Uma das revistas mais famosas do mundo quando o assunto é baixo, a Bass Player resolveu reunir dicas de algumas das maiores lendas do instrumento que passaram por lá desde os anos 90 até os dias mais recentes.
Isso inclui nomes já saudosos, como Prince e Francis “Rocco” Prestia (Tower of Power), bem como outros ícones ainda vivíssimos como Geddy Lee (Rush).
Também não houve restrição de gênero: desde os mais virtuosos até outros que prezam pela simplicidade, como Krist Novoselic (Nirvana), tiveram contribuições que podem ajudar bastante os baixistas por aí.
Você pode ler todas as dicas na matéria original em inglês ou logo abaixo, com a nossa tradução!
45 dicas valiosas de lendas do baixo para baixistas
Prince
“É tudo sobre espaço. Eu sempre falo para as pessoas nos ensaios, você precisa calar a boca de vez em quando. Holofotes de solo são legais e tudo mais, mas se você fizer música que as pessoas querem ouvir, elas vão guardar aquela fita.”
Geddy Lee (Rush)
“A liberdade do trio é que você pode ser quão ocupado quanto a coisa puder aguentar. Obviamente você precisar usar bom gosto e discrição sobre onde e quando você será ocupado. Você realmente precisa servir à música da melhor forma possível. Se serve à música ser ocupado, tudo bem, mas se serve melhor à música ser um pouco mais fundamental e focado no groove, então você precisa fazer isso.”
Nathan East
“Eu rapidamente percebe que se eu ficasse na mesma nota quando o acorde mudasse, fazia uma diferença — e se o acorde continuasse o mesmo e eu mudasse a minha nota, isso fazia uma diferença também. Foi assim que eu descobri o tom comum e a substituição, e aprendi como eu poderia controlar a complexidade da música.”
Stu Hamm (Joe Satriani, etc.)
“O som que você consegue está nos seus dedos e no baixo. Eu tento usar equipamento que me dê uma verdadeira reprodução desse som, sem ter que me meter com um rack cheio de equalizações paramétricas que estão sempre caindo.”
Jason Newsted (Metallica)
“Eu aprendi que não há nada fácil em fazer uma linha com consistência exata — estar bem ali no bolso. Eu sou na verdade um músico bem ortodoxo. Eu não sou contra técnicas especiais — se eu levasse algum tempo para descobrir algo, eu ficaria bem orgulhoso de mim mesmo.”
Tina Weymouth (Talking Heads)
“Eu não procuro licks conscientemente. Na verdade, eu só tento não me repetir. Se eu já fiz algo antes, eu tento evitar usá-lo novamente.”
Mark King (Level 42)
“É muito mais o músico do que o instrumento. Você tem a sua própria maneira peculiar de fazer as coisas, e ela não é sempre ‘correta’.”
Meshell Ndegeocello
“Eu tenho uma aversão a tocar chamando atenção. Eu acho que permitir o espaço é tão artístico quanto as notas. […] Todas as notas não necessariamente iguala uma linha melhor ou um feeling melhor. […] Se você quer ser um pop star, esse é um caminho a seguir. Se você quer ser um seguidor da sua musa musical, esse é um caminho diferente. Entenda a diferença.”
Paul McCartney
“Eu comecei a perceber o poder que o baixista tinha dentro da banda. Não o poder de vingança — era só que você poderia de fato controlá-la, então mesmo que toda a banda esteja tocando em Lá, você pode continuar em Mi.”
Will Lee (Late Show with David Letterman)
“Minha abordagem básica pode ser resumida em duas palavras: o ritmo. A função mais importante do instrumento é criar e segurar o groove.”
Flea (Red Hot Chili Peppers)
“Eu curto a ética Punk: toque toda nota como se fosse sua última! Você pode estar morto amanhã.”
Darryl Jones (The Rolling Stones)
“Eu senti que era importante tocar baixo no meu próprio estilo, para que eles [Stones] estivessem me contratando por mim mesmo. Em certas canções, no entanto, eu toco as linhas nota por nota, porque elas são parte essencial.”
Stanley Clarke
“Os verdadeiros baixistas geniais não são aqueles que tocam um milhão de notas — são aqueles cujas linhas de baixo são amadas ao redor do mundo e lembradas por toda a história.”
Michael League (Snarky Puppy)
“Uma descoberta legal que eu tive alguns anos atrás foi pegar um som de oitavador sem um pedal de efeito. Eu estava tocando por ali, e eu percebi que se você deixar o knob de tone totalmente desligado e você toca a nota que você está com o dedo exatamente uma oitava acima, você pega essa sutil subfrequência uma oitava abaixo de onde você está; eu uso isso bastante.”
Rhonda Smith (Prince)
“Um dispositivo que eu uso é o slap flamenco, que é tipo um rudimento da bateria; eu faço uma bola com meu punho e aí deixo meus dedos saírem e atingirem as cordas, começando com a unha do dedinho, subsequentemente os outros dedos e o dedão.”
Billy Sheehan (Mr. Big, Steve Vai, etc.)
“Minha abordagem geral para uma nova técnica é treinar o dia todo para pegar a força da mão e os padrões na minha cabeça de maneira robótica, e aí jogar tudo aquilo pra fora e esperar que o resultado é alguma música real, orgânica no fim das contas.”
Lee Sklar (James Taylor, Toto, etc.)
“Eu não sou um daqueles caras que fala sobre os bons e velhos tempos. Eu só olho para cada dia como sendo o primeiro dia da minha carreira, e eu continuo me movendo. Eu não ligo para o que eu fiz no passado; a única coisa que me empolga é o próximo show.”
Tony Levin (King Crimson, Peter Gabriel)
“Quaisquer licks que eu esteja praticando, e quaisquer baixos soem bons para mim, eu não vou tentar impor aquilo na música em questão. É tudo sobre a música, não sobre mim.”
Nate Mendel (Foo Fighters)
“Eu gosto de pensar que o meu timbre ideal é um pedaço de madeira — eu quero que ele soe sólido e grosso e denso. Eu mantenho as coisas simples; nada de efeitos pesados, compressão, ou crossovers. Se você encontra um amp que pode aguentar um ataque pesado sem quebrar, o que é um pouco desafiador, e se você adicionar um pequeno pré-amp a um baixo que produz um timbre sólido, você basicamente chegou lá.”
Kim Deal (Pixies)
“Os caras pensam, ‘se ela pode fazer, eu posso fazer’. É uma coisa boa, e se as garotas pensarem a mesma coisa, é realmente bom.”
Verdine White (Earth, Wind & Fire)
“No começo da banda, eu só queria ouvir baixo, baixo, baixo — os perigos da juventude! Mas conforme eu comecei a admirar e apreciar vocalistas e composições, meu estilo de tocar se tornou mais focado e melódico. Eu progredi como músico e como ouvinte. Uma vez que eu percebi que a música era o rei, eu não me preocupei tanto mais com as notas do baixo.”
Jack Bruce (Cream)
“Eu ouvi o James Jamerson, e transformou minha técnica de tocar baixo elétrico; transformou a técnica de todo mundo no baixo. Eu comecei a buscar tocar melodias no instrumento; tocar ‘baixo principal’, em outras palavras. É o que eu faço agora, enquanto mantenho a função do baixo como âncora.”
Les Claypool (Primus)
“Quando você é jovem, [o negócio é] pular pelo palco balançando seu pinto por aí — ‘Aqui estou eu! Me olhe!’. Agora nós podemos sentar, tocar, e viver mais a música.”
Cliff Williams (AC/DC)
“Só ouça com quem você está tocando — ouça os outros. Frequentemente demais, parece que os músicos mais jovens estão só mandando ver sozinhos. Seja parte de uma unidade e ouça os outros músico e o que está acontecendo ao seu redor. Persistência é uma coisa maravilhosa.”
Victor Wooten
“Quem você é fica claro através da sua música, e isso é mais verdade agora do que nunca, porque sua música é mais acessível. As pessoas não estão aguentando mais a galera da atitude ruim. Músicos são facilmente substituídos. Nós não vivemos em um dia onde havia [só] um Jimi, Jaco, ou Charlie Parker.”
Steve Harris (Iron Maiden)
“Eu nunca apoio meu dedão em nenhum lugar. É por isso que uso meu baixo bem baixo — eu estou tocando no tamanho do meu braço. Me sinto confortável. Algumas pessoas tocam com o baixo bem alto, e tudo bem, mas eu acho que isso mudaria o som porque você está atacando com os dedos mais por baixo.”
John Taylor (Duran Duran)
“Minha mentalidade é manter os meus inimigos perto: nós devemos entender a tecnologia e o porquê dela estar sendo usada. Se é necessário usar um baixo sintetizado, faça você mesmo, e você nunca ficará obsoleto. O ponto é que as pessoas sempre precisam do baixo; nós todos talvez tenhamos que ir de baixistas para experts do baixo.”
Lemmy Kilmister (Mötorhead)
“Eu era um guitarrista primeiro, então eu estou acostumado a tocar acordes. É meio que só tocar guitarra sem as duas cordas de cima. Eu só fiz acordes com as cordas que sobraram. Não é ortodoxo, mas funciona pra nós.”
Gail Ann Dorsey (David Bowie)
“Com o tempo com um artista ou uma música, eu começo a ouvir espaços nos quais a minha personalidade cabe. Naturalmente, eu sempre tive uma musicista de toque leve e som quente. Eu começo a cantar ideias de baixo complementares que se revelam, sempre lembrando que o meu trabalho é apoiar.”
John Patitucci
“Começa com pensar sobre o seu toque, e ter um alcance dinâmico no seu instrumento. Isso é algo que os músicos mais jovens que encontro frequentemente não têm. É difícil ter uma larga e expressiva região dinâmica quando a sua regulagem é tão baixa que suas cordas estão descansando nos trastes. Você não precisa de uma regulagem alta, mas você precisa ser capaz de tocar as cordas de formas diferentes e ouvir a diferença.”
Billy Gould (Faith No More)
“Meu som de baixo é o timbre que eu sempre tive. Quando eu comecei a tocar baixo nessa banda, tudo que eu tinha era um amp pequeno e baratinho e um baixo velho terrível, e ele tinha esse timbre distorcido que eu tive que usar. De alguma forma, eu encontrei uma forma de fazer esse timbre ser forte, e se tornou parte do meu som. Eu ainda tenho essa abordagem com o meu timbre, e tudo vem de ter um equipamento terrível.”
Bootsy Collins
“O Hip Hop veio da galera fazendo algo com o que eles tinham, e o que eles tinham? Discos. Nós tínhamos instrumentos, eles tinham discos; tempos diferentes, eras diferentes. Mas eles fizeram algo com nada; é isso que o Funk é. Ser funky é algo que realmente tem que surgir em você. Há uma certa quantia de aprendizado em como ser funky, e isso, para mim, não é funky.”
Ida Nielsen
“Como baixista, você tende a querer ter notas fantasmas e notas staccato entre as notas principais que você toca, porque soa funky quando você está tocando sozinha, e te ajuda a manter o tempo. Mas quando todo mundo está tocando junto, na verdade é muito mais funky quando você não toca entre as partes, o que é extremamente difícil de fazer.”
Paz Lenchantin (A Perfect Circle, Pixies)
“Existiram muitas jornadas, muitas experiências, e muitos shows com diversas pessoas diferentes, que me ensinaram tanto. A música me oferece um belo negócio, e eu estou constantemente aprendendo.”
Robert Trujillo (Metallica)
“É importante tocar seu instrumento e estar preparado, mas há um outro lado a tudo isso. Você precisa se dar bem com as pessoas e ser capaz de equilibrar personalidades.”
Thundercat
“Às vezes eu vou ouvir as mudanças primeiro, e eu vou me perguntar o que eu deveria encontrar dentro da harmonia. De vez em quando eu estou ouvindo uma melodia, e vou tentar criar essas mudanças ao redor dela. Vem de diferentes lugares, e eu tento não ter medo ou colocar limitações em mim mesmo. Eu vou tentar qualquer coisa, mesmo que eu ouça algo que eu não goste. Eu vou tentar. Não há um jeito errado.”
Doug Wimbish (Living Colour)
“Meu timbre veio na tentativa e erro, fazer discos, fazer shows, tocar em estilos diferentes, e me transformar em personagens diferentes. A forma da sua nota é baseada no espaçamento, nas músicas que você toca, como você articular as coisas, e como você as empurra. Toda vez que eu vejo alguém tocar, começa a aula. Quanto mais eu toco, mais confortável eu fico em trocar de personagem.”
Jamareo Artis (Bruno Mars)
“Como músicos, nós temos a habilidade de afetar as emoções das pessoas quando tocamos. O ouvinte médio não entende o lado técnico do que estamos fazendo; eles só sabem que a música que estamos tocando os faz sentir algo.”
Tim Commerford (Rage Against the Machine)
“Experimentar com amplificadores e baixos é uma parte de mim. Meu timbre é sempre um trabalho em aberto, e o palco é meu laboratório.”
Oteil Burbridge (Dead & Company)
“Só há 12 notas, mas por que fazer certas vozes fazem você sentir algo forte emocionalmente? Tire uma nota de um acorde ou mova uma nota, e isso faz algo com o seu DNA.”
Krist Novoselic (Nirvana)
“Aquelas linhas de baixo que eu escrevi no Nirvana eram realmente fáceis, mas elas eram grudentas, então vários músicos começaram aprendendo e seguindo. Agora elas estão no YouTube e os jovens ainda aprendem com elas. É assim que eu aprendi também, só tocando junto com a música no meu quarto. O baixo não é só um enteado bastardo da guitarra. Como baixista, você precisa saber isso.”
Glenn Hughes (Deep Purple)
“Eu gosto de acordes de Jazz no Rock, e eu uso acordes que em geral são um grande não para a maioria dos caras do Rock — várias tríades e sétimas maiores. Uma nona menor é um acorde muito triste mas muito sexy.”
Francis “Rocco” Prestia (Tower of Power)
“A chave para mim é ter uma abordagem nova com cada linha de baixo toda noite. Eu me desafio a ficar no momento e acertar aquela parte, seção por seção, em oposição a entrar no piloto automático e ver minha mente viajar.”
Derek Smalls (Spinal Tap)
“Eu fiz partes agudas onde eu estou cantando um pouco agudo. Mas é aí que meu ouvido vai, e onde meu ouvido vai, meus dedos e voz seguem. Meu ouvido sempre vai pra baixo, e eu nunca disse, ‘Aqui, vamos, vamos pro outro lado, ouvido’.”
Marcus Miller
“As pessoas tratam o Jazz como se fosse uma sociedade secreta, e ninguém vai tomar o tempo para te explicar isso. Eu farei isso pra você.”
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