O embate pelos direitos do nome Lady A continua.
Você viu por aqui que a banda Lady A(ex-Lady Antebellum) processou a cantora negra que se apresenta sob o mesmo nome.
Isso porque o grupo de country pop não quer mais usar o termo “antebellum” (algo como “antes da guerra” em português), por considerá-lo saudosista em relação à época da escravatura. Por outro lado, a cantora preta de blues Anita ‘Lady A’ White, que usa este nome artístico há mais de 20 anos, se recusou a compartilhá-lo gratuitamente com a banda de Nashville. Ambos os artistas chegaram a dar os primeiros passos de uma negociação amigável, mas o caso foi parar na Justiça.
Resposta de Anita ‘Lady A’ White
Em entrevista à Vulture, Anita White reagiu ao fato de estar sendo processada: “você não pode usar seu privilégio para simplesmente chegar e tomar o meu nome”. O privilégio ao qual ela se refere é o de ter uma gravadora e, portanto, um aparato jurídico. Anita foi independente durante toda a sua carreira.
Para a cantora, esta situação revela as disparidades existentes na indústria musical e agravadas pelo racismo. “Lá vamos nós de novo com outra pessoa branca tentando tirar algo de uma preta enquanto diz querer ajudar”:
A primeira proposta que me fizeram não tinha substância. Eles disseram que nós poderíamos coexistir e que fariam seu melhor para me dar assistência nas redes sociais, Amazon, iTunes, essas coisas. Mas o que isso quer dizer?
Na nossa reunião pelo Zoom, eu sugeri que eles se apresentassem como ‘Lady A The Band’, e eu como ‘Lady A The Artist’, mas eles não quiseram.
Anita também alega que, após a mudança de nome da banda country, está mais difícil do que nunca encontrá-la no Google e nas plataformas de streaming. “Eu tentei lançar meu single de forma independente no [serviço de distribuição] DistroKid e não pude ter meu nome verificado”, conta ela.
Eu fiquei quieta por duas semanas porque tentei acreditar que eles entenderiam o meu lado e mudariam de nome, ou me pagariam para usar o meu […] Se você quer ser um aliado, tem que ajudar a quem é oprimido. Isso pode significar desistir de algo para que eu não seja apagada.