É possível que você ainda não tenha ouvido falar do Internet Money, mas certamente já ouviu algum dos artistas com quem o coletivo esteve envolvido: nomes como Drake, Juice WRLD, Big Sean, Lil Baby e Trippie Redd já passaram pelas mãos de Taz Taylor, que comanda a gravadora.
De beatmaker da internet a produtor renomado, Taz viveu uma trajetória rápida e meteórica dentro da música, mas não parece pronto para cair com a mesma velocidade. Mesmo trabalhando com frequência invejável em projetos com outros artistas, ele conseguiu divulgar um disco “solo” com o coletivo, B4 the Storm, agora em Agosto.
O álbum foi um sucesso gigante impulsionado principalmente por dois singles. “Lemonade”, que tem vocais de Gunna, Don Tolliver e Nav, e “Blast Off”, que conta com o saudoso Juice WRLD e Trippie Redd.
Mais do que os nomes, o trabalho se destaca por um estilo de produção extremamente único — junto às belas batidas, Taz e companhia capricham nos arranjos melódicos, com constante uso de guitarras e outros instrumentos mais orgânicos para diferenciar as canções daquelas mais genéricas.
Para entender mais esse processo e saber mais de outras curiosidades, conversamos com Taz e você pode conferir esse papo exclusivo na íntegra logo abaixo!
Ao final do post, pode ouvir o episódio do Podcast TMDQA! que fizemos a respeito do Internet Money.
Por Felipe Ernani e Tony Aiex
Entrevista com Taz Taylor (Internet Money)
TMDQA!: Oi, Taz! Tudo certo por aí?
Taz Taylor: Fala, mano! Obrigado por perguntar, tudo certo e aí?
TMDQA!: Por aqui tudo certo também. Queria começar te parabenizando pelo disco e por tudo que o Internet Money tem construído nesses últimos anos…
Taz: Obrigado!
TMDQA!: Dito isso, acredito que muita gente ainda pode não conhecer o Internet Money de nome. Como você descreveria o projeto? É um coletivo? Uma banda?…
Taz: Eu acho que a única forma de realmente entender o mundo do Internet Money, o mundo dos quadrinhos de Internet Money, é não nos colocar em uma caixa. Nós não somos só uma empresa de produção, nós também somos uma empresa de agenciamento, uma gravadora, eu tenho 50 artistas e produtores assinados comigo, sabe? É um monte de gente jovem e criativa que adora trabalhar em conjunto e todos nós nos movemos juntos e a gente faz negócios juntos; sem essas merdas de sempre, sem nada do tipo. Nós somos provavelmente o único coletivo de Hip Hop real que se mexe e faz o que a gente faz.
E nós meio que gostamos de ser a sombra, gostamos de não ficar muito na frente das câmeras. Gostamos quando as pessoas perguntam, “Quem é o Internet Money?”, porque conforme eles pesquisam eles vão vendo e pensando, tipo, “Eles fizeram ‘Ransom’? E ‘Lucid Dreams’? ‘Falling’? Eles são artistas agora? Fizeram ‘Lemonade’?”. Então é isso, não nos coloquem em uma caixa.
Tipo assim, eu iria amar um desenho do Internet Money, um filme, ou dirigir filmes, sei lá, eu iria amar fazer todas essas paradas loucas. Mas aí se alguém vem e diz, “Ah, eles são produtores”… imagina se o Kanye [West] tivesse ficado só como produtor? Nós não teríamos a Yeezy, não teríamos todas as paradas de artista, e sei lá, provavelmente não teríamos o Drake, saca? Sem o 808s & Heartbreak, não teria Drake. Então, imagina que também sem o Drake, não teria mais ninguém agora.
Então é isso que quero dizer, se uma pessoa disser, “Quer saber, eu só quero ser produtor”, tudo bem. Mas a gente, só não tentem nos colocar em uma caixa. É isso que somos, a gente continua crescendo, encontrando novos artistas e lançando novas músicas. Então, é meio, o que o Internet Money quiser nos dar é o que nós somos; agora, nós somos “Lemonade”. É isso. É o que somos. Nos defina com “Lemonade”.
TMDQA!: Hoje, você é um belo exemplo do que os músicos podem fazer trabalhando de casa, com os instrumentos que a tecnologia oferece atualmente. Mas como isso começou? E quando foi que virou uma carreira pra você?
Taz: Eu não sei se eu decidi em algum momento, acho que isso é que decidiu por mim, sabe? [risos] A música tem sido uma parte da minha vida desde que eu tinha três anos de idade, e eu deixei de lado quando eu tinha uns treze mas depois… eu sempre estive envolvido, estive em bandas de garagem quando eu estava crescendo, mas mexi com umas coisas erradas quando eu era mais novo e acabei deixando de lado, até que eventualmente e me encontrei de volta na música quando eu tinha uns 17, 18 anos, só voltei a fazer música.
Minha mãe teve câncer e eu comecei a… Era a única coisa que eu sabia fazer, tá ligado? Eu nunca tive um trabalho de verdade, eu saí da escola na 7ª série, eu nunca ganhei dinheiro com nada além de música. Então eu acho que é meu destino, sabe? Acho que a música me escolheu e eu só tenho sorte de ter sido escolhido. [risos]
TMDQA!: Realmente, sorte a sua! [risos] Você falou que esteve em bandas de garagem e acho que isso fica claro ouvindo as coisas que vocês produzem; há muitos elementos orgânicos, partes de guitarra, de outros instrumentos. Tudo isso vem da sua época? Te influencia até hoje?
Taz: Cara, eu conheço muito de todos os gêneros de música, tá ligado? Eu olho para isso como se fosse uma questão imobiliária: quem tem mais imóveis, mais terra, comanda o mundo. Comigo, eu sei de tudo. Então quando as pessoas vem atrás de mim e me contam suas influências, seus artistas preferidos, a galera que eles querem samplear — tipo, digamos que seja o Alan Parsons Project, ou algo do tipo, eu fico tipo “pode crer, pode deixar, vou te arrumar isso aí”, tá ligado? E a galera fica doidona por eu conhecer.
E aí eu posso ir direto na fonte ao invés de ficar preocupado com alguém dessa galera nova tentar me ensinar uma parada que eu já sei, saca? Então eu posso ficar acima da curva, continuamente trazer influências diferentes, coisas diferentes, e isso facilita minha carga de trabalho. Eu sei que no ano passado, tipo, essa galera toda tem 18, 19 anos, tá ligado? Essa galera nasceu em 1999, 2000, 2001. [risos] Eles não sabem de nada do mundo antes disso, mano. Então eu fico aqui sampleando galera tipo Rick James, e explicando pra eles porque o Rick James e todo o bagulho dele é tão bom, explico por que o baixo Rickenbacker é tão importante, e por isso comprei um Rickenbacker, tá ligado?
É tipo o filme Selena [de 1997], que o pai, Abraham, chega em casa com a bateria e todas as paradas, e é tipo: “nós vamos fazer uma banda, é isso que vamos fazer”. Aqui é assim todo dia, mas ao invés de ser um instrumento que eles vão aprender é mais, tipo, diferentes gêneros e músicas e diferentes artistas que me inspiraram, me entende? Eu sou um grande fã do Brian Wilson, da sua produção e de tudo dos Beach Boys, e aí eu falo pra essa galera o tempo todo de como essas certas influências aparecem e levam sua produção para outro nível.
A melhor forma de ser um músico é respeitar todos os gêneros, e isso começa aprendendo todos os gêneros.
TMDQA!: Poxa, que resposta boa. Concordo completamente com tudo que você falou, e essas influências são todas realmente ótimas e perceptíveis no que vocês fazem. E sei lá, samplear é uma arte, né? Onde encaixar todos esses trechos, como fazer tudo funcionar… Enfim. Queria te perguntar uma coisa justamente sobre isso, aliás. Vocês lançaram agora o B4 the Storm e tem muita colaboração por lá, né. Quão difícil é encontrar um lugar comum com tanta gente envolvida? Um sample que todos gostem, uma linha que agrade todo mundo? Imagino que seja diferente de uma banda…
Taz: Todo mundo sabe que o rolê do Internet Money é, tipo, meu bebê, cara. [risos] Quando você entra no meu estúdio, no meu quarto, quando você entra no meu mundo… eu estou aqui revirando o YouTube por faixas que o Kanye [West] nunca lançou, tá ligado? Só pra ficar, tipo, “Beleza, o que ele sampleou?”, “Como fazemos isso?”, “Eu preciso fazer 10 vezes melhor do que isso!”, tá ligado? Porque eu já tive músicas vazadas e eu tô ligado que a qualidade é a mesma.
Então, tipo, quando eu tava crescendo e eu via o Kanye fazendo o My Beautiful Dark Twisted Fantasy, as paradas que o Timbaland estava fazendo, que o Pharrell [Williams] estava fazendo, os Neptunes… Eu olho pra toda essa galera, eles são os que ditam a moda, são os que correm com a bandeira. E agora eu estou entrando nessa posição, na qual eu não tenho um orçamento; eu tenho recursos ilimitados, eu posso entrar ali com os maiores artistas. Eu quero ser capaz de criar momentos que vão fazer as pessoas pensarem “Uau! Essa é a trilha sonora da minha vida”, saca? “Essa é a música do meu casamento, do meu funeral, que meu filho nasceu enquanto tocava”, sabe? Se você puder fazer música que impacta as pessoas e as vidas delas… é tudo que eu quero fazer, cara.
Então, enfim, com esse rolê de ser um artista “solo” eu só quero fazer essas colaborações malucas, fazer acontecer coisas que você não esperaria. Eu quero fazer música Country, eu quero fazer Hip Hop, eu quero fazer umas merdas Rock. Quero fazer tudo! E é só, tipo, se eu não fizer isso, quem vai fazer, mano? Então eu preciso carregar esse fardo, me soltar.
TMDQA!: Sim! Vou até sair um pouco do roteiro e te perguntar uma curiosidade que surgiu aqui enquanto você falava. Você já pensou em produzir bandas, sair do mundo do Hip Hop propriamente dito?
Taz: Sim, claro! Eu sou um grande fã do Butch Vig e do Bob Rock, e toda essa galera icônica produtora do Rock, as paradas que eles fizeram com o The Zombies e o Nirvana e os Foo Fighters, e, sei lá, o Mötley Crüe, o Metallica, toda essa galera que eu amo. E só isso de, na real, trabalhar com indivíduos criativos e pessoas muito talentosas, eu sinto que o meu trabalho é só fazer as pessoas pararem de pensar demais, e não importa qual gênero estamos falando, tá ligado?
Então eu acho que eu poderia realmente contribuir em qualquer estilo, qualquer tipo de trabalho. Mas, sim, eu adoraria! E olha, ninguém sabe disso e eu não vou te falar quando eu vou fazer isso [risos] mas eu quero fazer um rolê meio Gorillaz, tá ligado? Onde eu literalmente crio uma banda e não conto pra ninguém que estou nesse projeto, e só começo a lançar as paradas, e é só umas merdas tipo, Tame Impala junto com Gorillaz. E ninguém vai saber quem é, você não vê quem é, você só ouve a música e a abraça, tá ligado?
TMDQA!: Que irado! Fiquei curioso pra ouvir isso, mas ao mesmo tempo pelo jeito eu não vou saber que estou ouvindo isso. [risos]
Taz: Ninguém vai! Jamais! [risos]
Internet Money
TMDQA!: Bom, você começou meio que vendendo batidas na internet e tudo mais, né, e aí de repente você é o cara do meio da produção. Como foi essa transição pra você? Você sentiu muito o impacto?
Taz: Mano, pra ser sincero, eu nem penso nisso às vezes. Porque, tipo, a gente começou fazendo umas batidas que pareciam com as coisas do Future e de repente o Future está no nosso álbum de estreia. [risos] Eu na real vou Twittar isso depois dessa entrevista. [risos] Que doideira. Acho que é isso, né? Isso fala muito sobre como nós mantivemos a cabeça baixa pelos últimos três anos, e a gente não questionou nada, não pedimos favores a ninguém, só continuamos humildes e continuamos trabalhando duro.
A gente entrou nessa em um negócio que deu errado e a gente trabalhou todos os dias até que a gente tivesse um hit, e aí dois, e três, e cinco… e aí agora, a galera já sabe, tá ligado? Se você quer um hit, tem que ligar pro Taz. Pro Internet Money. [risos] Então eu acho que é só abaixar a cabeça e seguir trabalho. Todo mundo nos disse “não”, todo mundo me disse que não poderíamos fazer isso, não poderíamos fazer aquilo. Nos disseram não pro Juice WRLD, pro iann dior, pro Trevor Daniel, pra toda essa galera. Estávamos certos em todas. Imagine as músicas que estaríamos fazendo se as pessoas nos empoderassem e só, tipo, entendessem que nós temos um talento especial, um dom, e podemos fazer isso.
Mas eles continuamente nos dizem não e fecham as portas pra gente toda vez que queremos fazer algo de estremecer, ou novo, ou que quebra barreiras… e eu dou muitos parabéns à 10K Projects e ao Elliott, porque o Elliott foi o primeiro cara a me dizer tipo, “Taz, você é um gênio, esse é o show do Taz, vamos fazer isso”. E eu fiquei tipo, “Vamos nessa”. Agora a gente tem “Lemonade”, tá ligado? Finalmente empoderando os jovens criadores, a nossa música, elevando-a ao próximo nível, então, no fim das contas, é sobre isso que é o Internet Money.
TMDQA!: E com tudo isso acontecendo tão rápido, como você não se perde no meio dos seus objetivos? Como manter a cabeça no lugar?
Taz: Cara… muita maconha, mano. [risos] Muita maconha, mano! [risos] De verdade, eu sinto que ela desliga meu cérebro, me permite simplesmente não filtrar as ideias, saca? Tipo, se eu pensasse que eu queria fazer um álbum e eu não estivesse chapado, eu teria tirado essa ideia da cabeça. Mas porque eu estava chapado eu pensei “Quero fazer um álbum” e alguém perto de mim falou “Vamos nessa, mano!”. [risos] E aí eu fiz um álbum em um mês, eu sou um maluco. [risos]
Mas enfim, é isso, entende? Eu adoro não ter filtro, e muita gente acaba sendo crucificada por não ter filtro, mas comigo… a maconha ajuda tudo, absolutamente tudo.
TMDQA!: [risos] Pode crer. Imagino! Vem cá, alguns dias atrás vi o Lil Bibby falando que já tem um novo álbum do Juice WRLD sendo preparado. Não sei se você pode falar sobre, mas você tá sabendo algo disso, está envolvido de alguma forma?
Taz: Juice é sempre, tipo, especialmente agora, um assunto bem delicado. Obviamente você sabe o que aconteceu e tudo mais… Eu, pessoalmente, não tenho nenhuma ideia do que estão fazendo agora em relação às músicas do Juice e tudo mais. Eu não sou muito próximo do Bibby e tal e acho que eles estão guardando pra eles mesmos, mas eles têm um bom motivo pra isso, é um assunto muito delicado, e agora mais ainda porque tem a família, tudo está envolvido.
Acho que eles só querem fazer o certo pelo Juice e eu respeito isso, e acho que os fãs dele têm que respeitá-los também. Se eles querem lançar música, e o Juice foi quem disse que queria que suas músicas fossem lançadas, então, beleza.
Ele era um dos melhores e ele se foi cedo demais; tentar sentar aqui e falar sobre o Juice com palavras… meio que não dá. Ontem à noite meio que bateu, e eu até Twittei, o Juice é um dos rappers mais talentosos de todos os tempos, e eu escrevi isso, “Juice é um dos melhores de todos os tempos”. Ele tinha tantas músicas boas e tudo mais, então, tipo, se eles querem continuar lançando… tipo, pensa em todas as vidas que o Juice já mudou, só porque, tipo, ele ajudou as pessoas com seus problemas, elas tinham com quem se identificar, sabe? É meio que um remédio para as pessoas, e se eles querem mais álbuns do Juice, mais músicas, e a família do Juice, o time do Juice estão ok com isso, então, deixa rolar. Ele tem um monte de músicas boas e eu mal posso esperar para ser parte de mais delas se eles continuarem lançando.
Nova geração do Rap
TMDQA!: Legal! Esperamos que sim, e que tudo seja feito com o mesmo cuidado que tem rolado até agora. Eu tenho mais duas perguntas, e a primeira é justamente sobre algo que o Juice fazia muito bem: quebrar barreiras de gêneros musicais. Sinto que a galera que trabalha com vocês, como o Trippie Redd, é muito boa nisso. É algo que vocês procuram ou tentam ensinar sempre? Quão importante você acha que é isso para essa nova geração?
Taz: Cara, eu olho pro agora reconhecendo que muita gente que quebrou barreiras de gêneros e ditou a moda veio antes da gente. Tipo, se não tivesse o Kid Cudi, onde estaria toda essa galera hoje? O Chief Keef, sei lá. Todos são pessoas que ditaram a moda de suas próprias maneiras. Você pega alguém como o Travis Scott e ele teve influência tanto do Kid Cudi quanto do Chief Keef, e do Kanye também, e aí é isso, os artistas começam a amassar essas influências e é assim que você surge com essas merdas novas mais únicas, tá ligado? [risos]
É uma parada, meio, “Vou pegar isso do Kanye”, “Vou pegar isso daqui”, e por aí vai. Essa é meio que a parada colaborativa. E, tipo, existe um limite pras merdas que você pode fazer com música; então, por que não agora? Eu gosto do fato de que o Trippie, por exemplo, é um artista alternativo, é um artista de Rap, de R&B, e ele vai te entregar o que ele quiser, saca? E ele consegue fazer isso, e se mantém novo assim. Porque o Trippie, se quiser, consegue fazer um disco inteiro de R&B e depois fazer uma parada bem Boombap e depois um álbum bem Emo, sabe?
Esse tipo de versatilidade é o motivo de eu achar que a música hoje em dia é tão empolgante, e os rappers são os novos rockstars. Todo mundo quer ser o Lil Uzi Vert, ou o Trippie Redd, tá ligado? Ninguém quer ser o Robert Plant mais, tá ligado? [risos] Ou o Steven Tyler, sei lá, ninguém liga.
TMDQA!: Sim! [risos] Ao mesmo tempo, isso já me leva pra minha última pergunta. Tem um tempo que um rapper brasileiro famoso, o Mano Brown, comentou que muita gente da nova geração quer ser o Travis Scott mas não quer trabalhar o tanto que o Travis Scott trabalhou pra ser quem é. As pessoas querem copiar a atitude, mas esquecem de todo o trabalho por trás. O que você pensa disso?
Taz: Cara, não sei se alguém vai querer ser o próximo Travis Scott, sabe? Mas vão querer ser quem quer que esteja na linha de frente na hora, saca? As pessoas vêem o Internet Money, elas ouvem “Lemonade”, elas ouviram da gente hoje, elas não sabem que o Internet Money está por aí faz uns 5 anos. As pessoas acham que rola muito esse sucesso de uma noite pra outra e que é de uma noite pra outra mesmo, mas na realidade há muito sangue, suor e lágrimas que vai nisso.
A gente fez 10 mil horas de música, de beats na internet, antes mesmo de entrar na indústria, tá ligado? Há um trabalho duro que faz parte disso, e a gente aprecia isso, então sempre que a gente vê artistas novos fazendo o mesmo e eles não têm gravadora, e eles não precisam de apoio, de ajuda, eles estão só fazendo os corres deles… é assim que surgem os Lil Teccas e os Juice WRLDs e os iann diors e os Trevor Daniels e todos os outros artistas que são afiliados conosco, sabe? A gente só percebe quais os artistas que vão ser os próximos, então a gente só quer fazer a nossa parte e empoderá-los.
Eu sinto que se mais produtores na real fizessem mais, estendessem mais os braços para os artistas, a gente teria mais coisa boa, saca? Ao invés de ser essa coisa “Eu quero ir trabalhar com o Drake, eu quero ir trabalhar com o Future, eu quero ir trabalhar com o Young Thug, com o Gunna“, tipo, isso é maneiro, mano, mas depois que você fizer essa música e fizer todo esse networking, o que vai sair disso?
Você pode ir lá fazer um milhão de músicas com um artista que ninguém conhece e fazê-lo explodir, saca? E aí você produziu um catálogo inteiro, ao invés de ser dono só de uma música, me entende? Olhe para o Juice, o Nick [Mira, outro produtor do Internet Money] fez a maioria das músicas do Juice, então todo disco que sair do Juice daqui pra frente, pra sempre, o Nick será parte de alguma forma. É só uma coisa, tipo, crescer juntos, tipo o Jahlil Beats e Meek Mill e todos esses outros produtores e artistas.
É simples: encontre um som, construa um som, encontre um artista, construa um artista, e aí lance e vocês vão dominar o mundo juntos ao invés de consistentemente só tentar trabalhar com o próximo grande nome, sabe? Todo mundo quer trabalhar com o grande ao invés de criar o próximo grande, ao invés de só continuar trabalhando, ser humilde e consistente.
TMDQA!: Sensacional! Taz, muito obrigado pelo seu tempo, foi ótimo. Cheio de dicas valiosas por aqui, hein? Até a próxima, e espero que seja em breve!
Taz: Eu que agradeço, até mais!