João Gordo fala sobre repercussão de novo supergrupo: “carapuça serviu”

Em entrevista, João Gordo explicou como a música de estreia do supergrupo Revolta "caiu como uma bomba atômica no meio dos conservadores". Veja sua fala.

João Gordo com o Revolta
Reprodução/YouTube

Nos últimos dias falamos por aqui da estreia do supergrupo Revolta, que uniu uma escalação incrível da música pesada brasileira com João Gordo (Ratos de Porão, vocal), Prika Amaral (Nervosa, vocal), Moyses Kolesne (Krisiun, guitarra), Guilherme Miranda (Entombed AD e Krow, guitarra), Castor (Torture Squad, baixo) e Iggor Cavalera (Cavalera Conspiracy e Mixhell, bateria).

Agora, alguns dos integrantes do grupo conversaram com a jornalista Jéssica Mar sobre a repercussão da faixa de estreia “Hecatombe Genocida”, que fala sobre “o terror em forma de governo” e faz diversas referências à “necropolítica” que assola o país, inclusive citando um “Jesus nazifascista” que protege a milícia e os “patriotas de pele mais clara”.

A letra é de autoria de João Gordo, e o vocalista contou no papo sobre a reação do “meio dos conservadores” e explicou que a “carapuça serviu” para muita gente, já que ele não cita o nome de ninguém na canção:

Minha letra caiu como uma bomba atômica no meio dos conservadores. A reação da galera chorando na rampa. Eu acho que se mexeu com esses caras, e se eles ficaram putos, é porque a música é muito verdadeira e serviu a carapuça certinho. Porque eu não cito o nome de ninguém na música, se eles estão se doendo… Se a música fosse cantada em inglês não iria levar essa mensagem tão direta na cara das pessoas, iria passar batido. Pois 90% da galera no Brasil não entende inglês. A letra é muito boa, é algo que eu falaria no Ratos de Porão. Fatos do cotidiano ao meu redor. Para mim é fácil escrever esse tipo de música. O Guilherme [Miranda] me deu um texto, peguei duas frases e musiquei.

Em outro trecho, Gordo também ressaltou que “vai chegar um momento em que ninguém mais vai poder abrir a boca” se as coisas continuarem do jeito que estão e que não tem medo de ser “cancelado” por esse “bando de idiota”.

O baixista Castor também frisou que sempre foram feitas críticas a quem estava no poder antes, e que agora “o ‘Bozo’ vai ter que ouvir”, enquanto Guilherme apontou para o fato do Brasil estar “se alinhando com o que há de pior no mundo”.

Revolta

Ainda na mesma entrevista, os integrantes revelaram a intenção de fazer novas músicas, apesar da agenda difícil de conciliar já que todos os membros têm outras atividades.

Além disso, inclusive, Gordo falou sobre a importância de estar ao lado de Iggor Cavalera depois de tantos anos sem contato com ele e com seu irmão, Max. Você pode ler tudo isso na íntegra pelo Whiplash, clicando neste link.

Abaixo, confira o single “Hecatombe Genocida”.