Falar de grandes vozes do Rock é falar de Chester Bennington, e apesar do vocalista ter nos deixado de forma extremamente precoce no dia 20 de Julho de 2017 o seu legado segue extremamente vivo musicalmente.
Todo seu trabalho está eternizado não só com o Linkin Park, mas com todas as outras bandas que participou — como o Grey Daze e até o Stone Temple Pilots. Responsável por criar uma das maiores pontes do Rock para o mainstream, Chester imortalizou a alternação entre vocais melódicos e gritos de um jeito que nunca havia sido feito antes.
Ainda assim, resolvemos nos ater à sua obra com a banda que o tornou mais famoso para montar uma lista em sua homenagem e elencar as 10 melhores performances de sua carreira.
Afinal, só com o Linkin Park há um catálogo enorme de opções que passeia desde a estreia em Hybrid Theory (2000) até a melancólica despedida em One More Light (2017). Vem com a gente!
“One More Light” (One More Light, 2017)
É justamente por soar tão fora da zona de conforto de Chester que “One More Light” entra nessa lista. Geralmente usando sua voz de forma expansiva, ele substitui essa abordagem na belíssima canção por uma mais suave, que expressa com precisão toda a intimidade que ele escancarava ao dizer aquelas palavras.
“War” (The Hunting Party, 2014)
O Linkin Park explorou muitos estilos diferentes durante a sua existência, mas foi só lá em 2014 que os caras finalmente tentaram uma abordagem próxima ao Punk/Hardcore que sempre era citado por eles como influência. Isso aconteceu em “War”, que serviu além de tudo para mostrar que, claro, Chester também conseguia tirar essa pegada vocal de letra.
“One Step Closer” (Hybrid Theory, 2000)
Sim, daria para basicamente colocar todas as faixas do Hybrid Theory nessa lista. Mas para equilibrar as coisas destacamos só algumas, e é impossível deixar “One Step Closer” de fora com sua linha vocal que, de forma tão natural, servia como cartão de visitas à capacidade vocal de Chester: a união entre melodia e agressividade que o marcaria por anos era apresentada com força aqui, e não dá pra não se arrepiar com cada “Shut up” que ele manda!
“Breaking the Habit” (Meteora, 2003)
O estilo vocal que Chester trouxe em “Breaking the Habit” viria a ser muito explorado pelo cara dali pra frente, mas foi nela que ele surgiu pela primeira vez. Trazendo uma pegada mais melódica do que o normal, a canção serviu como exemplo perfeito de como a banda poderia fazer a ponte entre o Rock, o Rap, a música eletrônica e o que tocava nas rádios da época.
“The Messenger” (A Thousand Suns, 2010)
A Thousand Suns é talvez o álbum mais subestimado do Linkin Park, e expôs diversos lados dos caras que ainda não conhecíamos. Um deles está em “The Messenger”, onde Chester canta de forma completamente visceral e íntima acompanhado de um instrumental minimalista que apenas dá o tom à linha vocal que emociona do começo ao fim.
“Faint” (Meteora, 2003)
Apesar de só cantar o refrão em “Faint” — ou talvez justamente por isso —, a faixa de Meteora é um dos pontos altos da carreira de Chester. Ela mostra muito bem como ele sabia respeitar o espaço de Mike Shinoda, além de unir à música fortemente baseada no Rap um dos trechos mais pesados da carreira do LP, que explora toda a sua capacidade absurda nos gritos.
“Crawling” (Hybrid Theory, 2000)
Essa posição poderia muito bem ser ocupada por “In the End” com seu marcante refrão, mas a linha vocal de “Crawling” é um verdadeiro atestado à genialidade de Chester. Mais uma vez, a canção traz as marcas registradas do cara: a agressividade aliada à melodia, com belos versos complementados perfeitamente por Mike Shinoda abrindo caminho para o pesado e emotivo refrão.
“Blackout” (A Thousand Suns, 2010)
Como falamos logo acima, A Thousand Suns realmente é um disco tremendamente único. Em “Blackout”, vemos uma versão do LP que praticamente nunca mais se repetiu na discografia dos caras: em meio a um instrumental fortemente eletrônico, passeando entre um sentimento alegre/esperançoso e algo mais tenso/agressivo, Chester encontra novas formas de encaixar seus poderosos gritos e acrescenta à dicotomia da belíssima faixa, uma das melhores e (novamente) mais subestimadas do catálogo da banda.
“Numb” (Meteora, 2003)
Ainda que não seja o maior caso de uso de toda a técnica de Bennington, “Numb” vê o Linkin Park construir o grande hit de sua carreira através do uso perfeito de tudo aquilo que o vocalista representava. Desde o flow, por assim dizer, usado por ele na canção até a emoção transmitida do começo ao fim da faixa, tudo serviu para estabelecê-la como uma de suas maiores performances.
“Given Up” (Minutes to Midnight, 2007)
Tem um grito de 17 segundos nessa música. Durante o verso e refrão, podemos ver uma das versões mais viscerais de Chester ao desenvolver um estilo muito próprio que soa como se ele estivesse realmente irritado — ou seja, a emoção chega muito forte. Na ponte, há um grito de 17 segundos que é uma prova cabal de tudo que ele era capaz de fazer com sua voz, além de não ser um uso qualquer da técnica: ela encaixa perfeitamente com a atmosfera da canção, rapidamente se ligando ao lado mais melódico de Chester que puxa o último refrão. Já falei que tem um grito de 17 segundos nessa música?