Óbvio une forças para celebrar "golden era" do Rap em disco de estreia; ouça

Trio é formado por Stella Yeshua, Kivitz e Silvera, que lançam o disco de estreia "Óbvio" e mostram união do Hip Hop com estilos como o Soul.

Óbvio

Óbvio é o nome de um trio de Rap Nacional que está começando a mostrar suas forças.

O grupo é formado por Stella Yeshua, Kivitz e Silvera, que se uniram através da admiração pela chamada golden era do Rap e resolveram celebrá-la com canções que claramente bebem em grandes fontes.

Tendo obras dos Anos 1990 como inspiração, o trio buscou uma sonoridade retrofuturista e para isso se agarraram a beats característicos e rimas que nos levam diretamente a décadas onde o Hip Hop exalava exuberância e tinha os vocais como verdadeiros destaques de todo processo.

Ao falar da faixa “Agora É”, por exemplo, Silvera explicou como a ideia era ser um cartão de visitas para mostrar do que se trata o Óbvio:

Queríamos explicar a ideia, o conceito e o pensamento por trás do Óbvio. Tinha um beat lo-fi que pareceu perfeito para isso.

Já Kivitiz falou a respeito de “Riscos”, que traz justamente o encontro do Rap e do Neo Soul, resultando em uma bela canção:

A palavra ‘risco’ é muito forte no nosso contexto. É o risco da caneta, a rima; o scratch do DJ, a mágica; o que o MC deve correr ao se expor nas linhas.

Óbvio e a Pandemia

O TMDQA! conversou com Kivitiz e ele falou sobre algumas questões que envolveram o lançamento do trabalho, como a pandemia do novo Coronavírus e da COVID-19:

O disco já estava pronto antes da pandemia, mas a quarentena nos fez ganhar, além de mais tempo, outro olhar para o projeto. 
Aumentamos o disco de 7 para 10 faixas e repensamos algumas estratégias de lançamento, como produção de novos clipes, por exemplo. 
Sabemos que mercadologicamente lançar agora não seria o mais prudente, mas quando ouvimos o álbum pronto, sentimos que a história que ele conta é muito atual, e que espiritualmente essa era a hora certa.

A respeito das influências, dá pra ver que as fontes são diversas, sem limites de gêneros e, pelo contrário, buscando expandi-los:

Tentamos fazer um som que fosse parecido com o RAP que gostamos de ouvir. Então o processo de pesquisa foi o processo da nossa vida como ouvinte de RAP e outros estilos que conversam com essa cultura. Cada um vinha com suas preferências pessoais e assim fomos descobrindo afinidades e diferenças, algumas até engraçadas e surpreendentes. Inspirações em comum, com certeza posso citar Mano Brown, The Fugees e os clássicos do samba e do pagode.

Por fim, também falamos sobre como são processos colaborativos, principalmente com artistas que já vinham desenvolvendo outros trabalhos, e a resposta foi:

Difícil era a gente se encontrar, mas quando se encontrava as coisas fluíam bem. Compor para um projeto colaborativo é um exercício muito saudável porque te coloca pra pensar em quem vai ouvir seu som. Como isso vai comunicar com nosso ouvinte se nem o meu parceiro de projeto tá entendendo a minha rima? Criando sozinho nesses últimos 5 anos, essa foi uma reflexão que pouco fiz. Tomo isso como evolução artística.

Óbvio, o disco, já está em todas as plataformas de streaming e você pode ouvir o disco logo abaixo.

Um clipe oficial para “Essencial” também foi lançado e pode ser visto na sequência.