Com apenas 17 anos de idade, Alfie Templeman já é um fenômeno da música mundial.
Dono de uma voz poderosa e de um talento inquestionável, o cantor e compositor inglês começou sua carreira com apenas 13 anos de idade e, já um pouco mais velho, nos presenteou com um excelente trio de EPs entre 2018 e 2019: Like an Animal (2018), Sunday Morning Cereal (2019) e Don’t Go Wasting Time (2019).
Como diversos outros artistas, Alfie esperava muito de 2020 e se viu afetado fortemente pela pandemia, até por questões de saúde dele próprio. Mas isso não o impediu de continuar trabalhando, e há poucos dias ele divulgou o single “Shady”, mais um passo importante na carreira.
Antes disso, no entanto, o jovem músico já havia disponibilizado mais um EP. Happiness in Liquid Form passou a integrar seu catálogo em 17 de Julho deste ano e, ainda antes de “Shady”, recebemos a ótima “Forever Isn’t Long Enough”, na qual ele reflete sobre todo esse período e as conclusões que vem tirando.
É justamente esta canção que serve como base para um ótimo papo que tivemos com Alfie Templeman, no qual também falamos sobre os planos do futuro e as lições aprendidas com o passado. Curta na íntegra a seguir!
Entrevista com Alfie Templeman
TMDQA!: Oi, Alfie! Obrigado pelo seu tempo. Queria começar te parabenizando pelo novo single, que realmente parece como seu melhor trabalho até agora. Me parece uma bela mistura da sonoridade dos anos 80 com um pouco de disco e algumas influências bem modernas. Estou apaixonado pela linha de baixo! Dito isso, queria te perguntar: como você sente que tem evoluído enquanto músico? Tem sido divertido explorar esses novos sons, agora que você deve ter acesso a mais recursos?
Alfie Templeman: Sem problemas! Eu que agradeço. Fico muito feliz que você tenha curtido o single. Eu definitivamente tenho priorizado minhas linhas de baixo recentemente, algo que costumava ser deixado pra depois. Tem sido bastante divertido só ficar brincando com os sintetizadores.
Eu sempre admirei sintetizadores mas eles são caros! Eu consegui comprar o meu primeiro esse ano, um Moog Grandmother. Ele só adiciona um novo nível de sons interessantes, de novos sabores.
TMDQA!: É perceptível! Bom, no vídeo ao vivo da nova música, é bem interessante ver como vocês fazem tudo parecer tão orgânico quando tocam nesse formato. Quando você escreve, você escreve tudo com isso em mente ou você vai escrevendo as partes conforme elas vão vindo pra você?
Alfie: Em geral, com exceção de um co-produtor ou produtor adicional aqui e ali, eu escrevo e gravo tudo sozinho e nunca paro pra pensar muito sobre como nós vamos abordar as canções ao vivo com a banda, então é bem divertido dedicar um tempo a aprender como vamos tocar as canções no palco juntos.
É realmente ótimo tocá-las ao vivo, uma vez que traz um sentimento muito mais natural e real a elas, como se a música inteira estivesse nas suas mãos.
TMDQA!: Falando nisso, os vídeos de seus shows parecem sensacionais. Imagino que você esteja sentindo muita falta disso. Quão catárticas têm sido essas experiências pra você?
Alfie: Obrigado! Sim, eu sinto muita falta dos shows, a banda inteira sente, na verdade. Foi só tudo começar a ficar realmente, realmente divertido e nós começarmos a fazer nossos primeiros shows como headliners que o lockdown chegou, então foi meio que um chute no estômago. Mas de toda forma eu estou mais empolgado do que nunca para ver o que os próximos anos vão trazer, se tudo estiver seguro e pronto para podermos pegar a estrada novamente.
TMDQA!: E você já teve algum problema de ser barrado no seu próprio show por conta da idade?
Alfie: Sim, já me proibiram de entrar no meu próprio show algumas vezes, mas nós encontramos um jeito! Você só tem que falar com as pessoas certas através dos pequenos walkie talkies dos seguranças que fica tudo bem.
Planos para o futuro
TMDQA!: No momento em que estamos conversando, “Forever Isn’t Long Enough” é apenas um single solto. O que mais vem por aí?
Alfie: Tem mais coisa vindo, um projeto maior do qual eu estou muito orgulhoso. Toda música só se parece realmente completa e cheia de energia, mas tudo de maneira bem diferente. Não posso falar muito, mas acho que é sem dúvidas meu melhor trabalho até hoje!
TMDQA!: Certo! Vamos ficar no aguardo por aqui. Bom, você participou recentemente de um projeto onde tocou uma cover de Tears for Fears [saiba mais por aqui], e eu achei sua versão incrível. Você considera fazer mais coisas assim no futuro?
Alfie: Fico realmente feliz que você tenha curtido a cover de Tears for Fears! Eu amo fazer covers mas eu sempre sinto que eu não consigo ficar nem próximo de quão bons são os originais, então eu os faço bem ocasionalmente. Eu iria amar fazer uma cover de algo mas mudar completamente do original, mas toda vez que penso nisso eu acabo dizendo para mim mesmo, “Já que é assim, melhor fazer minha própria música”, então acabo nunca fazendo.
TMDQA!: Quem sabe no futuro, então, né? Outra curiosidade que tenho é que, pela sua idade, você certamente tem que lidar com alguns prós e contras no que diz respeito ao sucesso. Por um lado, deve ser bom ser um ídolo com quem tanta gente se identifica; por outro, talvez surja alguma pressão ou você se sinta sobrecarregado com todas essas responsabilidades. É por aí?
Alfie: Olha, é bom que as pessoas gostem de mim. Eu nunca me sinto sobrecarregado por isso porque eu acho que conheço meus ouvintes muito bem e tento interagir com o máximo de pessoas possível. A única coisa que me põe pra baixo é o ódio desnecessário e inevitável que você recebe independentemente da sua personalidade ou imagem. Mas é melhor só seguir em frente disso e perceber que é uma porção tão pequena das pessoas, e elas não te conhecem.
Mais ainda, é totalmente tipo… a opinião deles, cara. [O Grande Lebowski manda abraços!]
TMDQA!: Por fim, soube que você passou um período bastante isolado por conta de problemas no pulmão. Te entendo, pois também sou grupo de risco e fiquei totalmente trancado em casa nessa pandemia. Isso te afetou nas composições, ou na sua perspectiva das coisas como um todo?
Alfie: Sinto muito por isso, eu te entendo. Tem sido difícil pra mim, uma vez que eu tenho me sentido muito existencial depois de passar tanto tempo comigo mesmo. Mas eu acho que também abriu meus olhos para muitas coisas. Eu percebi que eu sou bem hiper sensitivo e nesse ano eu realmente comecei a me importar (ainda mais do que nos últimos anos, etc) com vários problemas do mundo como a mudança climática, a discriminação e também sobre como a COVID afetou a economia e as vidas de tantas pessoas. Então eu acho que o isolamento e a solidão têm seus prós e contras.