Entrevistas

Conversamos com Austra, dona de um dos discos mais instigantes do ano

Falando de memórias, relacionamentos tóxicos e até da importância de dar um tempo para se curar, Austra fez um dos discos mais interessantes do ano.

Conversamos com Austra, dona de um dos discos mais instigantes do ano

Em seu quarto álbum de estúdio, HiRUDiN, Austra faz um mergulho interno. De relações memorialistas, consequências de relacionamentos tóxicos até a importância de dar um tempo para se curar, o projeto da produtora e compositora canadense Katie Austra Stelmanis se reinventou.

Conversamos por Zoom com a artista sobre esse momento reflexivo e esses dias doidos. Confira o nosso papo após o disco.

TMDQA: Como você tá lidando na quarentena? Tem conseguido produzir algo de música?

Austra: Estou sofrendo um pouco para estar criativa. Eu sinto que para criar preciso estar confortável e relaxada e bem…

TMDQA: Ninguém está conseguindo!

Austra: Isso! (Risos) Aí estou focando em ver tutoriais e tentar aprender mais.

TMDQA: O disco é muito pessoal, mostrando você lidando com seus próprios demônios. Atualmente está complicado para muita gente. Você acha que música pode ser uma ajuda nessas horas?

Austra: Sim, definitivamente pode ser. Está sendo pra mim, pra você ter uma ideia. Eu sinto que estamos sofrendo para conectar com pessoas e parece que a música conecta de um jeito diferente que uma ligação de zoom como essa não faz.

TMDQA: E como você se conecta com o público ao vivo? Levando esses sentimentos tão pessoais para o palco.

Austra: Eu confesso que ainda não sei. Tento sempre fazer um show mais enérgico, pra cima. Mas esse disco pede algo diferente, mais íntimo. A gente tava ensaiando para começar a turnê, deu pra sentir mais ou menos o clima mas ainda não deu para saber bem! (Risos)

TMDQA: Esse é seu quarto disco e você evoluiu muito. Se você tivesse como voltar no tempo e dar um conselho para você bem novinha começando a fazer música o que seria?

Austra: Acho que diria para gastar mais tempo aprendendo e colaborando. Por muito tempo senti que precisava fazer tudo sozinha. E aprender mais sobre o que você cria é muito importante para fazer verdadeiramente do jeito que você quer, da produção até a composição. Aprendi isso com o tempo mas seria útil se tivesse isso desde nova.

TMDQA: Você tem mais discos que amigos? Tem algum disco que você sempre leva como amigo?

Austra: Sim, nossa! Sinto que isso muda muito, mas eu ando ouvindo muito jazz nesses tempos. Se tivesse que recomendar um seria o Hip Harp, da Dorothy Ashby. É um disco que te transporta de um jeito que é maravilhoso nesse momento. (Risos)