Em julho de 1995 os Ramones deram o seu último passo nos estúdios ao gravar o disco iAdios Amigos!, anunciado como o trabalho de despedida da banda que desde o seu início mudou todos os caminhos do punk rock mundial.
Pra marcar o adeus, o quarteto formado na época por Joey Ramone (vocal), Johnny Ramone (guitarra), CJ Ramone (baixo) e Marky Ramone (bateria) apresentou um disco rápido e pesado que trouxe a maioria das músicas escritas pelo ex-baixista Dee Dee Ramone em parceria com o produtor Daniel Rey.
Daniel Rey já era um parceiro de longa data e havia trabalhado na produção dos discos Halfway To Sanity (1987) e Brain Drain (1989).
Internamente os problemas eram grandes e se traduziam em assuntos como a insatisfação de Johnny com os resultados financeiros dos lançamentos anteriores e a situação de Joey Ramone que descobriu no mesmo ano um câncer linfático que o debilitaria de forma comprometedora.
Mesmo em meio a esse turbilhão, a performance do vocalista foi essencial para que iAdios Amigos! não fosse um disco melancólico e sim trouxesse o espírito forte dos Ramones em todas as suas características.
A clássica abertura com “One, two, three, four” traz a cover de “I Don’t Want To Grow Up” de Tom Waits mostrando todos esses ingredientes com o peso e a velocidade que os reis do punk sabiam executar com maestria.
O baterista Marky também contribuiu com a faixa “Have A Nice Day” e CJ Ramone brilhou cantando quatro faixas, entre elas os destaques “The Crusher” e “Cretin Family”.
Dee Dee Ramone, que sempre foi uma bandeira da banda e um dos baixistas mais idolatrados do estilo, teve a honra de encerrar a discografia na última faixa “Born To Die In Berlin” cantando por telefone um verso em alemão.
A turnê do disco iria durar até agosto de 1996 quando os Ramones pisaram no palco pela última vez num show com vários amigos convidados, como Chris Cornell, Eddie Vedder, Lemmy Kilmister, Tim Armstrong e Lars Frederiksen do Rancid, além do próprio Dee Dee.
Os Ramones conquistaram uma popularidade imensa na América do Sul nos anos 90 e assim saíram dos palcos, apesar de não terem o mesmo tamanho e popularidade nos Estados Unidos, mas pra se tornarem sempre guardados entre os nomes fundamentais na música mundial.