Em luta contra o racismo, Grupo Boticário decide não usar mais o termo "Black Friday"

CEO do Grupo Boticário anuncia que a empresa não irá mais utilizar o termo "Black Friday" durante o famoso período de vendas em Novembro; saiba mais.

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Foto: Reprodução / LinkedIn

O Grupo Boticário anunciou que não irá mais utilizar a expressão Black Friday durante o período de vendas do varejo que acontece normalmente em Novembro. Este ano a empresa decidiu utilizar na ação o nome Beauty Week.

A notícia foi divulgada por Artur Grynbaum, CEO da empresa nesta terça-feira (29) em uma publicação no LinkedIn.

A dois meses da ‘Black Friday’ – um dos períodos mais relevantes do ano para o varejo e a data mais importante para o comércio eletrônico em todo o mundo, nos deparamos com um incômodo recorrente: há anos conversamos sobre a possível origem do termo ‘Black Friday’, sobre a ausência de dados científicos que comprovem que ele realmente não se relaciona à questão da escravatura. Então, respeitando os movimentos que sentem desconforto com o termo, decidimos parar de refletir e começar a agir – não teremos mais o termo Black Friday no Grupo Boticário.

Diversas empresas, principalmente após a repercussão do movimento Black Lives Matter que ganhou força após o assassinato de George Floyd, homem negro, por um policial branco nos Estados Unidos, decidiram se pronunciar com ações antirracistas. Entre elas, vagas somente para pessoas negras e também destinações de verbas para programas sociais. Um exemplo é da empresa Magazine Luíza, que há uma semana anunciou que o seu programa de Trainees 2021 só iria contratar pessoas negras.

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O representante da Boticário ainda falou em seu texto que desde 2013 têm sido trabalhado dentro da empresa movimentos em prol da diversidade e inclusão. O foco inicial foi a equidade de gênero e depois, chegou a ser ampliado para a equidade das pessoas LGBTQIA+, além de pessoas com deficiência, pessoas de diferentes gerações e também, equidade racial.

Em 2019, criamos uma área de Diversidade, Inclusão e Equidade, com uma equipe multidisciplinar responsável por implementar projetos e trabalhar para ser uma referência no país, contribuindo de modo significativo para o avanço da pauta.

Estamos vivendo a jornada da busca da equidade racial e, para isso, criamos programas de desenvolvimento e mentoria para jovens negros, eliminamos barreiras para tornar nossos programas de estágio e trainee mais inclusivos, ampliamos a reflexão e construção de uma nova atmosfera em nossa rede franqueada, temos um Workshop de Equidade Racial para os colaboradores estudarem sobre como combater o racismo e o preconceito em todas as suas formas, além de muitas outras iniciativas.

No final de seu texto, Artur Grynbaum ainda convidou outras lideranças empresarias para repensarem suas Black Fridays.

Então, com muito entusiasmo convido aqui minhas e meus colegas, lideranças empresariais em todo o país para se juntarem a nós e repensarem suas Black Fridays, batizando-as com outros nomes, que façam sentido para cada empresa e setor. Afinal, não estamos falando ‘só’ de uma mudança no termo: está em pauta aqui o caminho para alcançarmos o sucesso responsável e dar mais uma contribuição para uma nova perspectiva de raça na sociedade, com senso de urgência e coragem.