Steve Bannon, um dos nomes mais fortes da direita nos EUA e no mundo e considerado como um conselheiro da família Bolsonaro no Brasil segundo informações da Época, foi preso nesta quinta-feira (20) pelo Departamento de Justiça de seu país de origem.
Ele foi acusado de desviar recursos de uma campanha chamada “We Build The Wall”, que se traduz para “Nós Construímos o Muro” e buscava justamente arrecadar recursos para a construção de muros de forma privada que iriam impor restrições à imigração nos estados do Novo México e Texas.
De acordo com a CNN, Bannon teria desviado mais de 1 milhão de dólares dos US$25 milhões arrecadados na campanha para fazer pagamentos a Brian Kolfage, que também se viu envolto em acusações. Ainda segundo a publicação, Kolfage teria chegado a usar US$350 mil para despesas pessoais e tudo isso teria acontecido em segredo.
Steve Bannon e família Bolsonaro
Na coluna da Época, Guilherme Amado relembra que Bannon chegou a nomear (em Fevereiro de 2019) o deputado Eduardo Bolsonaro como o “líder sul-americano do movimento da direita populista” e disse em entrevistas que estava “muito bem impressionado com Eduardo e seus assessores”, por serem pessoas que compartilhavam “a mesma perspectiva em relação à economia, estabilidade, lei e ordem”.
Os elogios eram mútuos e Amado também cita que Eduardo descreveu Bannon como uma “pessoa ícone no combate ao marxismo cultural” durante um jantar de aniversário do norte-americano em 2018.
O esquema entre Bannon e Kolfage foi feito através de uma organização sem fins lucrativos da qual Steve é dono, mesmo com as campanhas de arrecadação deixando explícito que os organizadores não receberiam nada. Por isso, eles estão sendo acusados de fraude e responderão criminalmente.
Vale lembrar que o norte-americano chegou a ser um “estrategista” de Donald Trump, mas foi desapossado pelo atual presidente em 2017. Ainda assim, grande parte da campanha de Trump em 2016 é creditada ao cara, inclusive e principalmente o apelo populista e a ideologia nacionalista.