Geddy Lee revela músicas mais importantes da vida e elege pior obra do Rush

À revista Classic Rock, Geddy Lee falou sobre as músicas mais importantes da sua vida e elegeu álbum dos princípios do Rush como o pior de sua carreira.

Geddy Lee (Rush)
Foto de Geddy Lee via Shutterstock

Geddy Lee tem um carreira lendária com o Rush, mas é óbvio que até ele tem seus próprios heróis e ídolos dentro da música.

Em um novo especial para a Classic Rock, o baixista, vocalista e tecladista falou sobre algumas dessas pessoas, exaltou músicas e discos que marcaram sua trajetória e revelou suas preferências dentro de seu próprio catálogo.

Sem dúvida o que chama mais atenção é a escolha do cara para o pior disco da história do Rush. Ele inicialmente afirma que Caress of Steel (1975) é o primeiro a vir à mente, mas depois diz que muita gente o adora e cita Presto (1989) como segunda opção por ter “decepcionado muitos fãs”.

Outro destaque é a escolha de Geddy para o melhor disco de todos os tempos: segundo ele, Who’s Next (1971), do The Who, leva esse título por “incorporar todas as melhores coisas do Rock and Roll”.

Você pode conferir a lista completa a seguir, com as explicações do cara!

Geddy Lee e suas preferências musicais

  • Primeira música que lembra de ouvir: The Temptations – “My Girl”
    • “Quando adolescente eu trabalhava aos finais de semana na loja dos meus pais em uma pequena cidade ao norte de Toronto, e no caminho para lá o rádio estava sempre ligado. Eu me lembro de música da Motown tocando — ‘My Girl’ do The Temptations — e eu ficava batucando no painel do carro, como todos já fizemos na vida.”
  • Primeira música que tocou ao vivo: The Rolling Stones – “As Tears Go By”
    • “Quando eu tinha 14 anos eu fiz um teste para uma banda no ginásio de um colégio local, e cantei ‘As Tears Go By’ — a versão dos Stones dessa música. Eu não era muito do tipo do [Mick] Jagger, eu tinha uma voz soprano muito mais doce.”
  • Melhor disco de todos os tempos: The Who – Who’s Next
    • “Esse álbum incorpora todas as melhores coisas do Rock and Roll — ótimas composições, ótima execução. Praticamente todos os sons são clássicos.”
  • O cantor: Jon Anderson (Yes)
    • “Jon Anderson tinha uma voz tão clara e bela que poderia ser Rock quando precisasse ser e cheia de alma quando precisasse ser. Como um jovem aspirante a músico, eu queria cantar assim.”
  • O herói da guitarra: Jeff Beck e Jack Bruce (Cream)
    • “Eu sempre fui um grande fã de Eric Clapton e Jimmy Page, mas para mim o Jeff Beck teve uma coisa extra-especial que lhe fez inimitável. Seu som é tão original e tão tocante. Ele permanece um deus da guitarra. E é claro que eu tenho muitos heróis no baixo, mas Jack Bruce foi minha maior influência. Ele foi o primeiro baixista que eu vi no palco que só gemia e era capaz de preencher os vazios na sua banda com três pessoas. Eu vi o Cream em 1969 no Massey Hall em Toronto. Esse show foi mágico.”
  • O compositor: Pete Townshend (The Who)
    • “Sem dúvidas o maior compositor de músicas de Rock. ‘Won’t Get Fooled Again’, ‘Behind Blue Eyes’, ‘Tommy’… e por aí vai e vai e vai. Ele era igualmente bom em escrever belas melodias e Rock pesado. A obra completa do The Who, se você analisar em relação a outros artistas do Rock, eu acho que você teria muita dificuldade em encontrar qualquer um tão consistentemente brilhante quanto ele.”
  • Melhor banda ao vivo que já viu: Jethro Tull no Maple Leaf Gardens em Toronto
    • “Eu acho que foi na turnê do Thick as a Brick. O show começou com as luzes da casa ligadas e um monte de gente de macacão varrendo o palco. Gradualmente havia menos pessoas varrendo, e aí, de repente, um deles pegava um instrumento, e do nada são as caras do Tull começando o show. Para mim essa foi a primeira banda que combinou músicos incríveis com composições complexas, e eles eram engraçados. Isso me influenciou muito nos anos mais tardios do Rush — essa atitude de levar sua música a sério mas não se levar a sério.”
  • O hino: The Who – “Won’t Get Fooled Again”
    • “Talvez os melhores ‘power chords’ já gravados. Quem inventou o ‘power chord’? Provavelmente o Pete.”
  • Maior decepção: Emerson, Lake & Palmer
    • “O Emerson, Lake & Palmer teve um álbum que foi uma decepção famosa, o Love Beach. Eu era um enorme fã do ELP, mas aquele ali realmente me fez franzir a testa.”
  • Banda mais subestimada de todos os tempos: The Tragically Hip
    • “O The Tragically Hip, do Canadá, tinha um tamanho enorme, de deuses em casa mas em nenhum outro lugar. Eles tinham essa mistura perfeita de Rock and Roll simples, com guitarras gêmeas e letras muito evocativas, que provocavam reflexões.”
  • O melhor disco que já fez: Rush – Clockwork Angels
    • “Acho que tem essa combinação de composição e performance, todas as coisas que fazem um grande disco.”
  • O pior disco que já fez: Rush – Caress of Steel ou Presto
    • “Imediatamente o Caress of Steel vem à mente. Mas eu conheci tantos fãs que amam esse disco. E eu acho que o Presto decepcionou muitos fãs. As composições eram um pouco chatas.”
  • “Guilty pleasure”: Simon and Garfunkel
    • “Na minha época, eu amava o Simon and Garfunkel. Para um roqueiro, não era muito descolado.”
  • Canção para festejar no sábado à noite: The Beatles – “Paperback Writer” (ou qualquer coisa do Rubber Soul ou Revolver)
    • “Eu realmente lhe pareço como o cara que festeja no sábado à noite? Eu hein. Mas se eu for tomar umas taças de vinho com alguns amigos eu tocaria coisas dos princípios dos Beatles — ‘Paperback Writer’, ou qualquer coisa do Rubber Soul ou Revolver.”
  • Canção para quando está “no clima para o amor”: Algo de Bill Evans
    • “Eu escolheria algum Jazz suave de restaurante, algo do Bill Evans. Essa é a minha obsessão atual. Eu estou tentando entender a profundidade do seu catálogo.”
  • Canção que lhe faz chorar: Yes – “And You And I”
    • “É tão bela, especialmente quando eu a ouço hoje. A combinação de nostalgia e a pura beleza sonora é bastante tocante.”
  • Canção que quer que toque em seu funeral: Derek and Clive
    • “Por que eu me importaria com essa merda? Eles podem tocar o que diabos quiserem! Ou talvez eu os faria tocar um Derek and Clive. O choque e horror disso seria fantástico.”