Música

Rio Music Market destaca adaptações realizadas pela indústria da música durante a pandemia

Com extensa programação e profissionais de diversos países, 8ª edição do Rio Music Market debate assuntos relacionados a indústria da música no mundo.

Rio Music Market realiza sua 8ª edição
Reprodução / Instagram / Rogério von Krüger

Vivendo um ano atípico causado pela pandemia do novo coronavírus, eventos e artistas precisaram se reinventar e pensar novas maneiras para colocar suas atividades em ação.

Abordando as modificações e adaptações que ocorreram ao longo do ano e outros temas relacionados a indústria da música no mundo, o Rio Music Market realizou sua 8ª edição.

Rio Music Market

Entre os dias 8 e 10 de Dezembro, o evento organizado pela Associação Brasileira da Música Independente (ABMI) aconteceu inteiramente online e reuniu profissionais de diversos países.

A programação da conferência contou com temas como Direitos autorais, Marketing Digital, a relação da música com o cérebro, Distribuição Digital, os Desafios do Empresariamento Artístico e muito mais.

Virtualização de festivais

Um dos temas acompanhados pelo TMDQA! foi sobre a virtualização de festivais e o futuro das experiências ao vivo.

No painel, as convidadas Bell Magalhães, Idealizadora do Festival Sarará (MG), Ana Garcia, Diretora do Festival No Ar Coquetel Molotov (PE) e Carol Morena, Coordenadora e Curadora do Festival Radioca (BA), a partir da mediação de Cristina Becker, Head de Arts Brazil no British Council, compartilharam algumas de suas alternativas para lidar com os imprevistos gerados pela pandemia.

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Bell Magalhães destacou que conseguir realizar a versão virtual do Sarará em 2020, mesmo sem um público presente, foi importante para continuar fazendo com que o evento mostre sua potência e força na caminhada pela promoção da cultura no país.

Ana Garcia também falou sobre a realização de seu evento esse ano, que ofereceu uma programação “imersiva” de forma remota, apresentando oficinas, encontros, e apresentações musicais através de uma plataforma de vídeo chamada.

Já o festival Radioca, após “milhões de questionamentos internos”, como descreveu Carol, decidiu não realizar o evento em 2020, e apostou em outras maneiras de se manter ativo, criando um podcast, chamado Radiocast.

A curadora revelou que a equipe está se planejando para realizar uma versão online do Radioca em Março, mas nenhum outro detalhe foi disponibilizado até então.

O No Ar Coquetel Molotov já anunciou sua próxima edição que acontecerá entre os dias 11 e 23 de janeiro, também de forma remota, com shows, oficinas, mentorias e lançamentos.

Sobre o futuro dos festivais, as três convidadas concordaram que uma vez que os eventos voltem com suas edições físicas, o formato digital também fará parte de sua programação.

Tendências

Outras tendências foram apontadas durante o painel da Análise de Mercado da Música Independente no Brasil, apresentado pelo presidente da ABMI Carlos Mills, por Leonardo Morel da MIDiA Research e por Wilson Souto presidente da Atração Fonográfica.

Na discursão, Mills e Morel trouxeram os dados coletados no Relatório de 2019/2020 realizado pela ABMI sobre o mercado brasileiro da música independente.

Entre as tendências apontadas estão que os modelos digitais de consumo de música gravada serão dominantes quando comparados com outros formatos e que o conteúdo musical estará cada vez mais próximo ao vídeo, fazendo com que exista um crescimento do consumo audiovisual.

Além disso, os palestrantes comentaram que em relação a estrutura, gravadoras, distribuidoras e artistas autoproduzidos acreditam que suas equipes estarão menores e o trabalho remoto fará parte de suas rotinas de uma maneira permanente.

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Artistas independentes e o streaming

Um ponto que também ganhou muito destaque no painel com o representante da ABMI foi o fato de que em 2019, artistas autoproduzidos e ligados a gravadoras e selos independentes representaram 53,5% do TOP 200 do Spotify.

Os palestrantes apontaram que a partir do barateamento do acesso ao processo de gravação os artistas conseguiram gravar e distribuir suas músicas com menos custos.

Segundo o relatório da ABMI, o Spotify hoje conta com 61% dos assinantes brasileiros, a Amazon Music com 12% e o Deezer com 9%.

Com essas informações, ficamos na torcida para que os artistas independentes continuem conquistado seus espaços e espalhando seu talento pelo mundo!