Conversamos com Laure Briard, que regravou "Grandeza", do brasileiro Sessa

A artista francesa Laure Briard está cada vez mais conectada ao Brasil e após trabalhar com os Boogarins, regravou o som delicioso de Sessa.

Laure Briard

Laure Briard é uma artista francesa que se encontrou na música brasileira através dos Estados Unidos.

A gente explica: no aclamado SXSW, a cantora, compositora e multi-instrumentista conheceu os goianos da Boogarins e não apenas passou a ouvir os novos sons daqui, como também colaborou com o grupo e revisitou canções da nossa rica cultura.

É o caso de “Grandeza”, do brasileiro Sessa, que ganha versão hoje em sua voz.

Para saber um pouco mais do som e da parceria da Laure com o Boogarins no EP Coração Louco, conversamos rapidamente com ela.

Você pode ler o papo, bem como ouvir a nova canção, logo abaixo ou nos serviços de streaming.

Oi Laure, obrigada pelo seu tempo. Escutando a sua versão da música “Grandeza”, ela soa tão nostálgica, uma vibe anos ’60 com um pouco de “Walk on By”. Pode contar como você construiu a música?
Laure: Oi! De nada! É engraçado você falar “Walk on By” porque era exatamente a vibe que a gente queria para a música! Algo mais chill e um pouco nostálgico, completamente! Eu queria colocar mais arranjos que a versão da música original. Queria trazer mais pro pop.

Como você conheceu Sessa e decidiu gravar essa música?
Laure: Um amigo no Canadá falou sobre Sessa para mim uns meses atrás. Eu nunca tinha ouvido falar dele antes. E quando escutei a música “Grandeza”, eu fiquei impressionada com a energia da música. Algo muito orgânico e mística ao mesmo tempo.

É legal ver que você ainda tem link com artistas brasileiros e não foi uma momento único com Boogarins. Brasil virou um mercado oficial para você?
Laure: Eu não sei… mas eu espero que sim. Eu realmente amo música brasileira. E eu realmente gosto de descobrir novos artistas. Eu sinto mesmo um link, uma conexão. É muito difícil tentar explicar, mas eu queria muito continuar indo nessa direção. Soa para mim como uma ótima oportunidade.

Como essas músicas em português afetam o seu público na França?
Laure: Eu acho que a maioria das pessoas na França não estão prontas para isso! Eu acho que sou um pouco uma alienígena! É realmente muito diferente e eu gosto disso. E consegui ter uma boa recepção com o EP Coração Louco, então eu acho que as pessoas acham legal conseguir cantar em duas línguas.

Você sempre expõe como ama a música brasileira e o seu amor pelo Brasil, como você começou a escutar música brasileira, quais são os seus artistas favoritos?
Laure: Eu sempre falo que gosto mais de antiquidade… então, eu estou sempre descobrindo música e bandas antigas todos os dias. Eu sou muito fã de Jorge Ben, eu cheguei a escrever uma música para ele chamada “Jorge”, e amo Os Novos Baianos, Gal Costa… e muitos outros. Os clássicos! Comecei a escutar com um amigo, que tem um ótimo gosto musical, há uns 10, 12 anos, quando ele me emprestava os seus MP3s. Eram músicas de Vinicius, Tom Zé, Astrud Gilberto. E aquilo me impressionou. Desde então, nunca parei. Graças ao Boogarins, eu consegui me conectar à música contemporânea brasileira também! E tem tantos sons legais saindo daí.

Quando a pandemia começou no Brasil, não estávamos certos como os artistas iriam reagir com novos lançamentos, mas para a nossa surpresa, tem surgido música nova todos os dias. Como tem sido lançar uma música nessa época?
Laure: Eu fiquei completamente sem desejo e sem ânimo para fazer música nessa época. Preciso assumir que essas lives não são para mim. Eu tinha feito alguns covers e isso foi legal, mas essa situação acabou completamente com a minha energia musical e inspiração. Eu fiquei um pouco intimidada com as pessoas tão criativas nesse momento. Fiquei me sentindo ruim por não conseguir também…

Vocês já saíram da quarentena, não foi? Como estão os encontros sociais?
Laure: Sim, saímos da quarentena há mais de um mês. Foi muito estranho nos primeiros dias… agora tudo praticamente voltou ao que era antes! O verão chegou, estamos de férias, então acho que praticamente todo mundo esqueceu o que tínhamos que fazer para ficar mais protegido. Ainda há casos aqui, mas são poucos. Os clubes e salas de concertos ainda estão fechados. Acabaram de abrir o cinema!