Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, resolveu alterar algumas das regras da lista de personalidades negras comandada pela instituição e, com isso, nomes como Gilberto Gil, Elza Soares e mais acabaram perdendo suas posições por ali.
A nova medida, publicada em uma portaria no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (11), determina que só poderão ser prestadas essas homenagens de forma póstuma; por isso, esses nomes e outros que integravam a lista atual, como Marina Silva e Martinho da Vila, serão excluídos a partir do dia 1º de Dezembro, quando a decisão entra em vigor.
Em sua página no Twitter, Camargo afirma que “o Brasil finalmente poderá ter orgulho da galeria da Fundação Palmares” e garante que novos nomes estão sendo adicionados, destacando entre esses Mussum, Wilson Simonal, Luiz Melodia e João do Pulo, focando agora em “quem deu contribuição histórica em sua área de atuação”.
Não ficou explícito, até o momento, se as personalidades foram excluídas por não cumprirem esse critério de “contribuição histórica” ou apenas pela nova regra que obriga as homenagens a serem póstumas.
Reação de artistas
Uma das que teve seu nome excluído, a atriz e cantora Zezé Motta se pronunciou por meio de um post no Instagram criticando o uso do tempo de Camargo para uma medida considerada de retrocesso ao invés de progresso:
Com tantas ações e medidas a serem realizadas em favor da cultura negra, com tanto trabalho para ele se ocupar, por que o senhor Sérgio Camargo prefere perder o tempo dele e de uma entidade pública brasileira retirando homenagens justas para personalidades que tanto fizeram por este país?
Você pode ver a publicação de Zezé a seguir e vale lembrar que essa não é a primeira polêmica de Sérgio Camargo sob o comando da Fundação. Gravações de áudio vazadas apontam para falas em que ele classifica o movimento negro como “escória maldita”, critica o Dia da Consciência Negra e tece outros comentários