Pretenders volta afiadíssimo no multifacetado "Hate For Sale"; ouça

Chrissie Hynde e seu Pretenders mostram que a banda de rock alternativo com mais de 40 anos de carreira está afiadíssima, indo do Punk às baladas.

Pretenders - Hate For Sale

Pretenders é uma banda que foi fundada lá em 1978 e em todas essas décadas de carreira passou por diversas mudanças em sua formação.

Algumas coisas que formam seu núcleo, porém, nunca mudaram.

Primeiro, a incrível Chrissie Hynde sempre foi a líder da banda e esteve no projeto esses anos todos.

Segundo, a influência do grupo de rock alternativo que tem suas origens ligadas tanto à Inglaterra quanto aos Estados Unidos nunca diminuiu, e o Pretenders sempre foi visto como um dos nomes mais importantes do Rock Alternativo, influenciando gerações e gerações de cantoras, bandas e artistas solo.

Pois hoje o grupo está chegando ao seu décimo primeiro disco de estúdio com Hate For Sale e se tem as raízes ligadas a dois países, poderíamos adicionar mais um, já que o álbum é um verdadeiro canivete suíço que mostra as várias habilidades da banda para transitar entre diferentes gêneros.

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Pretenders – Hate For Sale

Hate For Sale tem o formato que tem sido o mais interessante para os discos cheios já há algum tempo, tendo sua duração cravada em 30 minutos e 29 segundos.

Em 10 faixas, Chrissie e seu Pretenders passam um recado bem claro de que é possível falar de questões sociais ao mesmo tempo em que você compartilha as dificuldades individuais com as pessoas ao seu redor.

Para isso, o álbum abre com a faixa título que tem ares do Punk dos Anos 70 e já emenda em “The Buzz”, uma belíssima balada com violões e guitarras que rapidamente lembram o mais desavisado a respeito da voz única de Hynde e por que ela ficou tão conhecida.

A viagem sonora continua em “Lightning Man”, repleta de influências do reggae e com um ar misterioso, e a pesada “Turf Accountant Daddy” abre caminho para “You Can’t Hurt A Fool”, a mais bela faixa de todo o trabalho.

A canção é baseada na narrativa cantada por Chrissie Hynde e todo seu vozeirão, e é daquelas que se fosse lançada nas rádios durante os Anos 90, embalaria casais e trilhas sonoras de filmes de comédias românticas dos grandes estúdios de Hollywood.

A segunda metade do álbum continua mostrando diferentes cores e timbres explorados pelo grupo e enquanto “Junkie Walk” tem uma marcação distinta e um vocal quase irônico, “Didn’t Want To Be This Lonely” nos faz dançar, quase que em uma homenagem a nomes como George Michael e seu clássico “Faith”.

O final vem em grande estilo com “Crying In Public” e uma artista abrindo seu coração ao piano, falando sobre as dores da vida e as dores sentidas por mulheres como ela, sem medo de demonstrar suas emoções em público e ao público.

Hate For Sale é um grande exemplo de uma banda fiel à sua sonoridade que ainda consegue transformá-la em elementos diferentes e abordagens diferentes para soar relevante em uma época onde muitos querem fabricar emoções de qualquer maneira.

É verdadeiro, reflete a realidade dos seus integrantes e ainda conversa com um mundo em ebulição que, inclusive, atrasou o lançamento do disco previsto para o início da pandemia.

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