A banda carioca Black Circle, famosa por prestar tributo ao Pearl Jam, entrou em nova fase na carreira e lançou seu primeiro disco, Mercury. Quase totalmente autoral, o álbum apresenta dez faixas e foi finalizado quando a pandemia da Covid-19 já estava disseminada.
Sendo assim, as duas últimas canções gravadas pelos integrantes foram concluídas de modo remoto, com cada músico em sua casa. Eles contam que todo o processo gerou grande visibilidade.
“Sempre pensávamos em direcionar o trabalho para fora do Brasil, tanto que optamos por escrever em inglês. Durante a pandemia, nossa interação com fãs de outros países aumentou consideravelmente. Foi quando tivemos a certeza que a obra precisava ser universal,” revela o vocalista Lenny Prado.
The Who
A única música que não foi composta pela Black Circle é a que fecha o trabalho, “Love, Reign O’er Me”, sucesso do The Who que foi regravado pelo Pearl Jam em 2008 e por isso já fazia parte do repertório dos brasileiros.
“Decidimos fazer essa versão de um clássico de uma banda dos anos 1960 e 70 porque também bebemos nessas fontes,” conta o guitarrista Sérgio Filho.
O título do álbum remete ao mercúrio por sua fluidez e pelo seu pertencimento à classe dos metais de transição, o que representa os novos caminhos que a banda busca.
Divisor de águas
Também lançado nos formatos CD (Brasil) e LP (ainda exclusivo para Estados Unidos e Canadá), Mercury surgiu da necessidade do grupo de ganhar voz própria após rodar pelo circuito alternativo do Brasil entre 2016 e 2017 com o show baseado na obra de Eddie Vedder e cia.
“Vivemos um momento de experimentação. Fomos introduzindo música por música, temperando o show do tributo com as nossas composições. Fazíamos uma hora de Pearl Jam e, quando a plateia estava ‘dentraço’, tocávamos uma nossa. Nisso, percebemos que muitas pessoas desenvolveram um interesse genuíno pelos novos sons que mostrávamos,” lembra o guitarrista Luiz Caetano.
Aval do Pearl Jam
A banda americana, inclusive, conheceu e elogiou a performance da Black Circle, tanto que Vedder e a sua mulher, Jill, estreitaram os laços com nossos compatriotas neste ano e viraram grandes incentivadores.
Um dos motivos para tal aproximação foi quando, em Janeiro, a Black Circle decidiu ir para o estúdio quando os músicos ouviram “Dance of the Clairvoyants”, primeiro single do recente Gigaton (2020).
Em menos de 24 horas, eles soltaram a versão na internet e em apenas dez dias alcançaram a marca de 185 mil plays.
“Optamos por deixar tudo bem natural. Não houve edição, não afinamos a voz no computador e tudo o que está lá foi realmente gravado assim,” comenta a banda, que tem formação completada por Gabriel Z (baixo) e Nyck Magnani (bateria).
Recentemente, Jill foi a primeira a revelar a capa de Mercury no Instagram, como você pode ver pelo post ao final da matéria, logo depois do disco completo. É só dar o play!