje só estão aí graças a ela!

The Everly Brothers – “Bye Bye Love” (1957)

https://www.youtube.com/watch?v=kj5IqiY8HXM

“Bye Bye Love” traz uma mistura incrível de Country e Rock que encantou até mesmo o próprio George Harrison, fazendo com que o ex-Beatle regravasse a faixa lá em 1974.

Betinho & seu Conjunto – “Enrolando o Rock” (1957)

Pioneiros na chegada do Rock and Roll ao Brasil, Betinho & seu Conjunto abriram caminho para uma abordagem mais abrasileirada do gênero tão popular na América do Norte e “Enrolando o Rock” foi uma das grandes responsáveis por isso.

Dale Hawkins – “Susie Q” (1957)

“Susie Q” é provavelmente o mais próximo que tivemos do que hoje conhecemos como um riff lá nos anos 50, com suas repetições constantes ditando o ritmo da canção como um todo. Lá em 1968, ela ganhou uma versão pelo Creedence Clearwater Revival que se tornou ainda mais famosa que a original.

Buddy Holly – “Words of Love” (1957)

A lendária carreira de Buddy Holly fez com que “Words of Love” não fosse um de seus maiores hits, mas vale destacar o pioneirismo do cara na canção que ele gravou em diversas fitas e harmonizou consigo mesmo. Ao vivo, ela também soava excelente — e foi regravada pelos Beatles anos depois, em uma versão mais rápida.

Jerry Lee Lewis – “Great Balls of Fire” (1957)

A mistura de guitarra e piano volta a atacar no riff de “Great Balls of Fire”, até hoje um dos grandes hinos do Rock and Roll. Mesmo em meio a tantas polêmicas envolvendo Jerry Lee Lewis, é inegável o legado desta (e outras) de suas canções para o gênero.

Chuck Berry – “Johnny B. Goode” (1958)

https://www.youtube.com/watch?v=T38v3-SSGcM

“Johnny B. Goode” é a “personificação” do Rock and Roll, e é claro que o lick do começo somado ao riff que comanda a música são os grandes atrativos que se somam à voz de Chuck Berry para criar um dos maiores sucessos da história.

Bobby Darin – “Splish Splash” (1958)

Sim, é muito mais provável que você já complete a frase “Splish splah” com “fez o beijo que eu dei”, graças à versão de Roberto Carlos. Mas o fato é que Bobby Darin é o autor original da canção, que também foi regravada por Sandy & Júnior por aqui e é sem dúvida um clássico do Rock cinquentista.

Eddie Cochran – “Summertime Blues” (1958)

Eddie Cochran só não tem um status tão lendário quanto merece pois morreu cedo demais, mas mesmo em seus 21 anos de idade ele conseguiu deixar um legado impressionante que é comandado pela inesquecível “Summertime Blues”.

Ritchie Valens – “La Bamba” (1958)

“La Bamba” tem uma história complicada e fala-se até em uma possível gravação da música em 1908, ainda que a primeira efetivamente comprovada seja de El Jarocho em 1939. No entanto, foi Ritchie Valens quem levou o impressionante riff à fama e, apesar de sua morte precoce, seu legado foi muito bem preservado com a regravação dos Los Lobos anos depois.

Bert Weedon – “Guitar Boogie Shuffle” (1959)

A instrumental “Guitar Boogie Shuffle” é uma verdadeira obra de arte deixada por Bert Weedon, que declaradamente inspirou nomes como Eric ClaptonPaul McCartney Brian May. Só isso mesmo…

Celly Campello – “Estúpido Cupido” (1959)

Talvez o primeiro sucesso estarrecedor do Rock no Brasil, “Estúpido Cupido” deixou sua marca na voz de Celly Campello e abriu a porta para o que trariam os anos 60 com tantos outros nomes surgindo no gênero — muito disso graças ao marcante riff de guitarra.

James Brown and the Famous Flames – “Good Good Lovin'” (1959)

Lançado pouco antes da virada da década, o single de “Good Good Lovin'” vê o lendário James Brown ainda fazendo a sua transição entre o Rock, o Rhythm and Blues e o Soul que viria a se transformar no Funk que o consagrou.

Menção Honrosa: Waldir Azevedo – “Brasileirinho” (1949)

Como a nossa lista começa nos anos 50, resolvemos não deixar de fora um dos maiores “riffs” — se é que pode ser chamado assim — da história da música brasileira. O lendário cavaquinho de “Brasileirinho”, de Waldir Azevedo, pode até ser uma espécie de solo mas é fato que a fama ficou tão grande que o início acabou se transformando em uma espécie de riff!

Nos vemos nos anos 60!