O cantor, compositor e multi-instrumentista Limonge lançou nas plataformas de streaming o clipe feito para a canção “O Novo Hino Nacional”.
Inspirado pelo noticiário satírico eletrônico “Sensacionalista”, o vídeo foi dirigido por Pimen Nakano e parodia os telejornais brasileiros, nesse caso, apresentando uma série de notícias absurdas baseadas nos versos da música.
“A ideia quando criei o roteiro era mostrar notícias medonhas que, dada a situação atual, poderiam muito bem ser reais,” opina Limonge, em crítica à gestão de Jair Bolsonaro.
Para potencializar o tom de ironia, o clipe foi divulgado no dia 7 de Setembro, data em que é comemorado o Dia da Independência do Brasil.
“Parei para analisar e, hoje, nós cantamos músicas de 20, 30 anos atrás quando queremos criticar o que acontece no país. ‘Brasil’ do Cazuza e ‘Que País é Esse’ da Legião Urbana são clássicos atemporais, mas senti que precisava criar algo nessa linha, com um pouco mais de ironia, até como homenagem a essas duas canções que sempre me inspiraram… o momento pede por isso, precisamos cantar mais sobre o que sentimos, sobre toda essa loucura que vivemos, a arte existe pra isso, pra fazer pensar. E mais, quando ouço nosso hino nacional, parece que fazemos o completo oposto do que cantamos, só quis deixar isso claro em uma canção,” explica o artista, que estreou em 2016 com o disco É a Nossa Voz (Éramos Nós, Sempre Seremos).
A capa do single, produzido por Bruno Scarabotto, é assinada por Venes Caitano, desenhista indicado ao prêmio HQ Mix, considerado o Oscar dos Quadrinhos no Brasil.
Engajamento na arte
Antes de “O Novo Hino Nacional”, Limonge, que tem ainda no currículo o álbum Nem Todos São Como Astronautas ( 2017), havia lançado a música “Dom Quixote, o Presidente do Brasil”.
A canção chegou acompanhada de um lyric video com direção e edição de Pimen Nakano, a partir de imagens, entrevistas e falas terríveis do atual Presidente da República, mais uma vez em tom de repúdio.
Também em 2020, o cantor divulgou “Temporal (Qual é seu Deus?)”, escrita em resposta a todas as ofensas que ele recebeu neste período em que fez da sua arte um protesto político.