Quem nunca passou um tempinho da infância ou adolescência assistindo àqueles programas televisivos sobre crimes da vida real e fenômenos paranormais que desafiavam a polícia em todo o mundo? Em 2020, a nova geração pode fazer isso por meio da Netflix.
Mistérios Sem Solução foi um dos mais populares desse gênero nos anos 90 e 2000, com certeza. Unsolved Mysteries, título original, estreou em 1987 e inspirou uma série de produções nos anos seguintes, como o próprio Linha Direta, aqui no Brasil. Ele era um sucesso tão grande que existiu até 2010!
A Netflix, que não é boba, tratou de garantir um remake com novos casos e o sucesso tem sido grande. Com seis episódios, um para cada caso, o programa atingiu o Top 10 semanal em países como Estados Unidos (país de origem), Canadá, Reino Unido, México e até na Austrália.
Mas por que tanto sucesso?
Na verdade, não existe uma fórmula muito milagrosa. É o mesmo fenômeno que faz com que senhorinhas passem a tarde à frente da TV assistindo a entrevistas com especialistas, detetives e familiares de vítimas de crimes em programas da Sônia Abrão ou no Domingo Espetacular.
A curiosidade pelo mistério e pelo oculto atrai bastante e é nisso que o serviço de streaming apostou. A temporada é curta e os temas variam de desaparecimentos absurdos até visões de OVNIs. Os crimes podem estar relacionados a questões financeiras, preconceito racial, fugas milagrosas ou, no caso dos UFOs, nem há um crime em si.
A fórmula do sucesso está quase garantida quando é adicionado o grande valor de produção – não no sentido financeiro, mas, sim, no valor artístico. Boas entrevistas, maior qualidade de imagem e som, além de um roteiro bem escrito são exemplos de como a técnica cinematográfica pode tornar uma proposta como essa ainda mais atraente.
Mas nada disso é por acaso. Os produtores são os mesmos de um dos maiores sucessos originais da Netflix: Stranger Things. Uma das inovações promovidas é a ausência de um apresentador, um narrador que contava a história para os espectadores e o novo formato, apenas com depoimentos de pessoas envolvidas ou próximas às vítimas, certamente funciona melhor para a imersão.
E, como não podia deixar de ser, a marca registrada de Unsolved Mysteries continua: a participação do público. No site oficial da série há um formulário para que pessoas que tenham informações sobre os casos entrem em contato. Por lá também é possível sugerir novos casos que podem ser destrinchados no programa.
Solução dos Casos
O resultado dessa interação é formidável. Um dos casos da temporada, inclusive, foi reaberto após a grande repercussão.
A morte do jovem Alonzo Brooks vai ser novamente investigada. O corpo do rapaz, que foi encontrado morto em 2004 quando tinha 23 anos, foi exumado e o FBI ofereceu uma recompensa de 100 mil dólares por qualquer pista que leve à prisão dos responsáveis.
Segundo o showrunner, Terry Dunn Meurer, esse foi um dos casos com mais ligações e possíveis novas pistas. A morte do rapaz tem fortes indícios de ter sido cometida por motivações raciais, mas o caso foi arquivado pouco depois de encontrarem o corpo.
Confira o trailer da série e já corre para assistir também: