Música

Max Cavalera vê Bolsonaro como "produto" de Trump que quer matar índios e favelados

Em entrevista, Max Cavalera falou sobre gostar de ter uma voz para falar sobre questões políticas e fez duras críticas a Bolsonaro, "produto" de Trump.

Max Cavalera com a bandeira do Brasil
Foto: Reprodução / YouTube

O icônico Max Cavalera, ex-frontman do Sepultura e atualmente parte do Soulfly e do Killer Be Killed, tem palavras duras sobre Donald Trump Jair Bolsonaro.

Em uma entrevista recente ao Scars and Guitars (via Blabbermouth), ele falou sobre como acredita que o presidente brasileiro é um “produto” do mandatário dos EUA, que segundo o vocalista e guitarrista validou um movimento que expôs toda a “feiura” do povo e deu plataforma para os ideais de Bolsonaro — os quais, segundo ele, envolvem “legalizar o assassinato” e cometer genocídios com índios e favelados.

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Max disse:

O que o Trump fez aqui [nos EUA] foi na verdade só tirar a máscara e só expor toda a feiúra que estava por baixo dos EUA. Mas agora as máscaras caíram. E é uma loucura do caralho. E o meu país [Brasil] não é nem um pouco melhor. Nós temos o Bolsonaro, que é um produto da era Trump. Esse cara é até bem pior que o Trump. Ele quer simplesmente matar todos os índios e legalizar o assassinato e só fazer a polícia ir às favelas e só matar todo mundo. Digo, esse cara é um filho da puta doente. Ele está no controle no Brasil. Espero que o Brasil acorde também e faça uma mudança no futuro também.

Max Cavalera e mensagens políticas

Em outro trecho do mesmo papo, no entanto, Max ressaltou a importância da música nesses momentos tão difíceis. Ele relembrou o que significou o Creedence Clearwater Revival nos anos 70, e explicou:

Quando estamos em tempos assim, muita música boa vem disso. Nos anos 70, tivemos a Guerra do Vietnã, então você teve todas aquelas músicas boas saindo — Creedence Clearwater [Revival] e o Woodstock, todos os [artistas] revolucionários, Gil Scott-Heron, todas essas coisas. Em 1977, as coisas do Punk [tomaram os holofotes quando] a Margaret Thatcher [assumiu o poder no Reino Unido], e ótimas músicas vieram disso. Nos EUA nos anos Reagan, ótimas músicas vieram disso. Então agora é provavelmente uma boa época para umas merdas boas saírem. Especialmente com a COVID, cara, muitas pessoas estão em casa escrevendo até seus cérebros derreterem. Eu acho que vamos ver muita música no ano que vem.

Sobre as suas próprias canções, Cavalera deixa claro que tem um gosto pelas mensagens políticas e que pretende continuar usando sua plataforma para isso — “eu gosto de ter uma voz”, afirma — ainda que as músicas do passado tenham, infelizmente, mantido seu significado após tantos anos:

Eu ainda curto mensagens políticas, e algumas delas são bem fortes. Se você olha para um álbum como o ‘Chaos A.D.’ [do Sepultura], mesmo que ele tenha sido feito [quase 30 anos] atrás, parece que muitas dessas músicas se encaixam com o mundo hoje em dia perfeitamente — como uma luva — mais ainda do que quando foram escritas. Ou o Nailbomb [projeto paralelo do Max nos anos 90]. O Nailbomb [é] o exemplo perfeito. Nós estávamos fazendo uma turnê [onde tocamos as músicas do] Nailbomb dois anos atrás, e foi fantástico, e meio que assustador, como essas músicas que tinham 20 anos, elas se encaixavam melhor agora do que quando as escrevemos.

Eu provavelmente faria mais dessas coisas, porque eu gosto de ter uma voz. Existem as coisas certas e as coisas erradas, e há muitas mensagens erradas sendo retratadas. O problema, eu acho, é que você tem a internet e todo mundo tem uma plataforma, e você tem toda essa lavagem cerebral, especialmente aqui [nos EUA].

Você pode ouvir esse papo na íntegra (em inglês) abaixo.

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