Em 2020 a lendária banda australiana AC/DC completa 47 anos de uma carreira que nunca parou, mesmo com as piores adversidades.
O grupo perdeu seu vocalista após a morte do saudoso Bon Scott, teve períodos de pouca criatividade e lidou com outras questões pessoais de integrantes, mas nunca se rendeu e continuou entregando os melhores shows de Rock And Roll do planeta.
Acontece que já há algum tempo existe sempre um questionamento a respeito do fato do AC/DC lançar novas músicas e novos discos, já que conta com um catálogo influente e alguns dos maiores hits de todos os tempos.
Sempre que o assunto vem à tona, inclusive, um dos principais pontos é sobre como o grupo de Angus Young, Brian Johnson e companhia acaba sempre lançando “mais do mesmo”, mas nada disso parece abalar a vontade dos roqueiros de seguirem em frente.
AC/DC e “Power Up”
Essa semana o AC/DC lançou Power Up, décimo sétimo disco da carreira se contarmos os lançamentos na Austrália e décimo sexto ao redor do globo, e tudo que envolve uma banda tão grande acabou voltando à tona.
Seu último disco, Rock Or Bust (2014), havia deixado a impressão de que não havia mais necessidade para um próximo álbum, mas acontecimentos internos e externos fizeram com que a coisa mudasse (bastante) de figura em 2020.
De lá pra cá, o AC/DC foi novamente acertado em cheio com a morte, já que o lendário guitarrista Malcolm Young nos deixou em 2017. Além disso, estamos vivendo um dos piores anos das nossas vidas e todo tipo de conexão com nomes que nos deram tanto no passado é mais do que bem-vinda.
Como resultado, Power Up acabou se tornando emblemático por vários motivos: primeiro, é uma homenagem à carreira da banda e ao legado de Malcolm Young, celebrado através das guitarras de seu irmão, Angus, que gravou várias ideias que os dois haviam criado juntos no passado e deixado “na gaveta”.
Segundo, a mistura certeira de Blues e Rock And Roll do AC/DC pode soar datada mas é feita com uma precisão absurda, mesmo com todos os integrantes já na casa dos 70 anos de idade ou bem perto disso.
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Como o nome bem diz, a energia realmente é jogada lá em cima e canções como “Shot In The Dark”, “Demon Fire” e “Money Shot” trazem de volta o velho espírito da banda que conquistou o mundo por causa da eletricidade nos palcos e nos estúdios.
Há diversos riffs que soam como se estivessem em grandes hits do passado e às vezes você pode até achar que está ouvindo “Highway To Hell”, “Back In Black” ou uma versão repaginada de “Thunderstruck” por conta das estruturas rítmicas muito parecidas.
Ainda assim, esse tipo de nostalgia com o frescor das inéditas faz de 2020 um ano pelo menos um pouco mais interessante, e é aqui que Power Up ganha pontos.
Ouça bem alto e tente se esquecer dos problemas. O objetivo desse disco é muito mais nesse sentido do que agradar a crítica com elementos inovadores, pode ter certeza.