Guitarrista da Legião Urbana, Dado Villa-Lobos decidiu se pronunciar sobre a apreensão de fitas da banda, que possuem gravações inéditas e foram encontradas em um depósito utilizado pela gravadora Universal Music.
Indignado com a situação, o artista conversou com O Globo e expôs sua opinião sobre a operação “Tempo Perdido”:
Não consigo entender como um delegado, a polícia se prestam a isso, estão quebrando um contrato mundial. Alguma coisa tem que ser feita. Isso não é um arquivo qualquer, é o arquivo da Legião Urbana, que eu acredito ter um valor muito grande para a cultura musical do Brasil, para os brasileiros que cresceram ouvindo isso.
O músico se mostrou preocupado com a conservação das fitas, pois boa parte delas já possui mais de 30 anos. Dado comentou que o depósito da Iron Mountain tinha condições climáticas especificas para preservar as fitas:
Não consigo entender como é que a minha obra é tirada dali e vai parar nas mãos da polícia. Eu estou dando como perdido esse material, ele é parte da nossa vida e agora vai apodrecer.
O guitarrista ainda garantiu que ele e o jornalista e pesquisador musical Marcelo Fróes não estão escondendo nada de Giuliano Manfredini, filho e herdeiro de Renato Russo, que fez o pedido da investigação para ter acesso a materiais inéditos do pai.
Operação “Será”
Vale lembrar que Fróes foi responsável pelos três álbuns póstumos de Renato e teve arquivos apreendidos pela polícia em Outubro durante a operação Será; lembre aqui.
Sobre o papel de Marcelo nessa história, Villa-Lobos comentou:
A EMI contratou Marcelo Fróes para digitalizar todas as fitas e ele fez um relatório completo, que foi entregue a mim, à família, a todo mundo. Ninguém está querendo esconder nada de ninguém. Já acionei meus advogados deixando claro que eu não vou autorizar (o lançamento de) absolutamente nada do que vai sair dali se a companhia não tiver de volta esse material, que é da Legião Urbana e da Universal.
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