Damon Albarn está prestes a lançar um dos projetos mais ambiciosos que o Gorillaz já fez — te contamos mais sobre o Song Machine por aqui —, mas em uma nova entrevista com a Vulture (via NME), o cara relembrou alguns momentos do passado.
Perguntado sobre sua música preferida com a banda, Albarn não pestanejou ao escolher “Clint Eastwood” (relembre ao final da matéria) e explicou:
Sabe, não dá pra ficar mais perfeito do que isso, mesmo. É só uma parada completamente híbrida, estranha. E, sabe, veio de ligar o Suzuki Omnichord [um instrumento eletrônico portátil] e o primeiro preset foi a batida. Isso só pode acontecer uma vez: [pegar um] instrumento eletrônico e a primeira coisa que você toca você usa, e se torna um hit gigantesco.
Como resultado disso, nos últimos 20 anos eu comprei vários instrumentos eletrônicos esperando que isso fosse acontecer de novo eventualmente. Sei lá, talvez a gente tenha atingido o auge cedo, mas para mim, não foi um auge cedo demais porque eu já tinha 10 anos de carreira!
Por outro lado, Damon não conseguiu escolher qual é o melhor disco do Gorillaz nem o mais superestimado — segundo ele, “não há nenhum”. Mas o cara falou sobre o trabalho que considera mais subestimado, que para ele é The Fall (2010):
Eu não o acabei, mas não significa que não é um grande álbum. Se você só conseguir imaginar as músicas finalizadas, seria maravilhoso. [risos]
Damon Albarn, Blur e Gorillaz
Em uma outra pergunta da entrevista, o vocalista e mentor do projeto falou sobre as comparações entre o Gorillaz e sua outra empreitada, o Blur.
Ele foi questionado quanto à canção que mais parecia algo de sua primeira banda, e garantiu que há uma “enorme quantidade de diferenças entre as duas”, mas citou faixas do Blur que poderiam ter sido do Gorillaz:
‘Girls and Boys’ poderia ter sido uma ótima música do Gorillaz. ‘Song 2’ também; o Gorillaz tem uma ‘drum machine’ [instrumento eletrônico que simula a bateria]: eu toco todos os instrumentos, essa é a maldita diferença! [risos] Quando você ouve o Gorillaz, sou basicamente só eu quando falamos da música.
Mas digo, em questão de ritmo, é diferente porque eu trabalho com o Remi Kabaka [produtor e baterista do Gorillaz]. Eu nunca trabalhei com o Remi quando estava no Blur; é só diferente. Mas a minha contribuição é a mesma. Eu não viro uma pessoa diferente do nada.
De alguma forma, o Gorillaz é o que eu teria sido se eu não tivesse sido do Blur.
Que bom que tivemos os dois!