20. Letrux – Aos Prantos
Após curtir sua Noite de Climão, a ícone underground Letrux está oficialmente Aos Prantos (assim como todos nós em 2020).
Da explosão do disco de estreia, a cantora virou-se para uma reflexão interna e passou a explorar temas mais densos como morte, sexo, paixão, e o disco acaba criando um equilíbrio para seu repertório.
Para isso, ela fez uso de uma nova identidade visual e mergulhou em estéticas ainda mais experimentais. Tudo contando, é claro, com as assertivas contribuições de Lovefoxxx, Liniker e mais.
19. Mahmundi – Mundo Novo
O trabalho de Mahmundi sempre foi um trabalho de um ourives criando uma joia.
Uma das melhores compositoras do pop nacional, Marcela Vale ecoa e moderniza Rita Lee, Adriana Calcanhotto e Marina Lima em Mundo Novo, um álbum deliciosamente radiofônico.
18. Sepultura – Quadra
Já se passaram quase 25 anos desde que Max Cavalera deixou o Sepultura e até pouco tempo atrás muitas pessoas ainda insistiam em comparar as novas obras dos caras ao período de clássicos como Roots.
De certa forma é até normal para uma banda que causou tanto impacto com sua inventividade no mundo do Heavy Metal, mas em seu décimo quinto álbum o grupo brasileiro mostrou que, definitivamente, a era das comparações disse adeus.
Quadra é uma obra incrível com todas as características que formam o Sepultura nos dias de hoje e moldam sua sonoridade, os temas abordados em suas letras e mais.
Músicas de protesto, arranjos espetaculares e a participação de Emmily Barreto (Far From Alaska) fazem desse um dos melhores discos do ano para quem curte o Rock e Heavy Metal.
17. saudade – jardim entre os ouvidos
saudade é o nome do projeto de Saulo von Seehausen, músico conhecido principalmente pelo seu trabalho com a banda Hover.
Aqui, ele usa sua voz incrível como complemento para ambientações que poderiam muito bem servir como trilhas cinematográficas grandiosas e encantadoras.
Colocando seu coração na ponta da caneta e, claramente, ao microfone, saudade canta, encanta e nos dá esperança para dias melhores.
16. Rashid – Tão Real
No início de Tão Real, Rashid deixa claro que o disco não tem um conceito. Tem conceito de rua. O álbum é uma soma de singles que funcionam como uma série de histórias sobre a vida urbana brasileira.
Cheio de participações que vão de Duda Beat e Drik Barbosa até Tuyo e Emicida, o disco consolida Rashid como uma das canetas mais fortes no Rap nacional.
15. Pabllo Vittar – 111
Não é segredo que Pabllo Vittar é uma das principais figuras na reformulação que o Pop brasileiro vem sofrendo ao longo dos últimos anos. Em 2020, a drag queen lançou seu terceiro disco de estúdio e, com ele, a afirmação de que estamos diante de uma potência Pop cada vez mais concretizada.
Além de “revolucionar” as cantorias de “Parabéns” em festas de aniversário, 111 mergulha em referências que remetem às raízes nordestinas de Vittar. Mas o disco está longe de ser introspectivo, evocando danças e emanando diversão.
Nas parcerias, a cantora explorou bem o seu escopo musical, recrutando nomes que vão desde Ivete Sangalo a Charli XCX. E isso sem contar com a versão deluxe, que adiciona POCAH, Getúlio Abelha, Jaloo e mais a esse caldeirão.
14. Tagua Tagua – Inteiro Metade
Sentimentos têm sons, e parece que o músico Felipe Puperi fez esse registro de forma bem esclarecida no álbum de estreia de seu projeto Tagua Tagua.
A partir do esforço em encontrar essa sonoridade própria, Inteiro Metade mistura timbres orgânicos e eletrônicos para “ilustrar” uma narrativa que vai da inquietude até a aceitação, passando pela saudade, pela tristeza e mais.
O disco encontra prazer no novo. Além de sentimentos, mistura cores e temáticas diferentes, mostrando-se imprevisível e reconfortante ao mesmo tempo. A riqueza de detalhes pode até assustar em um primeiro momento, mas não tardamos a entendê-lo como um trabalho gentil e absolutamente criativo.
13. Negro Leo – Desejo de Lacrar
Negro Leo é, inegavelmente, um dos artistas mais inventivos do país e em seu nono álbum, Desejo de Lacrar, transforma as tensões sociais refletidas em Action Lekking (2017) em um criativo olhar sobre o panorama político do Brasil contemporâneo e suas arenas de batalha no ambiente digital.
Instrumentalmente, o músico apresenta um som experimental que remete à sonoridade inovadora da Tropicália e evoca uma mistura de nostalgia e interesse no ouvinte, que se vê preso do começo ao fim durante os quase 30 minutos do álbum.
12. Machete Bomb – MXT
E se o Samba encontrasse o Hip Hop, o Metal Alternativo e mais o que der na telha? Bom, essa é a proposta do grupo curitibano Machete Bomb, que ficou ainda mais clara com o lançamento do ambicioso projeto MXT.
O disco vem lotado de participações especiais com nomes que vão de BNegão a Tuyo, passando por Fred 04, Mateo Piracés-Ugarte e Mulamba. A audição do álbum ainda é complementada por vinhetas com áudios de todos os participantes, dando uma dimensão da magnitude da produção de MXT.
O já consagrado “cavaco profano” da banda veio com força desta vez!
11. Acorda Amor – Acorda Amor
Adicione a um caldeirão as potentes musicalidades de Maria Gadú, Xênia França, Letrux, Luedji Luna e Liniker. Tempere com algumas canções simbólicas de artistas emblemáticos. Misture tudo e, como a cereja do bolo, adicione uma inédita de Edgar.
Isso é o projeto Acorda Amor, que lançou em 2020 um ótimo disco homônimo. Nele, Erasmo Carlos, Rita Lee, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Belchior, Gonzaguinha, Francisco el Hombre e mais são homenageados com ótimas releituras.
É um disco de resistência, que busca despertar seus ouvintes em prol da proatividade, da afirmação existencial e da luta diária.
PÁGINA ANTERIOR – PRÓXIMA PÁGINA